terça-feira, 4 de janeiro de 2011

TRADIÇÃO E DESPRESTÍGIO



Aprendi que a São Silvestre encerra o ano esportivo no Brasil, desde os tempos em que era disputada à noite.

A mais remota lembrança que tenho da corrida foi a vitória de José João da Silva, em 1985. Depois, veio os tempos de Rolando Vera, de Arturo Barrios, de Paul Tergat e da legião de quenianos...

Mas hoje, a prova não tem grande relevância internacional. Seu trajeto é curto demais, é disputada em um período fora de temporada, suas premiação é baixa, se comparada às principais provas internacionais, e por aí vai.

Ano que vem, para não atrapalhar o Reveillon da Paulista, o trajeto pode ser alterado. Para dar um aspecto mais “humano” ao percurso, os mendigos são expulsos aos jatos d’água do Minhocão. Afinal, a Globo não pode mostrar uma cidade suja. Ninguém se importa com os moradores de rua, nem mesmo quando eles retornarem ao local, logo depois da prova.

Os africanos que vêm para cá podem ser comparados aos brasileiros que vão jogar em centros financeiramente secundários no cenário internacional; não vem nenhuma estrela. Mas são o suficiente para bater os brasileiros, salvo uma exceção ou outra.

A corrida é tradicional, mas parece aquelas peladas de fim de ano.