sábado, 23 de julho de 2011

DESLIGUEM A TV!


Assisto programas esportivos desde a minha meninice.
Me recordo do Globo Esporte no velho estilo apresentador sentado atrás da bancada, que eu assistia pela metade para não perder o horário de aula.

Ou da Manchete Esportiva do trio Paulo Stein, Márcio Guedes e Alberto Léo.

Ou o Esporte Total e o Apito Final, dos áureos tempos da Band, então o “Canal do Esporte”.

Já adulto, me interessei pela Linha de Passe, da ESPN Brasil, às vezes um pouco intelectualizado demais.

Gostava muito do Cartão Verde, quando do trio Juca Kfouri, José Trajano e Flávio Prado.

Também do Esporte Total, nos tempos em que Jorge Kajuru não era uma caricatura de si mesmo.

Assisto também as porcarias, como o Terceiro Tempo, de Mílton Neves (também conhecido como Shop Tour dos programas esportivos).

Já vi o clássico trash Estação Futebol, de Edgard Soares.

Destes, o Globo Esporte é o mais longevo: mudou de formato, e hoje é a cara de Tiago Leifert, que por vezes exagera palhaçada.

O Jogo Aberto da Band caminha para o título de “inassitibilidade” (Tite mode on): apresentado pela pseudo-intelectual Renata Fan (ela não se acha, ela SE TEM CERTEZA), comandado de fato pelo (que se julgou craque) Neto, sujeito de refinamento intelectual de um Shrek e talento para interromper a fala alheio comparável à de um Faustão, e completado por um conjunto de gente que gosta de se fazer ouvir mais pelo que grita do que pelo conteúdo do que fala, em que se destaca o bobo da corte supremo Denílson, a coisa é dura de assitir.

A cereja do bolo desse circo de horrores foi a estapafúrdia dancinha executada pela apresentadora, ao som de Shakira.

É demais para mim.

Preferi trocar o canal.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

BEM-VINDA, TIVA!



A Desportiva está de volta, ainda bem.
Disputar a mal-fadada Copa ES e se preparar para a Segundinha é pouca coisa, mas para quem viveu a década tenebrosa de Marcelo Villa-Forte, isso é um feito.

À base do Sub-17 se somou um pacotão do Aracruz, que segundo o volante Gilmar, um dos ingredientes do pacote, não é suficiente para ir muito longe. O problema é saber o que significa esse muito longe.

Não fazer vexame a ponto de virar um saco de pancadas?

Não se classificar para a segunda fase? (Se classificam dois em uma chave de cinco)

Bater de frente com os favoritos Vitória e Rio Branco?

Seja lá como for, vale o recomeço: a administração de Robson Santana restaura aos poucos o clube depois da nefasta Era Villa-Forte, e já começa superando a meta de só voltar no ano que vem.

O dinheiro é curo, as perspectivas não são das melhores, mas o maior patrimônio do clube, a torcida, parece abraçar a idéia: final de semana passado, o movimento #sougrená (veja no twitter) promoveu um mutirão de limpeza e pintura no combalido Estádio Engenheiro Araripe.

É importantíssimo que a torcida sinta que o clube é seu.

Pode e seve ser que o clube não se classifique para as fases posteriores, mas o recomeço é bem-vindo.

Boa sorte, Desportiva!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

EU E A BOLA



Meu primeiro amor foi uma bola, um amor que se materializava em diversos elementos: o plástico do dente-de-leite, as modernas bolas sintéticas, as boas e velhas bolas de couro, as improvisadas de meia, até mesmo as não-redondas de botão e as virtuais.

Cheirando à novas ou surradas a ponto de não quase não serem mais usadas.

Eu a olha com desejo de dominá-la, mas como preconiza todo épico amor, a paixão nem sempre era correspondida.

Clamava a ser amado por ela, mas ela me tratava com desdém.

Outras vezes, me era submissa como uma mulher indefesa que busca abrigo nos braços de um protetor.

Minha história de vida não pode ser contada sem uma bola. Se minha passagem por esse planeta fosse um livro, ela seria personagem marcante, talvez como um objeto de desejo.

Esse amor platônico não me faz sofrer. A bola me foi generosa só de me permitir olhá-la.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

PALMEIRAS EM MARCHA (E EM CRISE)



Nesta quarta, Palmeiras e Flamengo entraram em campo para defender seus tabus.

O time do Parque Antártica havia vencido todos os seus jogos como mandante e mantinha sua defesa invicta em São Paulo; o time da Gávea defende a invencibilidade desde antes do início do Campeonato Brasileiro.

Ainda havia mais um duelo Luxa x Felipão, que ardia o futebol tupiniquim nos anos 90.

De todos os tabus, apenas o Palmeiras perdeu seus primeiros pontos em casa.

Jogo de ontem insosso, o zero a zero foi placar e nota, com Kléber pouco inspirado, e Maikon Leite e Luan sem arranjar grande coisa, o Palmeiras dependeu das bolas paradas de Marcos Assunção.

De celebrar, apenas a volta das atuações seguras de São Marcos.

Com o empate, e a vitória dos Gambás contra o Botafogo no Rio, o time da Marginal fugiu dez pontos do Palmeiras, em dez rodadas do torneio. Vai ser difícil...

Por falar em dificuldades, a semana do Palmeiras foi bem agitada:

Novela Henrique com final feliz. Contratação anunciada, apresentação oficial, camisa vestida... tomara que não aconteça com ele a decadência que aconteceu com Pipokeirrison...

Novela Martinuccio com final infeliz: depois de muita embromação, negociações, especulações e atravessadas, o argentino acertou com o Fluminense, embora tenha um pré-contrato assinado com o Palmeiras. Resta agora brigar na FIFA e arrancar uma baita grana da Flunimed.

Na véspera do jogo contra o Flamengo, mais um boato de proposta por Kléber. Como não se confirmou, a contusão do atacante não voltou a se agravar.

Felipão está incrivelmente calmo por esses dias, talvez anestesiado por tantos problemas.

A diretoria papou mosca e não conseguiu renovar o empréstimo ou acertar em definitivo com Luan. Agora é esperar a boa vontade da FIFA em liberar a inscrição, isso se a negociação for fechada.

Arena Palestra ameaçada de paralisação pelo Ministério Público. Enquanto isso, o Gambazão de Itaquera recebe atropela todos os obstáculos legais, financeiros e morais.

Valdívia retorna da Seleção Chilena, agora jogar ou ter uma sequência de jogos é outra coisa. Isso se ele ficar quieto sem baladas ou de boca fechada.

Felipão prepara uma cartilha de conduta para atletas. Se preparem para as rebeliões de Kléber e Valdívia.

Mustafá (bate na madeira) anuncia o rompimento com a diretoria: para Tirone, ter Mumu Assombração como aliado é constrangedor, e tê-lo como opositor é ameaçador.

Por falar em bastidores, Gito Avalonne virou uma espécie de homem-bomba, de tanto que sabe, ou diz saber.

O que houve com Pierre? A contusão já está curada...

terça-feira, 19 de julho de 2011

PARABENS AOS BOLEIROS



Hoje é Dia do Futebol.

Parabéns à todos os boleiros, peladeiros e palpiteiros.

Parabéns aos atacantes e zagueiros.

Parabéns aos meias e zagueiros.

Geraldinos, arquibaldos, torcedores de sofá e navegantes da Internet.

Gente sarcástica, bem-humorada, que sabe sorrir na vitória e sorrir, mesmo que sofridamente na derrota.

Dentre as coisas menos importantes dos mundo, o futebol é a mais importante, disse o lendário Bill Shanckly.

Talvez essa frase dê a impressão do que realmente significa essa redonda rolando pelo mundo afora.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

DEZESSETE ANOS DEPOIS...




17 de Julho e disputa de pênaltis era uma combinação mágica para o futebol brasileiro, até o dia de ontem.

Em 1994, o tetracampeonato veio após um zero a zero com a Itália e três penalidades desperdiçadas pela Azurra, por Baggio, Massaro e Baresi, na ordem inversa.

Um ano depois, na Copa América, Taffarel segurou mais duas penalidades e o Brasil avançou às semis depois de eliminar os argentinos. Provavelmente, o jogo entrará para a posteridade por conta da mão de Túlio.

Ontem, quando o tetra completava 17 anos, mais uma disputa, desta vez contra os paraguaios.

Nesse meio tempo, mais algumas disputas se sucederam.

Derrota para os uruguaios na mesma Copa América 95, vitória sobre os holandeses na dramática semi-final da Copa de 98, e vitórias sobre argentinos e uruguaios nas Copas América de 2004 e 2007.

Ontem, mais uma vez o time da CBF resolvia sua vida na marca da cal, e o resultado foi desastroso.

Elano chutou a bola tão longe que o artefato esférico atingiu a cabeça de um marciano incauto.

Thiago Silva chutou com a velocidade de uma tartaruga manca, e Justo Vlllar não fez a menor força para evitar que ela adentrasse em sua meta.

André Santos imitou Elano, e resolveu dar a bola do jogo de presente para alguém que estava na arquibancada.

Fred resolveu fazer diferente: resolveu chutar tão longe quanto Elano e André, só que ao invés de chutar para o alto, chutou para o lado.

Enquanto isso, os paraguaios aproveitaram dois dos três pênaltis batidos.

E assim se encerrava a participação brasileira nessa Copa América, justo na partida em que os Manos do Mano não jogaram tão mal, criaram chances e a defesa não passou nem deu sustos.

Que sirva pelo menos como alerta. O trabalho está ainda no começo, e os desvios de rota podem ser corrigidos.

Ainda não é hora de trocar o treinador, mas que fique claro que os créditos de Mano Menezes se acabaram. Aliás, ele está em dívida.

domingo, 17 de julho de 2011

A CASA CAIU



A Copa América de 2011 era para ser a redenção da equipe albiceleste: torneio em casa, uma geração talentosa (embora sem grande rendimento junta), e um tabu a ser quebrado.

Mas a Argentina nunca foi a Argentina nesse torneio: um amontoado de jogadores sem nenhum conjunto, que deveriam ser liderados por Messi, melhor do mundo nas duas últimas temporadas, mas que não engrena com a camisa de seu país.

Um empate letárgico por 1 a 1 com a Bolívia (esteve perdendo por 1 a 0 e Marcelo Moreno perdeu ótima chance) e um irritante 0 a 0 com a Colômbia (Moreno poerdeu um gol mais que feito para os cafeteros) puseram em xeque ´principalmente a capacidade de Messi.

Uma vitória sobre a seleção sub-23 da Costa Rica garantiu vaga nas quartas e uma sensação que as coisas se encaixariam, até que...

Até que veio a Seleção do Uruguai. A velha Celeste Olímpica ainda não é um primor técnico de antigamente, mas se reencontrou como conjunto, embora Perez tenha recorrido à prática da pancadaria até ser expulso.

Enquanto os argentinos tinham dificuldades para se organizar no ataqiue, os uruguaios se entricheiravam na defesa, e saíam com perigo em lances de bola parada, através de Forlán (sempre ele). E o instável Muslera fazia milagres no gol.

Messi tinha disposição improdutiva, Tevez e Dí Maria estavam incrivelmente apáticos, e Mascherano, como sempre, desceu a botina a ponto de ser expulso.

Prorrogação dramática e disputa por penaltis.

Lá Tevez quis bater no estilo "fechar o olho e encher o pé", mas só conseguiu encher a moral de Muslera.

E lá vai a Celeste Olímpica para as semi-finais. E lá vai a Argentina de volta para ca.. ops, lá vai a Argentina assistir o resto da competição em casa.

Se alguém perguntar se foram os brasileiros e argentinos que regrediram ou os demais que progrediram, respondo que as duas coisas estão certas.

No dia em que o Maracanazo completava 61 anos, os uruguaios botaram mais um feito em sua vigorosa história.