segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MINHA VIDA DE PROFESSOR - ANO 3



O ano de 2005 começou com algumas esquisitices: primeiro, foram as minhas primeiras férias de fato, se conciliar o trabalho da escola com o do escritório. Passar um mês em casa, principalmente no mês de Janeiro, foi uma experiência inédita, e muito bons dias.


Na escolha, acho que erraram na minha classificação e de muitos outros, já que nunca entendi os critérios, mas de qualquer forma, sabia que pegaria a vaga logo no começo do ano. E foi assim: escolhi a Escola Sílvio Rocio, em São Torquato, com 20 horas. Na escolha de Cariacica, a Escola Alzira Ramos, com 11 horas.

Isso tudo com a ameaça de municipalização rondando a vida dos DT’s.

Estava feliz por fora, mas triste por dentro: não consegui voltar para o Ormanda nem para o Pedro Herkenhoff, e a primeira visita às duas escolas em que trabalharia não eram muito animadoras, dada às “instalações” e a fama dos lugares. Muitos alunos saíam dessas redondezas para estudar no Ormanda, e eu já sabia que quando alguém vai estudar longe quando se tem uma escola perto de sua casa, não se trata de um bom sinal.

Além disso: a decepção quanto à carga horária (no Sílvio Rocio, descobri que as 20 horas eram na verdade, 17 horas que se transformariam em 12 até Maio; e no Alzira ramos, eu tinha apenas 9 horas). O estado pagaria a hora-relógio ao invés da hora-aula.

Além do mais, não dava para sair do Alzira Ramos às cinco e meia e chegar na UFES às seis. Por isso, decidi nem ir para essa escola, e procurar algo melhor em Vila Velha.

No final da primeira semana, consegui seis aulas no Pedro Herkenhoff, o que era um alívio.

No Sílvio Rocio, aprendi o quanto o Ormanda era bom, por razões óbvias: a organização da escola deixava muito a desejar, o que se refletia na disciplina e por conseqüência, no ensino. Vi na prática que pode faltar de tudo na escola, menos organização. E cá entre nós, até alguns professores colaboravam para a desorganização.

Desorganização até no contrato: recebi a mais e tive que devolver tudo. Mas isso eu já sabia, embora causasse um descontrole nas minhas finanças.

No Pedro Herkenhoff, ganhei de brinde uma turma de Quinta Série, lecionando Geografia. A dificuldade de lecionar uma disciplina afim se revelou na alegria de ter uma turma com que me identifiquei como poucas vezes ocorreu. De alguns alunos, carrego as melhores lembranças de minha trajetória. Quando perdi por dois dias a minha turma para uma efetiva, isso foi dolorido, mas faz parte da vida de DT.

Para completar a minha polivalência, uma substituição de licença-maternidade no Sílvio Rocio, com Filosofia e Sociologia. Junte-se a isso, pegar as aulas de dependência no Pedro Herkenhoff, e o ano final da UFES, minha vida se tornara uma correria só. Detalhe que as aulas eram de Geografia, e que salvo as aulas de dependência, que iriam até Outubro apenas, deixaria de lecionar Históia.

Em Agosto, a surpresa de ter mais turmas no Pedro Herkenhoff, e ter que deixar o Sílvio Rocio. A vida me levou para uma escola que eu gostava muito de novo, e até o final do ano. Lá, as transformações profissionais também se tornaram pessoais. Mas isso é outra História.

E por aí foi: no fim do ano, escola municipalizada, sabia que não retornaria para lá de novo, e novamente, a apreensão da escolha de DT.

Escolha não, sobra.

Mas, com faculdade completa, embora não a tempo de me encaixar como habilitado.