sábado, 14 de agosto de 2010

SHOW DE TV



Quinta-feira retrasada a Band realizou o debate com os presidenciáveis. Na verdade, não o vi integralmente: fiquei zappeando a TV, ora assistia o jogo (São Paulo x Inter), ora assistia o debate.

Além do mais, o debate não foi nenhuma Brastemp: Serra estava mais firme, só que parecia jogar recuado; Marina não apresentou nada de novo (mais um que falha na tentativa de ser a tal “terceira via”), e Dilma estava incrivelmente nervosa. A diferença foi Plínio de Arruda Sampaio, que debateu como se deve debater: apresentou propostas (inviáveis, mas apresentou) e partiu para o ataque.

De tudo a conclusão: DEBATE É DUELO DE ORATÓRIA!

A Band trata um evento político como um espetáculo de mídia que lembra uma partida de futebol: a chegada dos candidatos aos estúdios parece a chegada de uma equipe ao estádio; a concentração dos militante$ parece a concentração da torcida; o debate parece um jogo com regras, juiz e até tapetão; as entrevistas de candidatos parecem a saída de jogadores do campo; ao final da “partida”, jornalistas e convidados se reúnem em mesas redondas para analisar “as performances”...

Não se pode dizer quem ganhou o debate usando o critério de quem falou melhor ou quem falou pior. Esse parece ser o problema de quem acompanha os debates.

Se eleito, o candidato vai enfrentar dificuldades, críticas limpas e sujas, baixarias, complôs, e por aí vai. O debate pasteurizado mais parece uma mesa-redonda acadêmica, daquelas bem chatinhas.

Debate deveria ser mais quente, com até baixarias. Por que não?

Até porque, quem disse que política é coisa limpa?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O SALVADOR




Neucimar Fraga se candidatou a Prefeitura de Vila Velha com um programa de governo inexequível, para dizer o mínimo: pleno atendimento à Educação Infantil, ampliação do atendimento na área da Saúde em ritmo geométrico, intervenções viárias que seriam um marco na história canela-verde...

Mas, falta um “pequeno” detalhe: dinheiro. A arrecadação do município é inferior às suas necessidades fundamentais.

Mas, para isso, a resposta estava na ponta da língua: parcerias. Parcerias com o Governo Estadual, com o Governo Federal, e com quem mais pudesse ceder recursos. Para tanto, se apresentou como amigo de Lula (afirmava que o Presidente se referia a ele como “Cimar”), e claro, como aliadíssimo de Paulo Hartung.

E foi o Governador que lhe abriu os cofres no início do mandato: do erário estadual vieram os recursos para as obras da avenida Lindemberg, a principal via de escoamento do município.

Também foi Hartung que abriu a carteira para financiar a pavimentação de diversas ruas, especialmente na periferia, e o viaduto na mesma Lindemberg.

Até que...

Até que os interesses do Anchieta se chocaram com os interesses de Magno Malta, padrinho e mentor de Neucimar. A saída de Ricardo Ferraço da corrida à sucessão de Hartung e sua transferência para a corrida ao Senado (tendo Malta como adversário) fez Neucimar se chocar contra Hartung.

E com isso, a torneira diminuiu a vazão.

No plano interno, ao assumir o município, Neucimar alardeou uma situação de terra arrasada para justificar o mau momento inicial. O que não o impediu de inchar a máquina administrativa de comissionados, já que precisava pagar as dívidas com aliados do período eleitoral.

Recentemente, elevou a quantidade de comissionados, e com o aumento, um gasto de mais de R$ 1 milhão por ano. Enquanto isso, profissionais da Educação e da Saúde estão em greve.

Contestações não são coisas que o prefeito não costumam suportar: quando o jornalista Leonal Ximenes o ironizou pelo Twitter sobre a sua atuação no período das enchentes de 2009, Neucimar o ameaçou de processo. Só que tentou fazê-lo via DM, mas por desconhecer a ferramenta, expôs a ameaça para quem tivesse acesso à essa rede.

Por falar em rede, tem uma Tropa de Choque no Orkut e no Twitter. Um de seus defensores é comprovadamente funcionário comissionado da municipalidade. Não se poderia esperar dele críticas a chefe, óbvio.

Neucimar tem interesse em se reaproximar de Hartung, para impedir a eleição de Max Filho para a Câmara Federal, o que poderia ser um obstáculo para sua reeleição em 2012.

Segundo pesquisa publicada em A GAZETA, ele tem apensa 35% de aprovação ao seu mandato, índice baixo para um governante na metade do segundo ano de mandato. Mais um motivo para abrir os olhos.

O hoje prefeito tem uma carreira meteórica: entre sua primeira eleição (Vereador em 2000) e sua chegada à Prefeitura se passaram apenas oito anos, e com duas eleições para a Câmara Federal no meio. Sua rápida ascensão eleitoral foi acompanhada de rápida ascensão patrimonial, coisa que seus adversários costumam explorar.

Enfim: Neucimar prometeu que nós veríamos VilaVelha se transformaria em uma Dubai Sul-Americana. O que nóes vemos é uma cidade com os mesmos problemas de sempre.

SEM SUPERTIÇÃO



Não temo a Sexta-Feira 13.

Passo debaixo de escada sem problema nenhum.

Levanto com o pé esquerdo sem peso na consciência.

Até simpatizo com o gato preto.

Não faço simpatias, mandingas, nem nada do gênero.

Pois SER SUPERTICIOSO DÁ AZAR.

BOM COMEÇO



Confesso que esperava menos. Uma derrota não-vergonhosa era até aceitável: time desentrosado, estréia de treinador e jogadores, um adversário razoável que já andou dando trabalho...

Mas não foi só uma vitória convincente. Foi uma vitória empolgante.

Foram 2 a 0, mas poderiam ter sido 5 a 0, sem problemas.

Victor mostrou que poderia ter ido à Copa, e que está pelo menos, no mesmo nível de Gomes. E disparado à frente de Doni.

Daniel Alves talvez tenha destoado, mas já mostrou anteriormente que tem condições de jogar na Seleção. André Santos foi muito bem, apesar de eu preferir Marcelo.

Os sustos dados por Thiago Silva e David Luiz foram normais para zagueiros que não se conhecem. Os dois mostraram individualmente que são ótimos, e que só falta entrosamento.

Ramires e Lucas me provaram que o time não precisa de um “volante de ofício”. Cobriram bem laterais e zagueiros, além de dar qualidade na saída bola.

Paulo Henrique Ganso alternou bons e maus momentos, mas em seus bons momentos mostrou que é um armador nato, raro no futebol mundial.

Neymar nem sentiu a estréia, Robinho jogou com desenvoltura e Pato retomou os tempos de jogador promissor.

Foi um ótimo começo, uma mostra que uma geração marcante pode se desenvolver durante quatro anos...

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

OS DEZ MANDAMENTOS DO CAFAJESTE



OS DEZ MANDAMENTOS DO CAFAJESTE MODERNO

I - Amarás a Mulher Sobre Todas as Coisas
Ao contrário dos antigos cafajestes, você precisa amar as mulheres. Amar de verdade. Ser feliz com elas, ser infeliz sem elas, desejar, a todo momento, estar repleto de companhias femininas, para conversar, ver filmes, ouvir músicas, ficar quieto e até, veja só!, para transar. Chega da misoginia d'antanho!

II - Não Errarás a Grafia
Regra simples: "cafajeste" se escreve com "j", e não com "g". O primeiro passo para conquistar uma mulher é não ser analfabeto.

III - Serás Solidário Com o Amigo
Quando seu amigo estiver em via de conquistar uma beldade, e o preço for seu sacrifício enfrentando um dragão, você o fará com prazer, pois a amizade é sagrada. E você é destemido.

IV - Encararás Qualquer Adversidade
Isso inclui suportar cinema iraniano, bossa nova, comida tailandesa, entre outras coisas que foram criadas com o exclusivo objetivo de nos irritar. Você vai suportar tudo isso e fará com gosto, tudo para ganhar a mulher.

V - Saberás Fazer a Moça se Sentir Especial
Os antigos cafajestes, por razões que a psicanálise explica muito bem, simplesmente desprezavam as mulheres e faziam com que elas se sentissem mal. Você, não. Você vai fazer com que sempre, sempre!, elas se sintam especiais. Pode ser tudo mentira, tudo teatro, tudo encenação. Não tem problema. Mas faça direito.

VI - Ligarás no Dia Seguinte
Exceto quando for necessário não ligar, para a garota "entender o recado", você vai ter que fazer esse sacrifício. Para muitas mulheres, o ato do cara ligar no dia seguinte é praticamente uma linha divisória entre os que serão esquecidos e os que terão chance de um repeteco. Faça parte do segundo grupo e ligue!

VIII - Conhecerás as Diferenças Entre as Mulheres
Mulheres não são seres incompreensíveis, mas simplesmente se dividem em alguns grupos. Você deverá conhecer todos eles, ou o máximo que puder, e fará o esforço de atender às expectativas de cada um deles.

IX - Não Tomarás "Viagra" Sem Necessidade, Nem Usarás a Tática do "Beijo de Tchau"
Nada de tomar remedinho para fingir que é um homem-máquina, bem como nada de usar princípios do Judô para travar a mulher na hora do tchau e ganhar um beijinho roubado. Aprenda a ser homem de verdade, para ser um cafajeste de verdade.

X - Saberás Terminar a Relação Sem Traumas
E, além disso, você vai tentar aquele golpe do sexo a três

VOLUNTÁRIOS



O TSE precisa de muita gente para trabalhar nas eleições, isso é fato.

Gente voluntária, diga-se de passagem, que dependendo da função, ganha mais ou menos dias de folga no trabalho. E uma marmita para não passar o dia com fome.

Ao invés de o nobre Tribunal buscar entre nós, cidadãos comuns, poderia ter menos problemas em convocar nossos políticos para fazer uma coisa que eles pouco fazem: trabalhar de verdade!

A ideia é a seguinte: nós temos um presidente, vinte e sete governadores, quase seis mil prefeitos ( a esses somem-se seus respectivos vices), oitenta e um senadores (cada um com dois suplentes), mais de quinhentos Deputados Federais, um punhado de Deputados Estaduais, e mais milhares de vereadores.
Acrescentando aí cerca de vinte comissionados para cada um deles, já seria gente de sobra.

Além do mais, eles são muito bem remunerados com o nosso suado dinheirinho para trabalhar pela chamada Coisa Pública.

Tenho certeza que esses brasileiros amantes da democracia não se furtarão em atender o chamado. Afinal de contas, um dia de trabalho não faz mal a ninguém...

A VINGANÇA



Mais dia, menos dia, Dunga sairia do time da CBF. Isso ele deveria ter pensado antes de “deixar o poder” e ao sair atirando.

Além do mais, brigar com a Globo é suicídio, a menos que a Record venha a te socorrer.

No “Central da Copa” pós-jogo contra os EUA, a equipe da emissora pôde sacanear o ex-treinador (?) a vontade.

Tiago Leifert já começou dizendo que finalmente dava gosto de torcer para o Brasil, e que o time de Mano jogo em um jogo tudo aquilo que o time de Dunga não havia jogado em quatro anos.

Galvão Bueno, lembrando não querer revanchismo (!) ironizava o regime de concentração de Dunga. E quando Tiago anunciou que a emissora teve acesso à preleção de Mano, o narrador ironizou.

Até um humorista, Marcius Melhem foi convocado para fazer graça.

Paulo Roberto Falcão, desafeto de Dunga, parecia se deliciar com o sucesso de Dunga.

A equipe parecia fazer uma festa pelo sepultamento do futebol feio da Seleção.

Mano, mesmo que sem querer, já conquistou a simpatia da turma de Roberto Marinho, e se mantiver o estilo oposto ao de seu conterrâneo, terá uma certa paciência da toda poderosa da mídia da Terra de Santa Cruz.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

A VINGANÇA DO PATO



Trabalhar, verbo que Stefany Brito não esperava conjugar no futuro, mas terá que conjugar, já que a Justiça cortou a pensão nababesca que receberia de seu ex-marido.

Agora, a aposentadoria da moça parece ter sido adiada por décadas.

É hora de retomar os contratos profissionais, dar uns telefonemas, enviar currículos, fazer cavadinhas...

HOMENAGEM AO DIA DO ESTUDANTE



QUEM É O ALUNO?

Aluno ou estudante é um ser humano do sexo masculino ou feminino, ou mesmo indefinido, que se encontra regularmente matriculado em uma escola, faculdade ou outro tipo de instituição de ensino. Esta matrícula quase sempre é obrigatória, por parte dos pais ou responsáveis que não aguentam mais as crianças e os adolescentes enchendo o saco dentro de casa, ou por força da lei como no caso do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, cuja sigla não surgiu por acaso especialmente nos casos bem comuns nas comunidades desfavorecidas dos alunos com catarro escorrendo do nariz. A partir de 2003, ser aluno pode trazer dinheiro para casa via bolsa compra voto familia.

No caso dos alunos maiores de idade é o próprio mercado de trabalho que os obriga a estudar, pois caso contrário serão obrigados a optar por profissões socialmente menos prestigiadas ou que não requeiram grande capacidade intelectual como cantor de pagode, jogador de futebol, traficante ou, em casos extremos, político.


O principal objetivo do aluno é sair da escola de uma vez por todas, mas só permitem que ele faça isso após obter o diploma ou certificado declarando que cumpriu, ano após ano, as obrigações que lhe cabiam, numa estrutura bem semelhante ao sistema prisional, incluindo o uniforme, as sirenes e os muros altos. Há casos em que alunos saem por bom comportamento, mesmo que não tenham aprendido nada, como há aqueles em que os alunos persistem ano a ano, sem conseguir sair nem mesmo em condicional, o que causa agravamento de pena, ou seja, reprovação e perda de regalias em casa.

O principal obstáculo para que o aluno se livre uma vez por todas da escola são os professores que teimam em insistir que antes de sair eles aprendam alguma coisa. Os outros membros do corpo docente da escola, como os inspetores de alunos que os atrapalham a matar aula, e por vezes membros de sua própria familia, também interferem bastante que os estudantes alcancem a liberdade tão almejada.

Há alguns alunos que também buscam obter conhecimentos, mas trata-se reconhecidamente de uma minoria, também chamada por alguns injustamente de nerds. Enquanto não conseguem sair, a grande massa ignara de estudantes não quer saber de nada na escola além de horário vago, namorar e matar aula. Alguns mais atléticos apreciam as aulas de Educação Física, mas há vários alunos que conseguem a proeza de serem reprovados nesta disciplina.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O BEIJA-MÃO



Dunga teve a coragem de bater de frente com a Globo, coisa inédita entre os treinadores da Seleção, o que não o isenta de culpa nos xingamentos idiotas à Alex Escobar.

Assim que Mano Menezes foi anunciado como treinador da equipe nacional, fiquei com dúvida de como ele capitularia para a emissora do Jardim Botânico. A resposta para a minha pergunta não era como, mas quando ele capitulou.

Sendo entrevistado antes do jogo contra o Guarani (a coletiva foi no sábado e o jogo seria no domingo) o treinador disse que só falaria na segunda, e que teria um compromisso com o clube naquele final de semana.

Só que já no Domingo foi exibida uma entrevista sua no Esporte Espetacular falando de Seleção. Ou a a entrevista foi gravada antes do Sábado (e a emissora já tinha a informação com antecedência), ou Mano não cumpriu o que disse.

Já no dia 02 de Agosto, lá se via o treinador no Bem Amigos, do SporTV e no Programa do Jô. Mano não é bobo, já tratou de garantir a paz com a poderosa televisão.

Agora, será que os repórteres terão acesso exclusivo aos jogadores em treinamentos e concentrações? Será que as informações antecipadas chegarão antes à Globo?

Não duvide disso...

PROIBIDO XINGAR




O Estatuto do Torcedor completou sete anos, não foi respeitado como deveria, e já foi modificado. Parece que as coisas são assim: uma lei não é cumprida, e aí se faz outra lei, que provavelmente não será cumprida também, e se faz mais uma lei, e assim por diante.

Agora, com novidades, digamos, esdrúxulas.

O texto traz punições por exemplo, para cantos e outras formas de ofensas ligados ao racismo, xenofobia, ou demais casos de preconceito.

Mas esse tipo de ofensa já não era crime?

Também estabelece punições específicas para quem causar arruaça em estádios e arredores.

Mas, antes podia causar confusão?

O interessante é que se um grupo de centenas ou de milhares de torcedores começar a chamar o juiz de viado, por exemplo, como a polícia vai executar a prisão dessa turma e onde vai enfiá-los?

Estádio normalmente é um lugar onde se externa a ira, onde o cavalheiro se torna o mais sórdido cafajeste. Isso eu não sei se muda.

Mas, se a lei pegar, já está bom demais.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

DEBATE DURO


Por Ricardo da Costa
www.ricardocosta.com

Um tal Mário, Einstein e a invenção da História

“A História é atualmente revista ou inventada por gente que não deseja o passado real, mas somente um passado que sirva aos seus objetivos.
Estamos hoje na grande época da mitologia histórica.”
Eric Hobsbawm (1917- )

Esse ponto é muito interessante, e posso inclusive dar um bom exemplo da equivocada utilização do passado para justificar uma visão de mundo. Nesse mesmo encontro do C.A., em uma das idéias que desenvolvi durante minha palestra afirmei que os cientistas – e os bons historiadores – buscam o conhecimento pela fruição: o prazer de descobrir, de entender, de compreender.

Para isso, citei uma série de historiadores que já afirmaram o mesmo, e com muito maior brilho do que eu. Prosseguindo na idéia, dei o exemplo dos físicos, que quando pesquisam o átomo ou os movimentos das moléculas o fazem pela busca do conhecimento em si, porque todo conhecimento é bom e vale a pena ser buscado.

Quando os organizadores iniciaram a segunda parte daquele evento, de perguntas, um graduando de História de nome Mário Antunes, pretensioso, pedante, incisivo, beirando a grosseria, foi ao microfone e se disse “bastante surpreso” (!) com minha “colocação simplista” a respeito da importância da fruição e do conhecimento em si. Além de discordar de tudo que eu tinha dito, ele disse ter ficado muito satisfeito por eu ter justamente citado os físicos, pois tinha certeza que Einstein (1879-1955) havia se arrependido amargamente de ter desenvolvido sua teoria quando os americanos lançaram as bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945).

Portanto, em sua idéia, o conhecimento não era bom em si, o que importava era o que fazíamos com ele, qual a sua utilização política.

Bem, em História devemos ter o hábito de checar as informações e ter certeza antes de falar (aliás, em todo debate honesto deve-se ter essa premissa). Na hora, confesso que fiquei em dúvida com a afirmação do resoluto aluno, pois tinha lido um livro de Einstein (uma coletânea de seus escritos) há alguns anos atrás em que ele não dizia nada disso, mas eu poderia me equivocar e fazer uma citação de memória.

Embora esse detalhe não afete em nada a essência do que eu disse – na ocasião afirmei que Einstein não tinha culpa de nada, pelo contrário, a energia nuclear tem muitos usos benéficos para a Humanidade – gostaria de corrigir o decidido porém desatento e mal-educado aluno, para que seu desconhecimento não seja tido como verdade: Albert Einstein, ao contrário do que disse o equivocadíssimo Mário, não se arrependeu do que estudou. Pelo contrário, no caso das bombas atômicas, Einstein DEFENDEU a atitude norte-americana de lançá-las no Japão.

Cito textualmente as palavras do físico: Convém não esquecermos que a bomba atômica foi feita neste país (EUA) como uma medida preventiva; o objetivo era evitar seu uso pelos alemães, caso eles a descobrissem.

O bombardeio de núcleos civis foi iniciado pelos alemães e adotado pelos japoneses. Os aliados deram o troco – como se constatou, com maior eficácia – e estavam moralmente justificados para fazê-lo.(EINSTEIN, 1994: 200-201).

E atenção: esse texto foi escrito por Einstein em 1947, dois anos depois das bombas terem sido jogadas no Japão!

Além disso, devo fazer outra correção de conteúdo para o pobre rapaz: a teoria da relatividade, tese que tornou Einstein famoso no mundo inteiro, serve para explicar sistemas mecânicos celestes, e não sistemas quânticos (que são os que explicam sistemas atômicos). Portanto, Einstein não é o pai da bomba atômica: seus estudos sobre o efeito foto-elétrico fazem parte de uma cadeia maior de estudos que, reunidos posteriormente por outros físicos, deram ensejo à produção atômica.

Moral da história: o bom historiador deve sempre estar seguro das informações factuais que utiliza. Assim é nosso ofício: conhecer e compreender o passado da humanidade, e não reinventá-lo de acordo com nossas convicções pessoais ou políticas, e menos ainda distorcê-lo apenas para criar uma discordância vazia para se auto-afirmar e/ou provocar um tolo debate, como fez o tal aluno Mário Antunes. Esse é o perigo de se usar a História para divulgar ideologias e visões de mundo: quem age assim tem a tendência de ser tendencioso, e distorcer o passado a seu bel-prazer para provar suas idéias.

Há quem busque o saber pelo saber: é uma torpe curiosidade.

Há quem busque o saber para se exibir: é uma torpe vaidade.

Há quem busque o saber para vendê-lo: é um torpe tráfico.

Mas há quem busque o saber para edificar, e isto é caridade.

E há quem busque o saber para se edificar, e isto é prudência.

São Bernardo de Claraval, Sobre o cantar dos cantares, Sermão 36, III.

CLÁSSICO NO JORNALISMO



Jabazeiros x Patrulheiros, o novo clássico do futebol brasileiro, jogado fora de campo, é claro.

A preliminar começa com uma polêmica: jornalista pode fazer propaganda? Isso não fere a ética? Se empresa proprietária do produto que ele anuncia for objeto de investigação, como fica sua credibilidade? Ao fazer propaganda, ele empresta sua imagem ou sua opinião?

Esse jogo só é disputado no campo do jornalismo esportivo, diga-se de passagem. Não veja essa discussão em outros campo da profissão.

E o jogo começa com dois capitães famosos: de um lado, Milton Neves, ou “Merchan Neves”, dado o seu apego em ser garoto-propaganda. O Rei do Jabá, ególatra convicto, mas ótimo comunicador, anuncia de tudo sem pudor, tanto que já se apresenta como Jornalista e Publicitário. Tem um rol de encrencas e processos judiciais de entupir qualquer Sistema Judicial, processando a todos que lhes dão motivos (ou não) para despertar sua ira.

Do outro, Juca Kfouri, dono de um estilo irredutível que lhe custou o exílio da TV aberta. É odiado na cartolagem e por boa parte de seus colegas de profissão. Com Milton Neves, já se engalfinhou diversas vezes nos tribunais.

O fato é que Jornalistas são péssimos anunciantes, e “merchan” testemunhal é um saco. Não raro, troco de canal quando começa um. Melhor seria se adotassem o modelo de “merchan” do CQC, em forma de esquetes, embora os integrantes do programa não sejam exatamente jornalistas.

Em 2003, uma reportagem da Carta Capital delineou os dois times, com depoimentos de seus jogadores.

Do lado da patrulha, Armando Nogueira, genial, disse que a propaganda conspurca a informação; Tostão saiu da Band porque a emissora transformou-se em um cassino televisivo; isso sem contar Jorge Kajuru, que afirmou ter desperdiçado já naquela época cerca de R$ 1 milhão por não se render ao jabá.

Do lado do jabá, além de Milton Neves, Chico Lang, que vende sua imagem, não sua opinião; Flávio Prado, que disse render condicionalmente ao “merchan” se não fizesse propaganda de determinados produtos, como bebidas alcoólicas (mais tarde, virou garoto propaganda da Brahma)...

O jogo também envolve questões além das metodológicas: envolve briga de egos, interesses comerciais de emissoras, relacionamento com clubes, jogadores, e por aí vai.

Se o Jornalista é tão preocupado com o Departamento Comercial, que faça propaganda sem receber a sua comissão, como faz José Luiz Datena. Pelo menos, pode alegar que estava a serviço da emissora.

A imagem do profissional merece cuidado, e o telespectador merece respeito.

domingo, 8 de agosto de 2010

MAIS UMA SUB-CLEBRIDADE



Feranada Terremoto, mais um exemplar de funkeira-periguete, cachorra...

E, busca de seus 15 minutos de fama, diz ser ameaça pelo jogador Elton, do Vasco, e pela sua esposa. Segundo ela, o jogador ameaçou fazer com ela o mesmo que Bruno (supostamente) fez com Eliza Samudio.

Ele nega tudo.

E realmente, tomara que ele não faça nada contra essa joia da MPB:

"Vem, nem! Vou te levar pro céu e usar minha coleção de sabonete de motel!”

Que Tom Jobim que nada...

Em tempo: ela jura que não precisa de barraco para se promover, já que seu "trabalho" já a faz famosa.

E eu que não conhecia essa mente brilhante...

PORTUGUÊS DE FÉRIAS



Piada xenófoba enviada pelo meu colega Ricardo:

O português foi mandado embora do emprego. Juntou a indenização, 13º salário, férias e comprou um Opalão 72.

Reuniu a família (a mulher, dois filhos, a sogra, a empregada, a cunhada e o namorado) e desceu para a praia de Santos.

No meio do caminho, um guarda deu sinal para parar:

- O senhor terá que descer pela Imigrantes, pois esta estrada está interditada.

- Seu guarda, não sabe o alívio que o senhor me deu... Pensei que o senhor tivesse me parado para dar uma multa. Sabes, comprei este carro ontem num ferro velho, não tive tempo de ver a documentação do veículo... O butijão de gás estava batendo muito lá atrás, por isso tive que amarrá-lo com os cintos de segurança, depois quis calçá-lo com o extintor, que eu até procurei mas não o achei... Ainda por cima, podes ver que o carro é para cinco pessoas, mas minha sogra insistiu para trazer a moça com o rapaz e estamos com excesso de passageiros...

E o guarda, puto da vida, diz:

- O senhor sabia que eu posso tirar a sua carteira de motorista ?

- Que bom seu guarda, eu estou tentando tirá-la faz um tempão, e não consigo, se o senhor puder fazer este favor....

A Maria vendo a besteira feita, foi em defesa do marido:

- Seu guarda, não liga não. Manoel, meu marido, quando bebe, só fala besteira!!!