sábado, 15 de janeiro de 2011

O FIM DO BRASIL - PARTE 2



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Era o momento da campanha, e o 7 de Setembro era emblemático: até então, a separação (litigiosa) era dada como certa, mas os desfiles e comemorações deram uma trégua no clima belicoso. Os ex-presidentes Collor, Lula e Dilma (os dois já septuagenários), Fernando Henrique e Sarney (já nonagenários) se reuniram na campanha unitarista. Até membros da Família Imperial levantaram do sarcófago político, e relembrando a façanha de seu antepassado D. Pedro I em manter o gigante unido.


Grupos que defendiam a separação parcial, com uma Confederação que reunisse os Estados independentes formavam em Brasília, um aglomerado batizado com o significativo nome de “Movimento de Separação Pacífica”. Já que a fragmentação parecia inevitável, que ela fosse feita sem rupturas.

E o Brasil foi às urnas no primeiro domingo de Outubro, não para eleger seu presidente, mas para decidir se continuaria unido. Ficou estabelecido que cada estado poderia decidir ou não pela independência, o que poderia gerar situações ridículas: imagine se, por exemplo, Santa Catarina, Espírito Santo, Paraíba, Roraima e Mato Grosso decidissem continuar a serem brasileiros. Isso poderia resultar em um Estado cujos territórios estariam separados por milhares quilômetros.

E a tese do divórcio saiu-se vitoriosa: em alguns lugares, com mais de 90%, caso do Rio Grande do Sul e Piauí, e outros, com votação apertada, como no Rio de Janeiro, com apenas 52%. Candangos e goianos optaram por permanecerem brasileiros.

E agora, restavam algumas perguntas:

Como se faria a transição? Quem seria o inventariante do desmonte do espólio estatal? Com quem ficariam as estatais? Como se dividiriam as Forças Armadas? Como ficaria resolvida a questão da arrecadação do Tesouro? O real seria mantido como moeda única dos países? Em caso de negativa para a última pergunta, como as novas nações se encarregariam de emitir suas próprias moedas? Quem seria considerado o sucessor do Brasil perante às Nações Unidas e a Comunidade Internacional?

Investidores externos se mostravam preocupados com o futuro econômico das futuras nações, mas era consenso que a dita estabilidade econômica seria garantida, bem como o cumprimento dos acordos internacionais.

A influência externa sobre o novo panorama político também era nebuloso: riquezas naturais, como a Amazônia e o Pantanal, eram alvo da cobiça estrangeira, especialmente a norte-americana. Argentina, Venezuela e México se assanhavam em assumir a liderança política latino-americana. A Casa Rosada já anunciava oficialmente a pretensão de assumir o sonho brasileiro de ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU.

Com transição, ficou estabelecido que Eduardo Campos teria seu mandato estendido por mais dois anos, assim como o Congresso Nacional, Governadores e Assembleias Legislativas para que fossem acordados os termos da separação. Reuniões feitas nos bastidores garantiram um acordo que parecia razoável para as partes. Se o Brasil se fragmentasse, que não fosse em vinte e sete Unidades Federativas, como se temia: alguns estados se uniram, segundo critérios geográficos, históricos, políticos, e sobretudo, de acordo com a conveniência de grupos que se manteriam no poder.

Os acordos resultariam em propostas que seriam submetidas à aprovação popular, em um referendo que ocorreria no primeiro domingo de Junho de 2023. Os novos Estados seriam os seguintes:

Estados Unidos da Amazônia: englobaria Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. Evo Morales pretendeu reanexar o Acre, comprado pelo governo brasileiro ainda no Século XX, e Hugo Chavez insinuou incorporar o território de Roraima ao seu país. Os rondonienses cogitaram em se unir ao Mato Grosso, mas preferiram se unir ao país, cuja capital era Manaus, e já nascia como um dos maiores territórios do planeta, e com um conveniente acordo “de cooperação” com o governo de Washington, que tratou de espantar os interesses venezuelanos e bolivianos em abocanhar parte de seu território.

República do Grão-Pará e Amapá: com capital em Belém, incorporou além do Pará, o Amapá, que só aceitou a união mediante a inclusão do seu nome na nomenclatura oficial do país. Havia o interesse francês em transformar o Amapá em um Estado fantoche, que lhe desse acesso fácil ao Rio Amazonas e às suas riquezas naturais. Nesse ponto a mão firme de Washington se uniu à boca nervosa de Hugo Chavez, aquietando as ambições gaulesas na região.

República do Maranhão-Piauí: os maranhenses cogitaram se unir ao Pará, e os piauienses, ao Ceará, o que não aconteceu em nenhum dos dois casos. Tratou-se de um casamento por conveniência, que gerou um país rico em recursos naturais, mas com os mais baixos índices de desenvolvimento humano da antiga nação. A estabilidade política e a união era garantida por acordos entre os oligarcas dos “noivos”, o que garantiria o casamento conveniente do país, cuja capital seria São Luís.

República do Cariri: Ceará e Rio Grande do Norte se uniram em um Estado cuja localização era estratégica (Natal é a cidade sul-americana mais próxima da Europa), e um incrível potencial turístico. A nova nação, cuja capital seria Fortaleza, se aproveitaria disso para se enriquecer com a sua localização geográfica, usada para o sistema portuário e a negociação para a possível instalação de uma base militar americana na região.

Federação do Equador: o nome era uma homenagem à revolta de 1824, apenas retirando o termo Confederação e colocando Federação no lugar. A nova nação, cuja capital seria Recife, teria os antigos estados de Pernambuco, e Paraíba como integrantes. Curiosamente, Eduardo Campos, o último presidente brasileiro, seria eleito o primeiro presidente do novo país, que seria chamado mundo afora como “Equador Oriental”, em contraposição à República do Equador, chamada de “Equador Ocidental”.

República do São Francisco: reunindo Sergipe e Alagoas, o novo país seria um Estado Tampão, que impediria o acesso de equatorianos ocidentais e bahienses o acesso à Foz do Rio São Francisco, e amortizaria a disputa entre as potências regionais. Geopoliticamente, o território francisquense seria uma espécie de Uruguai nordestino. A nova capital seria Maceió, mas apenas provisoriamente até a sua transferência para uma cidade na fronteira entre Alagoas e Sergipe

República Bahiense: com capital em Salvador, o novo país seria batizado em homenagem aos participantes da Conjuração dos Alfaiates, em 1798. Os bahienses disputariam a hegemonia nordestina com equatorianos orientais, embora mantivessem com eles acordos de cooperação econômica e o compromisso de “amizade nordestina”.

República do Rio Doce: capixabas e mineiros se uniriam nesse país, cuja capital seria Belo Horizonte. Para o mineiros, a interessava o acesso ao mar, ao sistema portuário e ao petróleo do Espírito Santo, que por sua vez, estaria ligado à uma potência do antigo Brasil. Havia ainda o interesse fluminense no território capixaba, alegando também exercer “influência cultural” sobre seus habitantes. Mas, os critérios econômicos prevaleceram.

Estado do Rio de Janeiro: trata-se da única unidade da antiga federação que não se uniu à nenhum vizinho. Pequeno geograficamente, mas importante economicamente, o novo país nascia aproveitando o seu petróleo e o seu potencial turístico. Teria que montar um eficiente programa de preparação de suas forças militares, para combater o crime organizado, um problema ainda não resolvido, e quiçá, insolúvel.

República Unida do Brasil Centro-Sul: os separatistas de São Paulo diziam que eram a locomotiva que puxavam o resto do país. E essa locomotiva ainda carregou dois vagões consigo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Os sul-matogrossenses, entre se unirem de novo ao Mato Grosso, do qual se separaram em 1979, e se ligarem ao novo e economicamente importante país, preferiram a segunda opção. Já o Paraná, quase se uniu aos seus vizinhos do Sul, mas optaram pela conveniência econômica e engrossou o território da nova nação, cuja cpital seria São Paulo.

Federação Farroupilha: Rio Grande do Sul e Santa Catarina formariam uma nova nação cujas unidades federativas seriam respectivamente batizadas de República Farroupilha e República Juliana, em homenagem ao movimento separatista do século XIX. Próxima comercialmente de uruguaios e argentinos, a região seria uma ponte entre o Mercosul (que continuaria existindo) e o restante do antigo Brasil.

ROBERTO BRUM CHUTA O BALDE



Roberto Brum literalmente chutou o balde no Santos, time do qual foi dispensado recentemente. Na TV Santa Cecília, de propriedade da família do ex-presidente Marcelo Teixeira, inimigo declarado da atual diretoria, ele reabriu o caso Neymar-Dorival Júnior.


Brum revelou que a ordem de não barrar Neymar no jogo contra o Corínthians foi de empresários que detêm parte dos direitos federativos do atacante. E que ao lado do treinador estavam jogadores “com voz ativa no elenco”, como o próprio Brum, Edu Dracena e Marquinhos.

É bom deixar claro, que o jogador dispensado isentou Neymar de qualquer responsabilidade no episódio.

Analisemos em partes:

1.O que Brum disse é gravíssimo: seu testemunho revela que a “diretoria diferenciada” do Santos age da mesma forma que as “diretorias normais”

2. Se ele disse, vai ter que provar. A diretoria do santos já avisou que o processará pelo que disse.

3. Faz sentido aí as pazes entre treinador e jogador. O qüiproquó de Dorival Júnior seria com a diretoria, não com o jogador.

4. Será que Wagner Ribeiro, empresário de Neymar, vai ter coragem de dizer que é tudo normal, ou que simplesmente não sabia de nada?

5. Depois de sair da história como o dedo-duro, será que o volante dispensado se recolocará no mercado?

6. Era melhor que ele tivesse chutado o balde antes de ser dispensado. A delação agora parece recalque.

7. Brum, para quem não se lembra, é o mesmo que convenceu alguns jogadores do santos a não descerem do ônibus e visitarem crianças com necessidades especiais atendidas por uma entidade espírita. Ato de canalhice dele, de Neymar, de Ganso e de Robinho, entre outros.

ENQUANTO ISSO, NO PARQUE ANTÁRTICA



Tomara que essas obras sigam adiante, porque senão, o Palmeiras vira sem-teto de vez

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

CADASTRO DO BARALHO





No fim do ano passado, as instituições de crédito acenaram com um tal de “Cadastro positivo” para quem paga as contas em dia.


Insinuam que podem oferecer “vantagens” no cadastro.

Redução da taxa de juros, nem pensar.

Brecht disse, com propriedade, que pior que roubar um banco, é abrir um. Poucos negócios são tão lucrativos quanto, e em caso de quebra, sempre há a mão amiga do Estado para socorrer um pobre banqueiro, que não deixará de desfrutar de sua fortuna.

Não quero saber desse tal de Cadastro Positivo, quero juros mais baixos!

Quem usa cartão de crédito, e porventura não pode pagar o total da fatura, cairá em uma armadilha da qual não sairá sem gastar muito. Se sair.

O empréstimo consignado para quem é funcionário público concursado (caso meu) tem juros baixíssimos, se comparados ao restante do mercado, mas mesmo assim é uma ofensa.

Não me venham com essa patacoada de Risco Brasil, oscilações de mercado, custo de crédito, e por aí vai.

Se o devedor não paga, negative o seu nome, e pronto. Não sem antes uma boa tentativa de acordo, que seja razoável para ambas as partes.

O ATÉ LOGO DO CORAÇÃO VALENTE



POR COSME RÍMOLI


Como não chorar junto com Washington?


Eram minhas as lágrimas que escorreram no seu rosto...

No desesperado abraço na esposa e nas filhas.

Eram suas.

As lágrimas eram de quem sabe um pouco do seu sofrimento por jogar futebol.

Mesmo com um deficiência congênita no coração, ele insistiu, arriscou.

Há anos enfrentou com coragem vários e vários diagnósticos que o mandavam parar de jogar.

"Eu confiei, apostei tudo no meu argentino.

Deus o colocou no meu caminho", me confidenciou Washington.

"Meu argentino" é como ele se refere ao médico Constantino Constantin, de Curitiba.

Depois de um cateterismo em 2003, ele foi dado como inapto ao futebol.

Só que Constantin não se conformou.

Enfrentou vários veredictos de colegas.

Arriscou a carreira pelo atacante.

"Ele me perguntou se eu confiava nele.

Respondi que sim.

E me garantiu que poderia jogar.

Foi a maior felicidade da minha vida", relembrou o jogador.

Washington estava jogando com toda a confiança quando aconteceu o fatídico caso Serginho.

O zagueiro do São Caetano que morreu diante das câmeras, no Morumbi, atuando contra o São Paulo.

"Vários idiotas disseram que Washington seria o próximo se continuasse a atuar", diz, raivoso, Constantin.

Washington teve de responder a inúmeras perguntas sobre o seu coração, a sua saúde depois de Serginho.

Isso inclusive desanimou dirigentes de dois clubes que o tiveram nas mãos: Palmeiras e Corinthians.

O atacante soube disso, mas disfarçou.

Fingia nunca ter tido conhecimento do interesse e do receio dos dois clubes.

Matou a vontade de atuar eu uma equipe poderosa paulista atuando no São Paulo.

Dentro de campo, por onde atuou, foi o jogador que todos esperavam.

Alto, forte, sem grande técnica, mas artilheiro.

O que todos não esperavam era a figura humana diferenciada, amiga de todos, prestativa.

Para tirá-lo do sério só o deixando na reserva, como nos seus últimos dias de Morumbi.

Os gols sempre foram seus companheiros.

De cabeça, pé direito, esquerdo, canela direita, canela esquerda, barriga, joelho direito, joelho esquerdo.

Enquanto teve disposição, força, nunca deixou de fazê-los.

Nos últimos meses, o estranho jejum de 14 partidas sem gols no Brasileiro.

Parece que um anjo o ouviu propor para as câmeras de tevê.

"Não me importa se eu não marcar mais e o Fluminense seja campeão do Brasil."

Ele fez essa proposta aos céus quando estava seis partidas em jejum.

Os anjos disseram Amém e ele ficou mais oito jogos sem fazer o que mais gostava no futebol.

A sua personalidade fez com que todos, sem exceção, os jogadores do Fluminense torcessem.

O gol da última partida, a que determinaria o título diante do Guarani deveria ser dele.

A torcida era reconhecimento pelo grande amigo de todos nas Laranjeiras.

Depois do Brasileiro, as férias e os exames profundos com Constantin.

Aos 35 anos, chegou com toda a força o diabetes.

O quadro clínico ficou perigoso demais.

Washington teve de pensar na família.

Na esposa, nos filhos.

E resolveu, finalmente, ceder.

Correu todos os riscos enquanto não era loucura.

Foi uma pessoa digna, exemplo para quem, infelizmente, tem problemas cardíacos.

Mostrou que é possível realizar o sonho e jogar futebol.

Mas também que a vida é mais importante do que tudo.

E até na aposentadoria ele dá um exemplo tão ou até mais importante.

Mesmo pronto para jogar mais um ano, com contrato na mesa, time na Libertadores, ele teve de dizer não.

O 'chega' veio com água nos olhos.

O choro veio sentido de quem queria mais uma temporada, um ano só.

Mas feliz pelos sete anos a mais, quando muitos já davam a sua carreira por encerrada.

Washington, vá seguir a sua vida...

Criar as suas filhas certo do dever cumprido.

O importante foi a sua luta.

Ninguém neste País mereceu mais o apelido de Coração Valente do que você.

Suas lágrimas não são só suas...

São minhas...

São de quem compreende o que é colocar a vida em risco...

Por vontade de jogar um esporte batizado de futebol...

DE DAR NÓ NO CÉREBRO




Acompanhe o raciocínio para que você entenda e não cometa nenhuma loucura...


Junto ao corpo de um suicida, a polícia encontrou a seguinte carta:

"Sr. Delegado, não culpe a ninguém pela minha morte. Deixo esta vida hoje porque um dia a mais eu acabaria louco.

Explico-lhe, Sr. Delegado:

Tive a desgraça de casar-me com uma viúva a qual tinha uma filha (se soubesse não teria me casado).

Meu pai, para maior desgraça, era viúvo, enamorou-se e casou com a filha da minha mulher. Resultou daí que minha mulher se tornou sogra de seu sogro, minha enteada ficou sendo minha mãe, meu pai era ao mesmo tempo o meu genro.

E depois de algum tempo minha filha trouxe ao mundo um menino, que veio a ser meu irmão. Com o decorrer do tempo minha mulher também deu a luz a um menino que, como irmão de minha mãe, era cunhado de meu pai e tio do seu filho, passando minha mulher a ser nora da sua própria filha.

Eu, Sr. Delegado, fiquei sendo pai da minha mãe, tornando-me irmão do meu neto. Minha mulher ficou sendo minha avó, já que é mãe da minha mãe e assim, acabei por ser avô de mim mesmo."

O Delegado acabou de ler e se matou também!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O FIM DO BRASIL (PARTE 1)



2022, ano do bicentenário da Independência do Brasil, e incrivelmente, o ano da fragmentação da nação surgida depois do Grito do Ipiranga.


As eleições presidenciais de 2010 podem ser consideradas o início do fim: a votação de Dilma Roussef no Norte-Nordeste foi o pretexto para que uma série de ofensas na Internet. Ofensas que se agravaram com a reeleição da presidenta, em 2014, quando ela obteve uma expressiva vitória no Norte-Nordeste e uma fragorosa derrota no Sul e em São Paulo. Sua vitória sobre Geraldo Alckmin foi apertadíssima, e se deveu à negligência de Aécio Neves, novamente preterido pelo tucanato.

Em 2018, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, filiado ao PSB, com apoio do PT, justamente um nordestino, foi eleito presidente, novamente passeando no Nordeste e apanhando no Sul. Seus marqueteiros preparam uma ação de “conciliação” com os sulistas, que se revela um fracasso. Movimentos separatistas, algo impensável até então, ganham força em diversas regiões do Brasil.

No entanto, a economia ia muito bem. Desde 2003, o crescimento do PIB sempre superava os 7% anuais, transformando o país em um porto seguro para investidores em meio às constantes crises financeiras internacionais. Crescimento econômico que gerava controvérsias quanto à sua distribuição: estados mais ricos queriam a maior parte do bolo, enquanto estados mais pobres queriam redistribuição mais justa de renda. O debate esquentava no Congresso.

Como se já não bastasse a distribuição dos recursos da chamada Camada Pré-Sal, que levou anos para se resolver, a descoberta de mais reservas petrolíferas, agora no Sertão Nordestino, gerava mais conflitos. “O Petróleo é Nosso”, bradavam os oligarcas nordestinos, retomando o lema varguista do início dos anos 50.

“O Petróleo é de Todos”, gritavam os sulistas, liderados pela sua elite empresarial, adaptando o lema dos apoiadores do velho Getúlio. Para pressionar, ameaçavam retirar seus investimentos no Nordeste. Em troca, as autoridades locais insinuavam confisco das propriedades, ou expropriação no jargão socialista.

A proposta de Eduardo Campos de rediscutir o Pacto Federativo fez o Pacto se transformar em Combate: a rediscussão dos papéis de União, Unidades Federativas e Municípios se revelou um cabo-de-guerra que arrebentou a corda. A solução proposta em conjunto pelas lideranças partidárias tanto na Câmara quanto no Senado era radical: uma revisão constitucional, que seria realizada em 2020.

Nesse ínterim, surgiam grupos políticos que propunham a mais radical das soluções: a dissolução da federação, embora uma Cláusula Pétria da Carta de 1988 proibisse isso.

Grupos esses que pipocavam nos mais diversos cantos do Brasil: Movimento de Emancipação dos Pampas, Frente Unida por São Paulo, Movimento de Orgulho Nordestino, Ação Libertadora da Amazônia, e por aí vai.

Hora da revisão, e essa cláusula pétria se tornou volúvel: sorrateiramente, na calada da noite, o texto que tratava sobre a indissolubilidade federativa fora retirado, sem que nenhum jurista discordante fosse ouvido. Era o mote necessário para os separatistas.

Para contrabalancear, a campanha “Unionista”, catapultada pela grande imprensa nacional, graças à ação conjunta e inusitada de Globo e Record, interessadas em manter seus lucros e suas programações em escala nacional, era lançada, mas sem grande sucesso. As afiliadas insistiam cada vez mais nas programações regionais e novas emissoras para esse fim eram lançadas, conquistando boa parcela dos anunciantes.

O clima tenso chegava até mesmo ao futebol: a delegação do Vitória teve seu ônibus apedrejado ao chegar ao Estádio Beira-Rio, quando enfrentaria o Inter. Na rodada seguinte, foi vista uma faixa na torcida do Grêmio, que dizia “não sou do mesmo país desses nordestinos de m...”. No dia seguinte, um CTG (Centro de Tradições Gaúchas) foi incendiado em Fortaleza. Da mesma forma como Centros de Culturas Nordestinas eram atacados no Sul.

Alheios, mas não tanto, à essa discussão, políticos da Amazônia, cientes do tesouro sobre o qual estavam sentados, esfregavam as mãos sonhando em negociar os lucros da região. Governos e grandes corporações de diversos países já se prontificavam em “colaborar e proteger” o novo Estado que poderia surgir.

Nem mesmo a interferência de políticos e personalidades impediu que a crise atingisse a Seleção Brasileira de Futebol. A Seleção antes Brasileira se resumiria a um combinado de paulistas e cariocas, que se classificaria com muito custo ao Mundial do Catar, já em 2022. Jogadores separatistas se recusariam a entrar em campo para defender um país que diziam não ser mais o seu. Com um combinado Rio-São Paulo, o time comandado por Wanderley Luxemburgo caiu ainda na primeira fase, após um empate diante do México. A imprensa do resto do país fazia chacota do vexame do time hexacampeão (vencera a Copa de 2014).

No Congresso Nacional, no mês de Julho, na ressaca pós-Copa e no aquecimento para as eleições presidenciais, uma proposta de anexar às eleições presidenciais por um plebiscito de separação era aprovada em velocidade meteórica. Era um grande passo rumo à separação, que à essa altura, parecia cada vez mais real.

APRENDA COM A TURMA DO CHAVES




CHAVES (Venezuela): Representa a pobreza na América Latina, que sofre na mão da burguesia, mas luta (ainda que os métodos nem sempre sejam corretos) para fazer valer os direitos do povo.

SEU MADRUGA (Brasil): pobre, feio, passa fome e sempre dá um jeitinho de não pagar as dividas, apesar de ter sua vida controlada pelo Seu Barriga (FMI), por causa de seus problemas financeiros.

BRUXA DO 71 (Argentina): Ninguém gosta dela, e ela fica sempre atrás do Seu Madruga (Brasil) tentando foder com ele. Sempre se dá mal, cada vez mais.

KIKO (Paraguai): o mais chacoteado de todos, e sua característica principal é possuir brinquedinhos caros que nem sempre funcionam.

NHONHO (Canadá): grande e rico, mas ninguém dá importância. É o aluno preferido do Prof. Girafales (EUA). Sempre que aparece apanha.

PROFESSOR GIRAFALES (EUA): Tem poder sobre todos. Tenta passar sua “cultura” para todo mundo, apesar de alunos como Chaves (Venezuela) sempre darem uma zoadinha e sairem por cima no final.

CHIQUINHA (Cuba): É a melhor amiga do Chaves (Venezuela). Pequena, mas faz um barulho danado, o que incomoda todo mundo, principalmente o Prof. Girafales (EUA).

DONA FLORINDA (México): Vive atrelada ao Prof. Girafales (EUA). É neurótica e gosta de mandar nos outros. Seu maior sonho é juntar os trapinhos com o Professor.

GODINES E SEU JAIMINHO (Suriname e Guiana Francesa): Aparecem de vez em quando, mas ninguém lembra que existem.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

VENCER E MORRER



A história do futebol mundial inclui milhares de episódios emocionantes e comovedores, mas seguramente nenhum seja tão terrível como o protagonizado pelos jogadores do Dinamo de Kiev nos anos 40. Os jogadores jogaram um partida sabendo que se ganhassem seriam assassinados e, no entanto, decidiram ganhar. Na morte deram uma lição de coragem, de vida e honra, que não encontra, por seu dramatismo, outro caso similar no mundo.


Para compreender sua decisão, é necessário conhecer como chegaram a jogar aquela decisiva partida, e por que um simples encontro de futebol apresentou para eles o momento crucial de suas vidas.

Tudo começou em 19 de setembro de 1941, quando a cidade de Kiev (capital ucraniana) foi ocupada pelo exército nazista, e os homens de Hitler aplicaram um regime de castigo impiedoso e arrasaram com tudo. A cidade converteu-se num inferno controlado pelos nazistas, e durante os meses seguintes chegaram centenas de prisioneiros de guerra, que não tinham permissão para trabalhar nem viver nas casas, assim todos vagavam pelas ruas na mais absoluta indigência. Entre aqueles soldados doentes e desnutridos, estava Nikolai Trusevich, que tinha sido goleiro do Dinamo.

Josef Kordik, um padeiro alemão a quem os nazistas não perseguiam, precisamente por sua origem, era torcedor fanático do Dinamo. Num dia caminhava pela rua quando, surpreso, olhou um mendigo e de imediato se deu conta de que era seu ídolo: o gigante Trusevich.

Ainda que fosse ilegal, mediante artimanhas, o comerciante alemão enganou aos nazistas e contratou o goleiro para que trabalhasse em sua padaria. Sua ânsia por ajudá-lo foi valorizado pelo goleiro, que agradecia a possibilidade de se alimentar e dormir debaixo de um teto. Ao mesmo tempo, Kordik emocionava-se por ter feito amizade com a estrela de sua equipe.

Na convivência, as conversas sempre giravam em torno do futebol e do Dinamo, até que o padeiro teve uma idéia genial: encomendou a Trusevich que em lugar de trabalhar como ele, amassando pães, se dedicasse a buscar o resto de seus colegas. Não só continuaria lhe pagando, senão que juntos podiam salvar os outros jogadores.

O arqueiro percorreu o que restara da cidade devastada dia e noite, e entre feridos e mendigos foi descobrindo, um a um, a seus amigos do Dinamo. Kordik deu trabalho a todos, se esforçando para que ninguém descobrisse a manobra. Trusevich encontrou também alguns rivais do campeonato russo, três jogadores da Lokomotiv, e também os resgatou. Em poucas semanas, a padaria escondia entre seus empregados uma equipe completa.

Reunidos pelo padeiro, os jogadores não demoraram em dar o seguinte passo, e decidiram, alentados por seu protetor, voltar a jogar. Era, além de escapar dos nazistas, a única que bem sabiam fazer. Muitos tinham perdido suas famílias nas mãos do exército de Hitler, e o futebol era a última sombra mantida de suas vidas anteriores.

Como o Dinamo estava enclausurado e proibido, deram um novo nome para aquela equipe. Assim nasceu o FC Start, que através de contatos alemães começou a desafiar a equipes de soldados inimigos e seleções formadas no III Reich.

Em sete de junho de 1942, jogaram sua primeira partida. Apesar de estarem famintos e cansados por terem trabalhado toda a noite, venceram por 7 a 2. Seu seguinte rival foi a equipe de uma guarnição húngara, ganharam de 6 a 2. Depois meteram 11 gols numa equipa romena. A coisa ficou séria quando em 17 de julho enfrentaram uma equipe do exército alemão e golearam por 6 a 2. Muitos nazistas começaram a ficar chateados pela crescente fama do grupo de empregados da padaria e buscaram uma equipe melhor para ganhar deles. Trouxeram da Hungria o MSG com a missão de derrotá-los, mas o FC Start goleou mais uma vez por 5 a 1, e mais tarde, ganhou de 3 a 2 na revanche.

Em seis de agosto, convencidos de sua superioridade, os alemães prepararam uma equipe com membros da Luftwaffe, o Flakelf, que era uma grande time, utilizado como instrumento de propaganda de Hitler. Os nazistas tinham resolvido buscar o melhor rival possível para acabar com o FC Start, que já gozava de enorme popularidade entre o sofrido povo refém dos nazistas. A surpresa foi grande, porque apesar da violência e falta de esportividade dos alemães, o Start venceu por 5 a 1.

Depois dessa escandalosa queda do time de Hitler, os alemães descobriram a manobra do padeiro. Assim, de Berlim chegou uma ordem de acabar com todos eles, inclusive com o padeiro, mas os hierarcas nazistas locais não se contentaram com isso. Não queriam que a última imagem dos russos fosse uma vitória, porque acreditavam que se fossem simplesmente assassinados não fariam nada mais que perpetuar a derrota alemã.

A superioridade da raça ariana, em particular no esporte, era uma obsessão para Hitler e os altos comandos. Por essa razão, antes de fuzilá-los, queriam derrotar o time em um jogo.

Com um clima tremendo de pressão e ameaças por todas as partes, anunciou-se a revanche para 9 de agosto, no repleto estádio Zenit. Antes do jogo, um oficial da SS entrou no vestiário e disse em russo:

- "Vou ser o juiz do jogo, respeitem as regras e saúdem com o braço levantado", exigindo que eles fizessem a saudação nazista.

Já no campo, os jogadores do Start (camisa vermelha e calção branco) levantaram o braço, mas no momento da saudação, levaram a mão ao peito e no lugar de dizer: - "Heil Hitler!", gritaram - "Fizculthura!", uma expressão soviética que proclamava a cultura física.

Os alemães (camisa branca e calção negro) marcaram o primeiro gol, mas o Start chegou ao intervalo do segundo tempo ganhando por 2 a 1. 8 jan (3 dias atrás) Matheus Tavares

Receberam novas visitas ao vestiário, desta vez com armas e advertências claras e concretas:

- "Se vocês ganharem, não sai ninguém vivo". Ameaçou um outro oficial da SS. Os jogadores ficaram com muito medo e até propuseram-se a não voltar para o segundo tempo. Mas pensaram em suas famílias, nos crimes que foram cometidos, na gente sofrida que nas arquibancadas gritava desesperadamente por eles e decidiram, sim, jogar.

Deram um verdadeiro baile nos nazistas. E no final da partida, quando ganhavam por 5 a 3, o atacante Klimenko ficou cara a cara com o arqueiro alemão. Deu lhe um drible deixando o coitado estatelado no chão e ao ficar em frente a trave, quando todos esperavam o gol, deu meia volta e chutou a bola para o centro do campo. Foi um gesto de desprezo, de deboche, de superioridade total. O estádio veio abaixo.

Como toda Kiev poderia a vir falar da façanha, os nazistas deixaram que saíssem do campo como se nada tivesse ocorrido. Inclusive o Start jogou dias depois e goleou o Rukh por 8 a 0. Mas o final já estava traçado: depois dessa última partida, a Gestapo visitou a padaria.

O primeiro a morrer torturado em frente a todos os outros foi Kordik, o padeiro. Os demais presos foram enviados para os campos de concentração de Siretz. Ali mataram brutalmente a Kuzmenko, Klimenko e o arqueiro Trusevich, que morreu vestido com a camiseta do FC Start. Goncharenko e Sviridovsky, que não estavam na padaria naquele dia, foram os únicos que sobreviveram, escondidos, até a libertação de Kiev em novembro de 1943. O resto da equipe foi torturada até a morte.

Ainda hoje, os possuidores de entradas daquela partida têm direito a um assento gratuito no estádio do Dinamo de Kiev. Nas escadarias do clube, custodiado em forma permanente, conserva-se atualmente um monumento que saúda e recorda àqueles heróis do FC Start, os indomáveis prisioneiros de guerra do Exército Vermelho aos quais ninguém pôde derrotar durante uma dezena de históricas partidas, entre 1941 e 1942.
Foram todos mortos entre torturas e fuzilamentos, mas há uma lembrança, uma fotografia que, para os torcedores do Dinamo, vale mais que todas as jóias em conjunto do Kremlin. Ali figuram os nomes dos jogadores.

Na Ucrânia, os jogadores do FC Start hoje são heróis da pátria e seu exemplo de coragem é ensinado nos colégios. No estádio Zenit uma placa diz "Aos jogadores que morreram com a cabeça levantada ante o invasor nazista".

Esta é a história da dramática "Partida da Morte". O cineasta John Huston inspirou-se neste fato real para rodar seu filme "Fuga para a vitória" (Escape to Victory) de 1982 que chamou muita atenção à época do lançamento porque dele participaram grandes nomes do cinema como Michael Caine, Sylvester Stallone e Max Von Sydow, mas muito mais pela participação de algumas estrelas do futebol, como Bobby Moore, Osvaldo Ardiles, Kazimierz Deyna e Pelé. No filme John Huston fez o que não pôde o destino: salvar os heróis.

Pra quem gostou da história recomendo que leiam "Futebol e Guerra". Nesse livro é contado, com detalhes, tudo o que aconteceu desde a época do Dínamo, início da guerra, fim da guerra e o que aconteceu com os jogadores.

DATAS DESIMPORTANTES




Do gazetaonline

A Assembleia das homenagens


Criação de datas comemorativas virou 'febre' entre deputados nesta legislatura

09/01/2011 - 22h24 - Atualizado em 09/01/2011 - 22h24

A Gazeta

 MARIANA MONTENEGRO

mmontenegro@redegazeta.com.br

Você pode até não saber, mas no próximo dia 4 de abril nós, capixabas, comemoramos o Dia Estadual do Jipe. No nosso calendário festivo outras datas, no mínimo, chamam atenção. Vão do Dia do Skatista ao Dia do Motoboy, passando pelos dias da Reflexão sobre as Mudanças Climáticas e do Ouvinte de Rádio. Nesta legislatura, os deputados usaram e abusaram das homenagens com a criação de 95 projetos de lei - contabilizando somente os sancionados pelo governo.


Nas justificativas desses projetos "excêntricos" os parlamentares alegam a importância do resgate de datas e do registro histórico. Em sua mensagem, o projeto do Dia do Ouvinte de Rádio, por exemplo, proposto por Da Vitória (PDT), traz que os avanços da indústria de radiofusão "jamais teria ocorrido se não fosse pelos ouvintes".


A proposta para a criação do Dia Estadual do Jeep, de Janete de Sá (PMN), coloca que o objetivo é atrair turistas e incentivar a prática de esportes ligados a essa modalidade. Na mesma linha, Luzia Toledo (PMDB) justifica que "a criação do Dia do Skatista no Estado se justifica não só como uma forma de incentivar a prática da modalidade, mas também para impulsionar as vendas das indústrias".


Direitos


Campeã de propostas criando dias de homenagens, com 19 projetos sancionados, Luzia garante que todas partiram de solicitações das classes e segmentos específicos.


Ela justifica que as datas de homenagem servem para que as diversas categorias possam reivindicar direitos e chamar a sociedade para debater assuntos. Ela assinou os projetos de criação dos dias do Skatista, Yoga, Tropeiro, Conselho Tutelar, Consumo Consciente - um dia sem sacolas plásticas, Turismo, dentre outros.


Autor também de uma série de projetos de datas comemorativas, Atayde Armani (DEM) prefere destacar apenas três de suas dez matérias do gênero. "Falo principalmente por três projetos: do Caboclo Bernardo e dos dias dos imigrantes Alemão e Pomerano. Todos importantes pelo resgate da história do Estado." O parlamentar é autor ainda dos projetos de criação dos dias do Início da Colheita do Café Conilon, da Avicultura e do Cacau.


Justificativas não faltam, mas as propostas desse gênero custam no bolso da população que espera por projetos mais fundamentais ao andamento do Estado e que os deputados cumpram o papel que lhes foi dado pelos eleitores: legislar com competência e fiscalizar a administração pública.


Luzia: projetos partem de categorias


Campeã de propostas de homenagens, com 19 projetos de lei sancionados desse gênero, a deputada Luzia Toledo (PMDB) garante que todos partiram de solicitações das classes e segmentos específicos. "Nenhuma dessas datas foi de minha iniciativa", alegou. "Os segmentos precisam de um dia especial para pensarem sobre suas políticas."


Autor também de uma série de projetos de datas comemorativas, Atayde Armani (DEM) prefere destacar apenas três das dez matérias do gênero. "Falo por três projetos: do Caboclo Bernardo e dos dias dos imigrantes Alemão e Pomerano. Todos importantes pelo resgate da história do Estado.". O parlamentar é autor ainda dos projetos de criação dos dias do Início da Colheita do Café Conilon, da Avicultura e do Cacau.


Lula impôs limites para novas datas


Em Brasília, os projetos excêntricos de deputados federais levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em dezembro, a sancionar matéria que fixa critérios e estabelece que somente eventos de "alta significação" podem receber um dia "para chamar de seu". O objetivo é evitar a proliferação de dias e criação de leis sem necessidade. Do calendário oficial hoje já fazem parte Dia do Inventor, Dia do Pescador Amador, Dia do Engenheiro Eletricista, Dia Nacional da Voz e Dia da Equoterapia.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

A ESCOLHA DE RONALDINHO E O CONTRA-ATAQUE GREMISTA



TIPOS DE PROFESSOR DE HISTÓRIA



Estou no Magistério desde 2003, e minha formação pedagógica é muito mais fruto das aulas no Departamento de História do que minhas aulas no Centro Pedagógico.


Aderi à linha da História Política. Lógico que não tenho a bagagem teórica, mas o professor e cientista político André Pereira é a minha maior influência, ao lado do professor Luiz Antônio Pinto.

Natural que me posicionasse mais à esquerda: os cursos na área de Ciências Humanas são fábricas de esquerdistas, uns conscientes, alguns utópicos e outros mais idiotas, os chamados revolucionários de McDonald’s.

Na sala de aula, nunca fui muito fã de livros didáticos, que penso que direcionam demais o trabalho do professor, embora reconheça que por vezes, é uma ferramenta única em diversos casos. Nesse ponto, apesar das divergências, gosto da linha política de Mário Schmidt, cujo título da coleção, “Nova História Crítica”, revela bem o seu pensamento.

Na sala dos professores, acabei me deparando com profissionais na disciplina de História, com as mais diversas linhas, dentre as quais posso destacar:

a) Políticos: linha na qual me enquadro. Têm preferência pela História Contemporânea, costumam abusar das aulas expositivas e de textos paradidáticos.

b) Culturalistas: não têm preferência por um período histórico, nem pela fixação em um conteúdo. Gostam de trabalhar com projetos, teatro, paródias e coisas afins.

c) Professores de cursinho: têm uma empatia incrível, bem como a capacidade de divertir seus alunos. Geralmente encontrados em cursinhos, têm uma incrível dificuldade em lidar com salas de aulas “regulares”

d) Áreas afins: quase sempre professores formados em outras áreas, dominam pouco ou quase nada do conteúdo. Por isso, se limitam, com honrosas exceções, a repetirem o que está escrito no livro didático, uma espécie de muleta indispensável.

APOCALIPSE NEWS - 7 EDIÇÃO




"PT, PSDB e DEM acenam com coligação na eleição para Prefeitura de Dourados/MS” (Jornal A Tribuna)


Comentário: mais um sintoma do fim do mundo. Imagino Lula e Fernando Henrique abraçados no palanque fazendo campanha.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

MAIS UMA DO MANÉ



Um sujeitinho com o qual venho trocando farpas pelo twitter resolveu mostrar sua face de criatura desprovida de educação.


Segundo ele, “tem gente em Vila Velha que não tem P. .. NENHUMA e fica falando mal de quem tem”

O P... eu abreviei. Não há necessidade de explicitar o palavrão.

Sei que o recado foi para mim, já que o chamei de aspone (assessor de p... nenhuma), quando o assunto era cargos comissionados, função que ocupa por conveniência política, não competência técnica.

Para quem evoca o nome de Deus, de santos e do Papa, uma falta de educação imperdoável essa.

Não creio dever devoção ao Papa, explicito meus motivos, e quem quiser reclamar, que o faça, sem me encher a paciência.

Outro dia, o Beato Rabugento disse que eu não tenho importância. Ora essa, se não tenho, porque perde seu precioso tempo (que creio eu deva estar a serviço da municipalidade, já que é muito bem remunerado para isso) com o escriba deste blog?

Deixo claro que não ocupo nem ocupei qualquer cargo comissionado. Desde que trabalho no serviço público, o faço através de Processos Seletivos. Portanto, indicação política não está no meu currículo.

Um indivíduo cuja principal qualificação para postular um cargo público é o passado familiar, e não a competência técnica, de certo não merece crédito.

Em tempo: é bom que ele retome também a função de assessor de twitter do chefinho. Afinal, gastar um pouco de tempo para bajulá-lo não deve custar muito esforço.

FIM DA NOVELA?



Parabéns, gremistas.


Parabéns aos palmeirenses também.

E meus pêsames aos flamenguistas.

Ronaldinho, ex-jogador que há quatro anos e meio joga bola de vez em quando, vai para o rubro-negro da Gávea em troca de muitos milhões, e depois de um leilão em que seu irmão e empresário Roberto Assis de tudo para arrancar mais um trocado.

Assim como Andrés Sanches disse sobre Ronaldo, é óbvio que se Ronaldinho estivesse jogando bola de verdade, estaria ainda na elite da Europa. Ou alguém acredita que o Milan não ofereceria uma bela proposta de renovação ou nem sequer cogitaria liberá-lo antes do fim do contrato?

Em termos de marketing, é claro que vinda do dentuço será ótima para o Flamengo, que tenta recuperar sua imagem, arranhada ano passado pelas manchetes policiais e trapalhadas internas. Imagem que continuará arranhada se o Ronaldinho Baladeiro continuar superando o Ronaldinho Atleta.

Mas, depois de tantas promessas não-cumpridas de esforço e recuperação, será que alguém acredita na dedicação de Ronaldinho?

Outra coisa: imagine o retorno dele ao Estádio Olímpico! O ódio que a torcida do Flamengo sente por Ronaldo não é nada perto do que os gremistas sentirão por Ronaldinho e seu irmão.

Talvez ele não sinta o peso desse ódio, caso sinta um “desconforto muscular”, como um daqueles que Adriano sentia no mesmo Flamengo quando lhe convinha.

MINHA VIDA DE PROFESSOR - ANO 7



Já escrevi que 2008 foi um ano que começou turbulento, e passou à tranqüilidade. O mesmo pode se dizer de 2009, só que em escala exponencial.


Para começar, a concorrência para DT no estado se intensificava com o novo salário, mais alto e chamado de subsídio. Depois, a possibilidade de trabalhar em cinco municípios deixava todos desbaratados quanto à escolha. Resolvi tentar Vila Velha, Cariacica, Viana, e pensando em uma possível efetivação, Alfredo Chaves e Marechal Floriano.

Essa efetivação foi um parto de 18 meses, e Janeiro mereceu um capítulo especial: não fui chamado (terceira vez), mas teria preferência nas vagas por ser o primeiro no cadastro de reserva. Teria, do verbo se a vaga aparecesse. Resultado: tive que ir para o confronto com os mortais.

A semana anterior começou com a escolha de vagas em Alfredo Chaves. Escolhi 15 horas em Sagrada Família, para não assumir, já que o estado não me convocou.

Quinta-feira, quatro dias antes do início das aulas, escolha em Vila Velha: cheguei às oito da manhã, e esperei, esperei, esperei, esperei, debaixo de um sol senegalês, e uma falta de informações desesperadora. Confirmei também que o Magistério não é exatamente uma categoria que preza pelo respeito às normas. Depois de mais de nove horas de espera, e uma imposição de pegar uma carga horária fechada, saí de lá com 12 aulas no Ormanda Gonçalves (eu lá de novo) e 8 aulas no Maura Abaurre, de onde eu tinha péssimas recordações.

Segunda-feira, início dos trabalhos, e a Superintendência de Cariacica ainda não havia feito toda a chamada. E lá fui eu, às oito da manhã, para mais uma epopéia, contando com a compreensão do Ormanda Gonçalves de me ausentar. Saí de lá pelas seis e meia da tarde, com nove aulas no Anília Knaak (eu lá de novo) e mais duas no Maria de Novaes Pinheiro (eu lá de novo).

Terça, véspera de início das aulas, um telefonema lacônico de Maura Abaurre decretava o fim de minha passagem por lá sem que ela tivesse iniciado. Perdi as oito aulas sem nenhuma explicação convincente, mas graças à diretora do Ormanda, recuperei o perdido, pegando cinco aulas à tarde no mesmo Ormanda, e mais cinco no Francelina Carneiro Setúbal, com cinco aulas (uma turma de sétima e outra de oitava, que definitivamente, careciam de noções básicas de comportamento em sala de aula)

Em Viana, ao menos consegui trocar as aulas do EJA Fundamental pelas aulas do Ensino Médio, seguindo meu trabalho. E durante seis meses, minha vida era uma correria só: quatro escolas em três turnos. E com aulas picadas, minhas folgas eram reduzidas. A terça maldita chegou a doze aulas em três turnos, o que derruba o fôlego de qualquer um.

Em Julho, depois de um e-mail necessariamente mal-educado e uma conversa telefônica dura, saiu minha convocação. Era hora de largar tudo e ir para Alfredo Chaves. Não sem antes uma bateria de exames que me custou os olhos da cara, já que meu plano (PHS) não cobria quase nada em tempo. Um médico me disse claramente para trocar de plano, coisa que fiz.

18 de Agosto, dia da minha chegada à Alfredo Chaves: logo de cara, 18 quilômetros de estrada de chão até São João do Crubixá, e mais 18 até Matilde, em trecho asfaltado. Senti arrependimento de ir para lá e desejei de volta minha vidinha de DT.

Tive problemas para me acostumar à cidade, à moradia, à alimentação (à base de fast-food), e a um lugar onde eu nãoo conhecia ninguém, literalmente

Mas fui me acostumando, e a tranqüilidade veio, e encerrei o ano, apesar das idas e vindas de 80 quilômetros do serviço até minha casa, em relativa tranqüilidade, e com a certeza de trabalhar além das minhas 25 horas de efetivo, mais 12 horas de Carga Horária Especial.

Janeiro de 2010 seria um mês de inédita tranqüilidade.

domingo, 9 de janeiro de 2011

DERRAPADA NAS FÉRIAS






Lula tem o direito de fazer o que bem entende nas férias, e o Estado lhe garante alguma regalias, de acordo com a lei que regulamenta o tratamento dado aos ex-presidentes


Inclusive descansar na praia, como está fazendo.

Mas, não era necessário descansar justamente em uma fortificação militar, mesmo que “oficialmente” esteja a convite de alguém que possa fazê-lo.

Também não é conveniente que seus filhos permaneçam como Passaporte Diplomático, que são desnecessários agora.

Lula não deveria evitar dar motivos para quem lhe critica.

Assim poderia se defender melhor da má-vontade da mídia.

MINHA VIDA DE PROFESSOR - ANO 6



Se 2007 começou em 2006, também é possível afirmar que 2008 começou em 2007, para começar, na escolha de onde tentar trabalhar. A concorrência estava ainda mais pesada, e sem o certificado da pós-graduação, era hora de escolher o município em que trabalhar.


Isso mesmo, o município, já que o Edital limitava o seu trabalho a um só município, e sendo assim, escolhi Viana.

Outro momento crucial era o concurso de ingresso que se avizinhava: tinha que escolher um município, e pretendia fugir da concorrência. Pensei em escolher Ponto Belo, a uns 250 km de Vitória, pensei melhor, pesquisei e fui escolher Alfredo Chaves, que ficava a 80 km da capital.

A última dezena de Janeiro era hora de resolver as pendências: primeiro, a escolha de vagas. Poucos inscritos para Viana, e escolhi o Ensino Médio do Anília Knaak, e de quebra, a fila voltou deu volta e peguei mais algumas aulas no Maria de Novaes Pinheiro, em Vila Bethânia.

No último Domingo do mês, a prova. Esperava chegar aos 100 pontos de 120 possíveis, mas só fiz 88, o suficiente para o primeiro lugar. Bom era apenas uma vaga mesmo.

Primeira semana de Fevereiro, e eu ao trabalho. Quer dizer, mais ou menos. O Anília estava em reformas e passei umas duas semanas esperando. As aulas começaram com a escola reformada. Quer dizer, reformada, mas não muito: ainda faltavam os ventiladores e a água era escassa. Isso no verão é um problemão.

No Maria de Novaes Pinheiro, dificuldades. Os alunos não eram fáceis, e parece que eu não tinha muitas forças para lidar com eles. Confesso que tenho dificuldades para lidar com transgressores exibidos, que insistem em manter o celular em volume insuportável, por exemplo. Na primeira aula na quinta série, me enfiaram 47 alunos goela abaixo. Chegou o ponto em que não havia lugar para tanta cadeira, a menos que empilhasse umas nas outras.

Trabalhar nessa escola não foi das tarefas mais fáceis. Tanto que quando tive que sair, o fiz sem nenhum peso na consciência, apenas no bolso, que doeria muito sentindo a falta de 17 horas. Ao menos, da sala dos professores, guardo uma ótima recordação daquela escola. Muito boa mesmo a equipe de Ensino Médio.

De volta ao Anília: resolvidos os problemas em Vila Bethânia, pude me dedicar às minhas aulas no Canaã, em um ano que tive uma tranqüilidade incrível. Não tive problemas marcantes nem com alunos, nem com colegas de trabalho, que por sinal, eram incríveis, do tipo que valia a pena sair para bater papo fora do expediente.

Em Junho, saiu a primeira convocação dos aprovados no concurso, da qual (com alívio) fiquei de fora, da mesma forma como não seria convocado em Outubro, o que começava a me intrigar.

E assim se terminou o ano mais tranqüilo da minha carreira. Um ano de descanso, sobretudo.