sábado, 30 de julho de 2011

DESCONHECIDOS



Já que o calendário do futebol brasileiro não é sincronizado com o europeu, e quando dos torneios de pré-temporada por lá o nosso torneio nacional está em andamento, fica difícil que nossos clubes disputem essas competições.
Além do mais, não há interesse da CBF em que isso aconteça: ela quer que os jogadores brasileiros se exibam somente com a camisa do time de Ricardo Teixeira.

Quando muito, só se um clube brasileiro vencer a Taça Libertadores há um desafio no fim do ano. Se não aparecer nenhum Mazembe no meio do caminho...

Mas, o principal é que os europeus não parecem se importar muito com o que passa no futebol daqui, a não ser que surja alguma joia para eles importarem. O Mundial de Clubes é apenas um torneio a mais, a festa mesmo vem da conquista da Liga dos Campeões.

O Inter disputou essa semana a Copa Audi, em Munique. Empatou e perdeu nos pênaltis para um time misto do Barcelona, e empatou e ganhou nos pênaltis de um time quase misto do Milan.

Nos ingressos para a competição, ao invés de Inter ou Internacional, se via escrito “Porto Alegre”

De fato, os clubes brasileiros são desconhecidos no Velho Continente: historicamente se conhece o Santos de Pelé, ou o Botafogo de Garrincha; e na atualidade, talvez o Corínthians (por conta de Ronaldo) e o Flamengo (por conta de Adriano), dois jogadores que saíram da Europa pela porta dos fundos.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

TRAGÉDIA AVISADA

O

 fim da talentosa cantora inglesa era para lá de esperado, com ou sem maldição dos 27 anos.
Usar o exemplo de Amy para fazer discurso contrário ao uso de drogas é válido, por mais que existam pessoas que esperneiam em contrário.

Ela teve o seu martírio exposto em público, para uma plateia ensandecida por horrores, abastecida por uma imprensa que sempre arranjava um jeitinho de lhe submeter ao vexame.

Só que o caso não era de diversão: um ser humano agonizava perante milhões de pessoas que sabiam o seu destino e não se importavam nenhum pouco com isso. Aliás, nem a própria Amy parecia se importar, dando a impressão que cometia suicídio em doses etílicas-entorpecentes.

Por mais que doa ver uma pessoa terminar seus dias assim, ainda mais com um talento tão impressionante, não nos impressionemos: ela sabia onde as coisas iriam parar. Se foi vitima, há que se considerar que ela foi também algoz.

Nesse reallity show de horrores, a eliminação da cantora já era previsível.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

BÔNUS MALDADE

A

lguns anos atrás, foi implantado em São Paulo, o chamado sistema de bônus para o Magistério. A coisa parece simples e justa: com base nos resultados de avaliações externas, nos índices de aprovação e evasão de alunos, e em alguns sistemas de ensino, a frequência do profissional também é avaliada.
Só parece simples, porque os critérios, a princípio simples, são para lá de discutíveis.

Primeiro, no que diz respeito à avaliação externa: nos cursinhos, é normal avaliar os professores de acordo com os índices de aprovação de seus alunos em vestibulares e concursos públicos, mas na rede pública, as coisas não funcionam bem assim. E se o aluno vai mal nas avaliações, ou se ele simplesmente não quer estudar, a culpa é somente do professor? Até que ponto o sistema de ensino, ou os gestores desse mesmo sistema não têm culpa? Se a escola não tem estrutura física, ou a segurança é quase inexistente, é justo punir o professor por isso?

Segundo, no que diz respeito aos índices de aprovação: reprovar ou não reprovar é uma discussão antiga, mas que ganhou um ingrediente novo com a política de bonificação. É muito mais fácil para o professor e/ou a escola inventar aprovações para garantir uma nota maior, e recursos maiores. Simples e imoral, mas recorrente.

E o terceiro, a frequência: o profissional tem parte da bonificação cortada caso falte ao trabalho. Justíssimo, se o critério para diferenciar faltas justificadas e não-justificadas não fosse injusto (paradoxo mode on). Simplesmente não existe falta justificada: não foi ao trabalho porque o médico atestou que estava sem condições resulta em desconto; não foi ao trabalho porque estava na sala de parto, dá desconto; não foi ao trabalho porque foi ao velório e sepultamento do pai dá desconto. A alegação que existe uma indústria de atestados médicos esbarra na ineficiência da fiscalização, que resulta na tacanha estratégia de considerar todos ausentes pré-culpados.

Feito isso, é só plantar notinhas na imprensa, dizendo que o professor pode ganhar até x vezes o seus salário, dando a entender que quem recebe a bonificação está sendo premiado pela competência, e quem não recebe é um incompetente e preguiçoso.

E a imprensa não dá direito de resposta.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

DESORIENTADO?



Renato Casagrande está pagando um preço elevadíssimo por sua campanha. Relembremos:

No início do ano passado, os bastidores da política capixaba davam como certas as candidaturas de Ricardo Ferraço e de Paulo Hartung ao Senado, pelos lados governistas.

Primeiro, Hartung disse que não seria candidato à Câmara Alta.

E Casagrande trabalhava nos bastidores para viabilizar sua candidatura ao Anchieta, até que conseguiu que Hartung “rebaixasse” Ferraço ao Senado, e lançasse o Senador como SEU candidato.

Princípio de rebelião na base aliada (o bloquinho PDT-PP-PR ameaçava lançar Magno Malta como candidato suicida ao governo) que logo foi debelada. Vitória fácil, com mais de 80% dos votos válidos.

Assumido o comando do Governo, era hora de lidar com as dificuldades, e principalmente, com a sombra de Hartung, cuja trajetória política não prima pela passividade.

O Secretariado foi u Frankestein: não teve a cara de Casagrande, nem representou a continuidade de Hartung.

A Assembleia Legislativa parecia que continuaria à sombra do Governo (Rodrigo Chamoun, correligionário de Casagrande, foi eleito para o comando da Casa), mas logo a “base aliada” se insurgiu querendo mais dinheiro para seus redutos. Afinal, ano que vem têm eleições municipais.

Eleições municipais que podem rachar de vez a “governabilidade”. E não são poucos os casos em que aliados do Governador se engalfinharão.

E ainda faltam os desgastes por falta de tato, vide os casos da desocupação em Aracruz e das manifestações estudantis em Vitória, onde a PM agiu com truculência, e Casagrande não teve autoridade para punir os excessos.

Ferraço, antes relegado, já se movimenta com vistas à disputar em 2014 a eleição que não disputou em 2010.

Hartung faz de sua suposta candidatura à Prefeitura de Vitória um balão de ensaio para até voltar ao Anchieta em 2014.

É hora de pagar o preço pelo que fez, e a política não aceita parcelamento.

terça-feira, 26 de julho de 2011

O MANO CAI OU NÃO CAI?



Para decidir se Mano Menezes continua ou não na Seleção é preciso entender como ele chegou lá. O então treinador do Corínthians foi estava muito abaixo da “segunda opção”, logo abaixo de Muricy Ramalho.
À frente de Mano estavam (não nessa ordem): Parreira (o queridinho de Ricardo Teixeira, mas muito queimado após o fiasco de 2006); Luxemburgo (o chefão da CBF já é um problema ambulante, não precisa contratar mais um problema) e Scolari (rompido com a CBF desde o fim do Mundial da Ásia).

Óbvio que motivos para pelo menos questionar Mano Menezes não faltam: o time não evoluiu de acordo com o tempo, como se esperava; o treinador não tem experiência internacional (apenas duas Libertadores); não teve condições de mexer na estrutura do time ao longo das partidas, fez substituições sem sentido ou óbvias demais, e por aí vai.

Mas, quem contratar para seu lugar?

Excluídos dos três já citados e somando Muricy à eles, a lista de “selecionáveis” é curta.

Quem seria o escolhido?

Tite e seu vocabulário rebuscado?

O não menos prolixo Paulo Autuori?

O “camarada” Joel Santana?

Adílson Batista, o “Professor Pardal”?

Dorival Júnior, que não conseguiu domar Neymar, conseguiria domar diversas estrelas?

Cuca, que dispensa comentários?

Ou quem sabe o Delegado Antônio Lopes?

E se é para achar alguém com experiência, que se recorra ao Zagallo!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

BALANÇO DA COPA AMERICA



Quem resolvesse palpitar sobre os futuros resultados da Copa América dificilmente deixaria Argentina e/ou Brasil de fora da final, ou até mesmo das semi-finais. Os dois gigantes do continente eram favoritos, iam com seus times principais e dispostos a mostrar resultados.
Os comandados de Sergio Baptista entravam em campo diante de sua torcida, com sede de finalizar um jejum de 18 anos sem títulos em competições importantes, e é claro, com uma geração inegavelmente talentosa, que tinha como sua maior estrela Messi (que precisava finalmente brilhar com a camisa albiceleste); acompanhado dos talentosos Higuaín, Dí Maria, Aguero, e seu desafeto, mas queridinho da torcida, Carlos Tevez.

O Brasil, de Mano Menezes, encarava a primeira competição pós-Copa, e a chance de provar a eficiência de seu time ofensivo e talentoso. Neymar precisava confirmar que era mesmo a mais nova joia do futebol, bem como Paulo Henrique Ganso precisava e queria provar que merece ser visto como estrela. Além do mais, era a chance de alguns jogadores (Júlio César, Lúcio e Robinho) provarem que podem permanecer no grupo, e de outros (Pato, Elano, Lucas Leiva) receberem o status de jogador de Seleção.

Esperava-se dificuldades no início da competição, mas também se esperava evolução dos times, que mais entrosados com o passar dos jogos, ganhariam conjunto e qualidade até que provavelmente se encontrassem na final.

Não foi o que aconteceu, porque os dois gigantes foram mal, dirão uns, ou porque seus adversários evoluíram diriam outros, ou mesmo porque as duas opções estão corretas, como eu observo. Não foi por falta de talento, é bom deixar claro, que os dois favoritos ficaram pelo meio do caminho, mas pela falta de capacidade de transformar um grupod e jogadores de qualidade em um time de verdade.

Mas também há que se reconhecer a evolução dos seus vizinhos de continente: o Uruguai se classificou à fórceps para a Copa de 2010, mas desde o quarto lugar lá obtido conseguiu fixar um conjunto em que explora as individualidades de cada uma de suas principais peças, além de ter reinventado Forlán como peça-chave, mais recuado, municiando Suárez, principalmente; o Paraguai colhe frutos da exportação de atletas: Valdez, Lucas Barios e Roque Santa Cruz gozam de razoável prestígio na Europa e deram comodidade á Gerardo Martino não convocar o bom Óscar Cardozo, do Benfica. Além das boas peças da frente, há que se ressaltar o bom trabalho do goleiro Justo Villar.

Entre os demais, merece destaque a comprovação do avanço venezuelano, o bom terceiro lugar dos peruanos, boas partidas de colombianos e chilenos. De se lamentar, o péssimo futebol do Equador. E olha que México e Costa Rica, preocupados com o Pré-Olímpico da Concacaf, mandaram equipes Sub-23 para fazer amistoso de luxo em terras sul-americanas.

Não ouso dizer que Argentina e Brasil não são os melhores do continentes. Ainda são, mas não tão disparados. Também não digo que os argentinos correm o risco de assistir o próximo Mundial de sua casa, mas se continuar nessa mesma toada, devem se preparar para um sufoco.

domingo, 24 de julho de 2011

A FINAL DA COPA AMERICA



Para quem é meio saudosista no futebol mesmo tendo saudade daquilo que não viu, não dá para deixar de torcer para o Uruguai hoje. Nada contra os paraguaios terem chegado á final só empatando. A decisão por pênaltis faz parte da regra e eles se aproveitaram competente e legitimamente desse artifício.
Se Brasil e Argentina ficaram nas quartas, de certo, não foi por nenhuma maracutaia dos que avançaram adiante.

Retornando aos uruguaios: o time de Oscar Tabarez não é nenhum esplendor de técnica, mas é de uma dedicação tática espartana e conta com jogadores que são capazes de desequilibrar, embora não sejam gênios.

Forlán e Suárez se completam como dupla de ataque, e ainda podem se completar mais ainda caso Cavanni esteja em condições de atuar; Lugano é um bom líder na defesa, que ainda tem Muslera no gol, renascido com a exibição de gala diante dos argentinos.

Jogadores operários completam o elenco: Alvaro Pereira, Arévalo Ríos, Cáceres, entre outros dão o tom de um time Cbrigador, com alguma habilidade que recolocou no Mundial do ano passado a Celeste Olímpica no mapa do futebol mundial

No lado paraguaio, apesar do destaque defensivo, é de se observar o ataque de Lucas Barios, Haedo Valdez e Roque Santa Cruz, que não tiveram a companhia de Oscar Cardozo nesse torneio.

Pelo que escrevi no início do texto, torcerei pelos uruguaios.

Mas se o título for parar no colo dos Guaranis, não seria anda mal.