sábado, 20 de agosto de 2011

MAX FILHO NO PSB: TEM CERTEZA?



Apontada como o fato político das últimas semanas no debate das eleições municipais, não está sendo tão fácil a migração do ex-prefeito de Vila Velha Max Filho dos quadros do PTB rumo ao PSB.

Caso a mudança seja confirmada, Max deverá perder o apoio petebista – mesmo com a permanência na sigla do pai, o ex-governador Max Mauro. Uma das lideranças mais desgostosas com o rumo político do ex-prefeito é o presidente regional do PTB, deputado estadual e ex-prefeito de Linhares José Carlos Elias.


O desgosto de Elias se justifica pelas pressões sofridas por ele antes de entregar a sigla – sobretudo, o controle do diretório canela-verde – aos Mauro. A pressão não partiu apenas de forças políticas poderosas, mas também de alguns partidos, como o PR, que afastou a possibilidade de qualquer aliança com Elias nas eleições em Linhares por conta do apoio dele a Max Filho.

A provável saída de Max Filho também gera consequências políticas em Vila Velha. Isso porque ele vai sozinho para o novo partido, após criar uma estrutura no PTB – que passa pelo pai e se estende até o controle do diretório municipal, nas mãos do presidente Jorge Carreto. Além disso, a base de vereadores que o acompanharia no pleito pode permanecer no PTB, o que pode dificultar ainda mais qualquer projeto eleitoral.

Entretanto, o apoio do governador Renato Casagrande é visto nos meios políticos como uma peça fundamental para impulsionar a candidatura do ex-prefeito. De acordo com observadores, a presença de Casagrande no palanque de Max acaba com a campanha de que o ex-prefeito teria isolado Vila Velha do governo do Estado.

De qualquer maneira, a migração de partido pelo ex-prefeito o coloca como um dos candidatos fortes no tabuleiro eleitoral canela-verde. Apesar dos prós e contras, a mudança deve obrigar o ex-governador Paulo Hartung, desafeto público dos Mauro, a repensar sua tática eleitoral para o município.

Com a entrada de Max no páreo, Hartung vai ter que encontrar candidatos competitivos para enfrentá-lo, já que perde todo o sentido uma campanha “do que o ex-prefeito não foi”. Exemplo disso é que, antes mesmo de a troca de partido ser consolidada, a mídia local já especula que o deputado estadual Rodney Miranda (DEM) deixe de encabeçar uma possível chapa para passar compor a vice. O demista era uma figura construída para dar vazão a esse discurso em cima dos erros de Max Filho.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

TIROTEIO NO PALMEIRAS



O Palmeiras vai para o clássico contra o São Paulo ainda sob os efeitos da crise entre Luiz Felipe Scolari e Roberto Frizzo. Além de não diminuir, a tensão entre técnico e vice de futebol fez estragos no elenco. Um grupo pendeu para o lado do treinador, enquanto outra turma ficou mais distante do técnico. Há o risco de um racha.

Marcos Assunção e Marcos são os líderes da ala que defende Felipão. O problema é que no meio da briga, uma bala perdida atingiu Pepe Dioguardi, empresário que tem bom trânsito com alguns jogadores. A patota de Felipão acredita que Frizzo quer dar mais espaço ao agente no clube. E se incomoda com isso. Além de contar com a fidelidade de Kléber, seu cliente, Pepe também tem a amizade de Valdivia. Os dois o apoiam.

Para botar mais lenha na fogueira, membros da comissão técnica não gostaram de Frizzo ir ao gramado no treino de sexta e se aproximar de Felipão no que pareceu uma tentativa de encenar o fim da guerra. O cartola não costuma ir ao campo.

Após o treinamento, outro episódio elevou a temperatura. Felipão tinha uma reunião agendada só com o presidente Arnaldo Tirone para discutir contratações. Cinco minutos após sua chegada, Frizzo bateu à porta da sala do treinador e pediu para entrar. Acabou participando do encontro.

A rapidez com que o vice chegou após o presidente reforçou a certeza de Felipão de que funcionários do CT foram orientados a contar para o gerente Sérgio do Prado sempre que alguém importante chega ao local. Ele, então, repassaria a informação para Frizzo.

Assim, é natural que Felipão se sinta espionado em sua própria casa. Membros da comissão técnica também não engoliram a declaração do vice sobre ratazanas tentarem tumultuar o clube. Afirmam longe dos microfones que, se elas existem, são empresários barrados pelo treinador.

E assim, o Palmeiras vai cambaleando, às vésperas de um clássico em que a derrota é um resultado inesperado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ELE VOLTOU. JÁ ERA ESPERADO



Já era esperado.

Ronaldinho Gaúcho ganhará mais uma oportunidade para, enfim, mostrar serviço com a camisa da Seleção. O técnico Mano Menezes o convocou para o amistoso contra Gana, dia 5 de setembro, em Londres.

Pelo futebol que está jogando no Brasileirão pelo Flamengo, nada mais justo. A única dúvida é, com o perdão do trocadilho pobre, se ele ele vai jogar com gana contra Gana. Ou seja, se vai demonstrar vontade de se reestabelecer na Seleção. Mano já o chamou uma vez, naquele jogo com a Argentina no fim de 2010, e depois não chamou mais porque sentiu a falta de comprometimento do craque.

Agora a situação é bem diferente. De lá pra cá, Ronaldinho veio para o Brasil, está feliz, motivado e jogando muito bem no Flamengo. Sempre disse que queria voltar à Seleção. Agora terá a chance de provar isso em campo.

Mas desde já defendo que, se ele mostrar vontade, que ganhe uma sequência na Seleção outra vez. Pois só um jogo, sem treinar, não dá medida alguma.

Outro fator da convocação. Mano e a Seleção vivem um momento de baixa. Por isso, como bem definiu o craque Rivaldo esta semana, Ronaldinho servirá de escudo para a fase turbulenta de Mano Menezes (resolveu salvar a própria pele), de craques promissores como Neymar, Ganso e Pato e até mesmo para as acusações que pairam sobre a CBF. Todos só falarão de Ronaldinho e o foco sai dos problemas. Tacada de mestre.

A lamentar apenas que, para ser esse escudo de Mano e da CBF, Ronaldinho precise sair de cena no Brasileirão. No período que estará na Seleção o Flamengo enfrenta Avaí e Bahia. E no dia seguinte ao jogo enfrenta o Corinthians no Pacaembu, num jogo que pode até definir os rumos do campeonato. Voltará às pressas para o jogo (como o volante Ralf, do Timão). Isso não é bom para o Brasileirão, inclusive porque outros clubes também perderão jogadores importantes nas mesmas datas.

Meu veredito: com vontade de estar lá (na Seleção), Ronaldinho merece a convocação. Depende apenas dele mostrar a vontade e o futebol que tem mostrado no Flamengo, e que o Brasil sempre esperou dele com a camisa amarela.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

PR, PEDE PRÁ SAIR...



Enfraquecido com a crise no Ministério dos Transportes e com a demissão em massa de indicados pelo partido, a cúpula do PR ameaça se antecipar e entregar os cargos que ainda tem no governo, saindo da base aliada no Congresso e, com isso, adotar uma postura de independência. A proposta está em discussão entre os dirigentes e será analisada numa reunião do partido marcada para acontecer na primeira semana de agosto. A força do partido, ao fazer essa ameaça, está nos votos de seus 41 deputados e sete senadores.

Além de cargos menores na estrutura do ministério, o PR tem ainda indicados no comando de pelo menos 12 das 23 superintendências regionais do Dnit. O partido recebeu indicações de que grande parte dessa turma deve cair.

A estratégia de entregar os cargos do partido também tem o objetivo de constranger o novo ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, deixando claro que ele não é uma indicação do partido, embora filiado. Nesse caso, sua permanência no governo Dilma Rousseff não estaria mais associada à legenda.

“ Atingiram o PR na cabeça e no coração. Não temos mais que ter medo de perder aquilo que já não existe. Se a gente já perdeu tudo, para que ficar mais? Entregamos tudo de uma vez e vamos para uma postura de independência” defende o vice-líder do governo, deputado Luciano de Castro .

Internamente, no PR muitos avaliam que o Planalto quer mesmo provocar o rompimento com a legenda. O próprio Luciano de Castro teve uma sinalização negativa nesta quarta-feira do governo: tentou uma audiência com a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e não foi recebido. Também solicitou um encontro com o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, e não teve retorno.

Ao mesmo tempo em que falam em romper com o governo, emissários do PR fizeram chegar ao Planalto o alerta de que pode causar constrangimentos o discurso do ex-ministro e senador Alfredo Nascimento (PR-AM), na volta do recesso, no plenário do Senado.

Segundo aliados do ex-ministro, ele tem repetido que "as decisões de governo não foram decididas sozinhas". E esta será a tônica do seu discurso: dividir responsabilidades com o Palácio do Planalto e com o ministro Paulo Sérgio Passos, que foi seu secretário-executivo.

É grande o descontentamento do grupo do secretário-geral do PR, deputado Valdemar Costa Neto, que teve seus afilhados políticos demitidos dos Transportes. O senador Blairo Maggi é outro cacique do partido que não esconde sua contrariedade com a decisão de afastar do cargo o diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A PRIMEIRA TAÇA DA TEMPORADA



Sinceramente, se o Madrid levasse a Supercopa da Espanha, não acharia estranho, nem mesmo creria em um mau presságio para a temporada. O Barcelona voltou mais tarde das férias, a pré-temporada corre em ritmo de necessária lentidão, alguns jogadores voltaram mais tarde da Copa América e outros estão no estaleiro.

Mas, clássico é clássico, e vice-versa, disse um dia Jardel, o grande sábio do futebol.

No primeiro jogo, no Bernabeu, empate, com os merengues se salvando da derrota no fim.

Na volta, no Camp Nou, vitória suada, mas vitória. Primeiro título da temporada, na (re)estreia de Fabregas.

Messi acordou da letargia por que passava na Copa América, Daniel Alves deixou de ser o pouco confiável lateral que jogou a mesma competição, e por falar em sul-americanos, Mascherano parece ser um pouco mais seguro improvisado na zaga.

Quanto à confusão: com a chegada de Mourinho à Madrid e uma temporada muito parelha, o clima entre as duas equipes parece ter se acirrado. Já na goleada de Novembro, um qüiproquó protagonizado por Sergio Ramos inicio uma série de rusgas que sempre passava pelas provocações e choradeiras de José Mourinho.

Para quem não é muito afeito ao futebol europeu, podemos comparar o português ao brasileiro Vanderlei Luxemburgo: sempre se esquivando da culpa pelas derrotas, atiçando jogadores, torcida e principalmente imprensa contra a arbitragem. Para eles, as derrotas de suas equipes se devem à complôs de bastidores.

E esse deve ser o tom dessa temporada: os dois rivais devem lutar pelo título da Liga Nacional, podem se encontrar na Champions nas fases eliminatórias, e se levarem a Copa Del Rey com um mínimo de seriedade, se encontram na final.

Que pelo menos o perdedor não aja com fala de respeito e educação, como fizeram os merengues que fugiram do campo para não ver os culés receberem suas medalhas e levantarem a taça.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

FABREGAS, O DESEJADO

Enfim, Fabregas voltou.


Depois de perder o meia então da base, a direção torrou dezenas de milhões para tê-lo de volta, depois de muita (e compreensível) resistência do Arsenal, que teve o bom senso de liberar o atleta sem que ele perdesse valor de barganha ao se aproximar do fim do contrato ou criasse caso para sair, coisa que aliás, ele nunca fez explicitamente. Foi embora sem a pirraça que Robinho fez para deixar Santos e Real Madrid.

Além do mais, foi uma boa grana para o caixa dos Gunners, que podem e precisam sair ao mercado.

A chegada de Cesc provavelmente fechou o ciclo de contratações e completou a formatação do elenco, que agora, salvo contusões e suspensões em massa, precisará de bem menos improvisações.

Na temporada anterior, a torcida dependia que Xavi e Iniesta não estivessem de fora de uma vez só, já que Thiago Alcântara ainda não havia amadurecido, e o elenco ainda não contava com um meia em condições de exercer a função. Pois bem, Affellay já chegara no inverno, e a vinda de Fabregas não necessita de mais comentários. A fartura é tanta que até Hleb ainda não definiu seu futuro e pode completar o elenco.

Keita, Busquets e Mascherano como volantes são o suficiente. Sem grandes observações no setor, a menos que têm estilos completamente diferentes entre sim, o que não deixa de ser bom. Busquets e Masc já andaram pela zaga.

Puyol começa a temporada no estaleiro, e Mascherano continua improvisado na funçã, já que ainda se espera a volta de Bartra do Mundial Sub-20. Milito cansou de fazer figuração e foi embora, Chygrynsky não deu certo, e Henrique nem estreou. Abidal ainda pode ser usado na retaguarda.

A temporada começa com três laterais-esquerdos (Abidal, Adriano e Maxwell) e só Daniel Alves na direita. Puyol costumava ser improvisado por lá, assim como Adriano, mas é bom Guardiola pensar em outra opção. Parece que Fontas é tido como “cru” para atuar por lá.

Valdes o titular, Pinto o reserva confiável. Bem servido.

Com a vinda de Fabregas, pode ocorrer um rodízio no esquema e de jogadores. Alexis Sanchez e Pedro Rodríguez, que antes brigavam pela titularidade, agora brigam para ser a primeira opção na ausência de um meia ou um atacante

domingo, 14 de agosto de 2011

E O MANO BALANÇA...



Mano fez mais experiências. Elas funcionaram relativamente bem na etapa inicial que não serviram para o Brasil se impôr, contudo melhoraram o trabalho defensivo. A Alemanha, mais bem preparada taticamente, foi superior na maior parte do confronto e mereceu ganhar, e caminho para Mano arrumar a seleção brasileira provavelmente será maior que a paciência dos torcedores. Os tropeços ao longo dele aumentam a pressão, vamos ver se a cartolagem da CBF realmente vai acreditar no planejamento.

Quando os treinadores estão pressionados por causa dos resultados e precisam visitar algum time grande, normalmente optam por reforçar o sistema defensivo. Mano seguiu o padrão, escalou Fernandinho no lugar de Ganso. O atleta do Shaktar Donetski atuou como terceiro volante pelo lado direito, formando com Ralf e Ramires o trio encarregado de proteger a defesa.

Os alemães, apesar de contarem com Lahm na lateral, não levaram perigo pelo lado dele e de Daniel Alves, o mais vulnerável na Copa América até Maicon virar titular. Na metade do primeiro tempo o Brasil adiantou a marcação e passou a manter a redonda na frente.

Mas Robinho, Pato e Neymar não se entenderam. Os lances individuais e as raras aparições de André Santos e e Daniel Alves pelos lados abriu espaços no sistema defensivo germânico. Ao cabo dos 45 minutos, a Alemanha tinha sido mais perigosa.

Mano precisava acertar o Brasil e do bom resultado, por isso não deu oportunidades aos outros convocados logo após o período de descanso. Mais bem preparada na parte coletiva e sem nenhuma pressão além da normal gerada pelo confronto entre grandes forças do futebol mundial, a Alemanha voltou com Shurrle e Klose nas vagas de Podolski e do centroavante Mário Gomes. O gol de Schweinsteiger, aos 15, em cobrança de pênalti, obrigou o Brasil a ir ao ataque e a dar espaços.

Aos 21, de novo o sistema defensivo brasileiro foi envolvido pela ótima trica de passes germânica. Kroos tabelou com Klose, deixou Goetze de frente com Júlio César, ele driblou o goleiro e fez 2×0. Dois minutos depois, Mano pôs Ganso no lugar de Fernandinho e retomou o esquema tático da Copa América.

O árbitro deu outro pênalti, Robinho converteu. O Brasil nunca ameaçou empatar e virar. Os donos da casa sempre estiveram melhores e mais perto do gol.

E aproveitaram o erro individual de André Santos (havia cometido outro igual no primeiro tempo, mas no meio-campo), que tentou sair jogando bonito ao invés de apelar para o tradicionalíssimo chutão e perdeu a bola para Schweinsteiger. O volante rolou para Schurrle, em ótima condição, fazer 3×1 aos 34.

Aos 46, Neymar driblou o adversário e chutou no canto esquerdo. Bonito gol do craque santista que definiu o resultado da justa vitória alemã.