domingo, 9 de janeiro de 2011

MINHA VIDA DE PROFESSOR - ANO 6



Se 2007 começou em 2006, também é possível afirmar que 2008 começou em 2007, para começar, na escolha de onde tentar trabalhar. A concorrência estava ainda mais pesada, e sem o certificado da pós-graduação, era hora de escolher o município em que trabalhar.


Isso mesmo, o município, já que o Edital limitava o seu trabalho a um só município, e sendo assim, escolhi Viana.

Outro momento crucial era o concurso de ingresso que se avizinhava: tinha que escolher um município, e pretendia fugir da concorrência. Pensei em escolher Ponto Belo, a uns 250 km de Vitória, pensei melhor, pesquisei e fui escolher Alfredo Chaves, que ficava a 80 km da capital.

A última dezena de Janeiro era hora de resolver as pendências: primeiro, a escolha de vagas. Poucos inscritos para Viana, e escolhi o Ensino Médio do Anília Knaak, e de quebra, a fila voltou deu volta e peguei mais algumas aulas no Maria de Novaes Pinheiro, em Vila Bethânia.

No último Domingo do mês, a prova. Esperava chegar aos 100 pontos de 120 possíveis, mas só fiz 88, o suficiente para o primeiro lugar. Bom era apenas uma vaga mesmo.

Primeira semana de Fevereiro, e eu ao trabalho. Quer dizer, mais ou menos. O Anília estava em reformas e passei umas duas semanas esperando. As aulas começaram com a escola reformada. Quer dizer, reformada, mas não muito: ainda faltavam os ventiladores e a água era escassa. Isso no verão é um problemão.

No Maria de Novaes Pinheiro, dificuldades. Os alunos não eram fáceis, e parece que eu não tinha muitas forças para lidar com eles. Confesso que tenho dificuldades para lidar com transgressores exibidos, que insistem em manter o celular em volume insuportável, por exemplo. Na primeira aula na quinta série, me enfiaram 47 alunos goela abaixo. Chegou o ponto em que não havia lugar para tanta cadeira, a menos que empilhasse umas nas outras.

Trabalhar nessa escola não foi das tarefas mais fáceis. Tanto que quando tive que sair, o fiz sem nenhum peso na consciência, apenas no bolso, que doeria muito sentindo a falta de 17 horas. Ao menos, da sala dos professores, guardo uma ótima recordação daquela escola. Muito boa mesmo a equipe de Ensino Médio.

De volta ao Anília: resolvidos os problemas em Vila Bethânia, pude me dedicar às minhas aulas no Canaã, em um ano que tive uma tranqüilidade incrível. Não tive problemas marcantes nem com alunos, nem com colegas de trabalho, que por sinal, eram incríveis, do tipo que valia a pena sair para bater papo fora do expediente.

Em Junho, saiu a primeira convocação dos aprovados no concurso, da qual (com alívio) fiquei de fora, da mesma forma como não seria convocado em Outubro, o que começava a me intrigar.

E assim se terminou o ano mais tranqüilo da minha carreira. Um ano de descanso, sobretudo.