sábado, 14 de maio de 2011

PÕE NA CONTA DO GOVERNO



Quando o Brasil pôs na mesa a sua candidatura à sede da Copa de 2014, logo se espalhou o medo dos gastos exorbitantes. O Pan Americano que estava por acontecer no Rio de Janeiro já era um escândalo orçamentário, e o tal legado do Pan, prometido pelos organizadores, se restringiu a um legado pífio.

Fosse este um lugar com um pouco de seriedade, cabeças já teriam rolado.

E Ricardo Teixeira, já com Lula nas mãos, alegava que tudo seria realizado com dinheiro da iniciativa privada.

A FIFA, que iniciou um rodízio em 1998, e estabelecera que a Copa de 2014 retornaria ao continente sul-americano após 36 anos do Mundial (da ditadura) Argentina, torcia para que uma candidatura decente pudesse evitar o risco de entregar á organização do maior evento uniesportivo do mundo às esbanjadoras e incompetentes autoridades brasileiras.

Não teve jeito, e quatro anos depois, como já era de se esperar, o cronograma está todo atrasado: aeroportos não ficarão prontos a tempo, a estrutura viária será para lá de deficiente e em alguns casos, nem estádios garantidos teremos.

Esse é o caso a ser tratado:

Como já se sabia, o erário será surrupiado para garantir a construção dos estádios. Até aí, nenhuma novidade. Mas, nem usando o dinheiro público as coisas avançam.

Em Brasília, o novo Mané Garrincha vive sob a sombra do Ministério Público, que investiga fraudes na obra. Lembremos, obra contratada na Era Arruda.

Em Salvador, o Comitê Local que que o BNDES atropele os trâmites legais para garantir logo o dinheiro.

Em São Paulo, o caso mais complicado: a lógica dizia que o Mundial aconteceria no Morumbi, mas Ricardo Teixeira invocou (sabe-se lá motivo, aliás desconfiamos) que a cidade precisaria de um novo estádio, no caso o do Corínthians, que costurou uma engenharia político-financeira para erguer o estádio em Itaquera e fazê-lo palco da Abertura.

O problema é de onde vem a grana: sem Lula no Palácio do Planalto (substituído por Dilma, que quer pôr um freio no esbanjamento), o Corínthians não consegue fazer a construção iniciar de fato. A Copa das Confederações, em 2013, já passará longe da cidade mais importante economicamente do Brasil, e o Mundial pode seguir o mesmo caminho.

Alckmin e Kassab não parecem dispostos a arcar com os custos, nem parecem poder.

O Palmeiras deve ter a sua Arena pronta nesse prazo, embora sem capacidade de receber a Abertura, isso se a diretoria e a W Torre não pararem de brigar.

O Sâo Paulo tenta a missão difícil de tentar recolocar o Morumbi no páreo.

Até a Portuguesa tenta a missão impossível de pôr o Canindé na rota do Mundial.