quarta-feira, 11 de maio de 2011

A CRISE DA OPOSIÇÃO



Quem lê esse blog sabe que não sou nada fã do tucanato, nem dos demistas, nem dos pepeessistas (?)...

Entre um bando de almofadinhas pseudo-tecnocratas que se afirmam os desbravadores da modernidade brasileira, e um bando de ex-alguma coisa que se vangloriam como defensores do populacho, fico, por falta de melhor opção, com o segundo grupo.

O tucanato está rachado, é fato: no canto paulista do ninho, Serra e Alckmin travam uma guerra surda pelo controle local da legenda. Serra quer concorrer à presidência em 2014, seja passando pela prefeitura paulistana em 2012, ou de outra forma que vá atrapalhar o leque de alianças do Picolé de Chuchu no estado onde pretende fincar o seu feudo.

Um pouco logo ali, Aécio Neves arma uma aliança circunstancial com Alckmin para deter Serra, seu amigo-inimigo de infância. Na pauta, a candidatura tucana para as eleições presidenciais de 2014. O barão mineiro já quer antecipar a escolha para 2012, aproveitando o momento fraco de Serra.

No meio desa confusão, Fernando Henrique, com cara de patriarca que não é ouvido pela prole, saiu-se com um projeto político de verdade para o tucanato: focar-se na emergente e cada vez mais numerosa classe-média, já que o povão estaria perdido para os petistas.

Lógico que FHC nega e negará que disse exatamente isso. No melhor estilo "esqueçam o que escrevi". Lembram-se da frase pré-posse?

Mas não deveria: o que o ex-presidente propôs foi apenas que o partido tivesse uma proposta política clara, com público-alvo bem definido, priorizando seu eleitorado. Ganha-se um nocho do eleitorado, e perde-se outro. É a tal teoria da escolha racional de Adam Przerwoscki.

Mais adiante, o Democratas, antigo PFL, que costumo chamar de DEMO, o antigo parceiro que virou sócio minoritário, e agora, entra em um processo de atrofia com a debandada liderada por Kassab, que fundou o tal PSD.

Acontece que essa turma vinhapendurada nas bolas da máquina pública desde a chegada de Cabral por aqui, e os oito anos de Lulismo mais os quatro de Dilmismo a se cumprir foram demais para a turma de Painho ACM.

Se livrando das acusações de infidelidade partidária, um batalhão de políticos migram para a nova legenda, e outros, sem mandato, buscam um lugarzinho ao sol, como "fundadores de uma nova maneira de fazer política no país".

E um bando de Demos batem em retirada, inclusive algumas de suas bestas-feras, como Kátia Abreu, a madrinha do latifúndio, Raimundo Colombo (govaernador catarinense, da terra onde Lula queria "extirpar" a legenda") e Guilherme Afif, que seria a provável aposta do Demo para a prefeitura paulistana em 2012.

E para completar, Jorge Bornhausen, cacique das antigas, que afirma deixar a vida partidária.

E até o ninho tucano perde alguns de seus pássaros, inclusive alguns de seus fundadores, quando o tucanato nascia para se desmembrar do fisiologismo do PMDB, hoje a noiva interesseira no casamento com o PT.

E o PPS?

Bom, o antigo Partido Comunista, hoje posando de socialista, e aliado aos pseudo-social-democratas e aos oligarcas decrépitos, pode passar a ser o aliado de maior porte do PSDB.

No meio da crise, cogita-se a fusão de PSDB e DEM.

Sinceramente, tomara que a oposição se fortaleça. Não seria bom que o PT se tormasse uma versão brasileira do PRI mexicano, que governou o país por mais de 70 anos.

Se ganhar eleições consecutivas, que pelo menos o faça diante de um adversário que não seja caquético.