quarta-feira, 27 de julho de 2011
DESORIENTADO?
Renato Casagrande está pagando um preço elevadíssimo por sua campanha. Relembremos:
No início do ano passado, os bastidores da política capixaba davam como certas as candidaturas de Ricardo Ferraço e de Paulo Hartung ao Senado, pelos lados governistas.
Primeiro, Hartung disse que não seria candidato à Câmara Alta.
E Casagrande trabalhava nos bastidores para viabilizar sua candidatura ao Anchieta, até que conseguiu que Hartung “rebaixasse” Ferraço ao Senado, e lançasse o Senador como SEU candidato.
Princípio de rebelião na base aliada (o bloquinho PDT-PP-PR ameaçava lançar Magno Malta como candidato suicida ao governo) que logo foi debelada. Vitória fácil, com mais de 80% dos votos válidos.
Assumido o comando do Governo, era hora de lidar com as dificuldades, e principalmente, com a sombra de Hartung, cuja trajetória política não prima pela passividade.
O Secretariado foi u Frankestein: não teve a cara de Casagrande, nem representou a continuidade de Hartung.
A Assembleia Legislativa parecia que continuaria à sombra do Governo (Rodrigo Chamoun, correligionário de Casagrande, foi eleito para o comando da Casa), mas logo a “base aliada” se insurgiu querendo mais dinheiro para seus redutos. Afinal, ano que vem têm eleições municipais.
Eleições municipais que podem rachar de vez a “governabilidade”. E não são poucos os casos em que aliados do Governador se engalfinharão.
E ainda faltam os desgastes por falta de tato, vide os casos da desocupação em Aracruz e das manifestações estudantis em Vitória, onde a PM agiu com truculência, e Casagrande não teve autoridade para punir os excessos.
Ferraço, antes relegado, já se movimenta com vistas à disputar em 2014 a eleição que não disputou em 2010.
Hartung faz de sua suposta candidatura à Prefeitura de Vitória um balão de ensaio para até voltar ao Anchieta em 2014.
É hora de pagar o preço pelo que fez, e a política não aceita parcelamento.