segunda-feira, 25 de julho de 2011

BALANÇO DA COPA AMERICA



Quem resolvesse palpitar sobre os futuros resultados da Copa América dificilmente deixaria Argentina e/ou Brasil de fora da final, ou até mesmo das semi-finais. Os dois gigantes do continente eram favoritos, iam com seus times principais e dispostos a mostrar resultados.
Os comandados de Sergio Baptista entravam em campo diante de sua torcida, com sede de finalizar um jejum de 18 anos sem títulos em competições importantes, e é claro, com uma geração inegavelmente talentosa, que tinha como sua maior estrela Messi (que precisava finalmente brilhar com a camisa albiceleste); acompanhado dos talentosos Higuaín, Dí Maria, Aguero, e seu desafeto, mas queridinho da torcida, Carlos Tevez.

O Brasil, de Mano Menezes, encarava a primeira competição pós-Copa, e a chance de provar a eficiência de seu time ofensivo e talentoso. Neymar precisava confirmar que era mesmo a mais nova joia do futebol, bem como Paulo Henrique Ganso precisava e queria provar que merece ser visto como estrela. Além do mais, era a chance de alguns jogadores (Júlio César, Lúcio e Robinho) provarem que podem permanecer no grupo, e de outros (Pato, Elano, Lucas Leiva) receberem o status de jogador de Seleção.

Esperava-se dificuldades no início da competição, mas também se esperava evolução dos times, que mais entrosados com o passar dos jogos, ganhariam conjunto e qualidade até que provavelmente se encontrassem na final.

Não foi o que aconteceu, porque os dois gigantes foram mal, dirão uns, ou porque seus adversários evoluíram diriam outros, ou mesmo porque as duas opções estão corretas, como eu observo. Não foi por falta de talento, é bom deixar claro, que os dois favoritos ficaram pelo meio do caminho, mas pela falta de capacidade de transformar um grupod e jogadores de qualidade em um time de verdade.

Mas também há que se reconhecer a evolução dos seus vizinhos de continente: o Uruguai se classificou à fórceps para a Copa de 2010, mas desde o quarto lugar lá obtido conseguiu fixar um conjunto em que explora as individualidades de cada uma de suas principais peças, além de ter reinventado Forlán como peça-chave, mais recuado, municiando Suárez, principalmente; o Paraguai colhe frutos da exportação de atletas: Valdez, Lucas Barios e Roque Santa Cruz gozam de razoável prestígio na Europa e deram comodidade á Gerardo Martino não convocar o bom Óscar Cardozo, do Benfica. Além das boas peças da frente, há que se ressaltar o bom trabalho do goleiro Justo Villar.

Entre os demais, merece destaque a comprovação do avanço venezuelano, o bom terceiro lugar dos peruanos, boas partidas de colombianos e chilenos. De se lamentar, o péssimo futebol do Equador. E olha que México e Costa Rica, preocupados com o Pré-Olímpico da Concacaf, mandaram equipes Sub-23 para fazer amistoso de luxo em terras sul-americanas.

Não ouso dizer que Argentina e Brasil não são os melhores do continentes. Ainda são, mas não tão disparados. Também não digo que os argentinos correm o risco de assistir o próximo Mundial de sua casa, mas se continuar nessa mesma toada, devem se preparar para um sufoco.