sexta-feira, 19 de novembro de 2010
PARTIDO POLÍTICO S.A.
No mundo das grandes corporações, um aglomerado incorporar outro, ou dois deles se fundirem é uma coisa comum. E como política é negócio (ou negócio$), essa onda atinge o mercado brasileiro.
Nos últimos dias, o PMDB e o DEMo iniciaram um namoro, que resultaria na maior sigla política do país. Exatamente o neo-governista PMDB com o sócio-irmão do tucanato.
Do lado tucano, o flerte com PPS ganha fôlego.
Quando o sistema político nacional parece ganhar contornos de quem é governo e quem é opsição, a coisa se embaralha toda de novo.
De acordo com a Justiça, em caso de fusão ou incorporação, o detentor de mandato não precisa necessariamente manter a fidelidade à nova sigla. Isso poderia gerar uma revoada daqui para lá e de lá para cá.
O governo espera cooptar gente da oposição louquinha para desfrutar das benesses do erário.
E a oposição espara se encorpar para atasanar a vida do Planalto.
No lado do DEMo, Gilberto Kassab e Rodrigo Maia já iniciaram a luta pelo comando da legenda. Kassab, sem mandato em 2012, pode migrar para o PMDB mesmo sem fusão.
No ninho tucano, Aécio parece ter ganho Alckmin como aliado na guerra surda contra Serra: o primeiro é favorável à "ampliação do leque de alianças, inclusive buscando apoio na esquerda". Aécio não deve sair do PSDB, mas pode ganhar o comando do partido para si.
O PT espera reforçar sua base com os refugos. PSB, PDT e PR devem ganhar número com isso, sendo que os socialistas cresceriam ainda mais seu poder de fogo na disputa pelo butim de governo.
PTB e PP que apoiaram Serra, mas já mostram intenção de pertencer à base de Dilma, e como bons devoradores de cargos públicos, estarão sempre ao lado do governo, também já mandam confeccionar convites.
Enfim, prever o que vai acontecer é o mesmo que prever como se comportará a Bolsa de Valores daqui a alguns anos.
Impossível.