segunda-feira, 15 de novembro de 2010

A FINAL

EFE/Jens Buettner

Alonso entrou na pista como favorito, mas não muito.

Eu errei ao imaginar que seu maior adversário seria Webber, que largaria em quinto, duas posições atrás do espanhol.

Vettel, pole, passaria incógnito. Que engano.

Largada, e Alonso não forçou a resistência a Button, que o deixou em quarto.

Massa poderia ter lhe ajudado ultrapasando Webber, mas do brasileiro não viria ajuda alguma, como mais tarde a prórpia equipe lhe diria: "não conte com ele!". Lacônico e alfinetando o segundo piloto de Maranello.

Rosberg e Schumacher se esbarram, e na raspa, Schumi é abalroado por Liuzzi. Mais um pouco, a cabeça do heptacampeão teria sido acertada.

Safety-Car e alguns carros antecipam a parada, dentre eles Petrov, o mesmo que seguraia Alonso boa parte da corrida.

Lá na frente, Vettel, Hamilton e Button.

Webber, uma posição atrás de Alonso, nem lhe fazia cócegas. Nem um pouco disposto a lhe ajudar.

Kubica e Rosberg voltavam dos boxes bem a frente de Alonso, que teria de ultrapassar Nico também. E olha que nem Petrov ele passaria.

E nenhuma quebra nem acidente lá na frente.

Pelo rádio, a Ferrari mostrava desespero. "Fernando, é hora de usar todo o seu talento. E sabemos o quanto ele é grande". Traduzindo: ou vai ou racha.


Então rachou.
 
E Vettel dirigindo com uma surpreendente tranquilidade.
 
O título lhe caíra no colo. O mesmo título que ele parecia fazer tanta questão de perder.
 
Final de corrida: pelo rádio, o choro de Vettel, o 32º campeão da categoria, e o mais jovem.
 
Na pista, Alonso o mau perdedor, fazendo gestos para Petrov, como se o russo tivesse obrigação de lhe deixar passar.
 
E Luca di Montezemolo, que estava em Ab-Dhabi para assumir os louros da vitória, teve que ir embora com o rabo entre as pernas, e com a pecha de trapaceiro.
 
Justíssima, diga-se de passagem.
 
Está certo: a Red Bull avacalhou Webber, mas nunca o mandou deixar Vettel passar.