sábado, 25 de setembro de 2010

O SORTUDO



Magno Malta pode reclamar de tude, menos de sorte e da sua capacidade de explorar as oportunidades que lhe aparecem.

Assim, saiu da Câmara de Vereadores de Cachoeiro, em 1992, indo parar no Senado, dez anos depois, com passagens pela Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados.

No início usou a imagem de Evangélico e cantor gospel.

Quando era Deputado Federal, a CPI do Narcotráfico lhe caiu no colo: presidente da Comissão, ganhou uma visibilidade incrível. Alardeou aos sete ventos que a CPi havia prendido Fernandinho Beira-Mar na Colômbia.

Mentira, o traficante fora preso pelo Exército Colombiano. Parlamentares brasileiros não têm autoridade policial fora do território nacional.

Em 2002, chegou ao Senado, competindo com pesos pesados (Gérson Camata, Ricardo Ferraço e João Coser). Em sua terceira eleição ao Senado, Camata teve que se contentar pela primeira vez com a segunda vaga.

Em 2006, estava na metade de seu mandato apenas quando foi atingido pelo escândalo dos sanguessugas. Seu nome foi envolvido entre os políticos que desviaram recursos públicos destinados para compra de ambulâncias no Ministério da Saúde. Chegou a ser indiciado pela CPI dos Sanguessugas mas seu processo foi arquivado por falta de provas em 28 de novembro daquele ano, juntamente com os dois outros senadores acusados: Ney Suassuna e Serys Slhessarenko.

O tempo e a sucessão de escândalos na política nacional fizeram a poeira baixar. Mas, a fama de demagogo ganhava força.

Se meteu em outra encrenca em 2008: a luta contra a PL 122, a tal lei que criminaliza a homofobia. Luta coerente contra uma lei imbecil, diga-se de passagem.

Nesse meio tempo, elegeu seu pupilo, Neucimar Fraga, prefeito de Vila Velha.

Em 2010, foi bafejado novamente pela sorte com a desistência de Paulo Hartung em se lançar ao Senado. Fez beicinho, mas acabou ingressando na chapa palaciana.

Seus principais adversários, Ricardo Ferraço e Rita Camata não têm reunido forças para superá-lo. O primeiro ainda não tem penetração suficiente alén do Sul do estado e sofre com a associação do nome ao de seu pai, Teodorico; a segunda ainda ficou marcada pelo desastroso Estatuto da Criança e do Adolescente.

Paladino da Infância ou Mafioso Sanguessuga?

Caçador de traficantes ou demagogo oportunista?

Não importa. Magno Malta deve continuar como figura de destaque na política capixaba por muitos anos.