sábado, 25 de setembro de 2010

ENCONTRANDO A SAÍDA



Em primeiro lugar, quero deixar claro que não infrinjo nenhuma norma da SEDU ao publicar o post.

Primeiro lugar, porque se trata de fruto de conversa informal, o que o Regimento Único não proíbe de tornar pública. Segundo lugar, porque o descrito a seguir não trata nenhuma pessoa ou instituição de forma pejorativa.

Feitos os esclarecimentos, vamos ao tema: conversando na sala dos professores, Fernando, colega de trabalho e professor de Matemática reclamava da pouca quantidade de aulas reservada à sua disciplina e da prioridade que a mesma merceria e não recebe.

Segundo ele, a disciplina, junto com Português, é a base para todas as outras, e seriam uma espécie de pré-requisito para que outras pudessem reprovar. Ainda solicitou o apoio de todas as outras disciplinas para o seu trabalho, algo como "Todos pela Matemática".


Exatamente! O professor de Física, por exemplo, só poderia reprovar seu aluno se o professor de Matemática o acompanhasse. A mesma relação para Geografia e História também ocorreria, dando outro exemplo.

Vamos às minhas opiniões:

Primeiro: sua reclamação quanto à quantidade de aulas é pertinente. O conteúdo de Matemática, pelo pouco que conheço, é extenso demais para ser aplicado em três ou quatro aulas semanais. Mas o problema é de onde vai sair esse tempo necessário. A grade, por exigência legais, tem que comportar mais de uma dezena de disciplinas, quase todas obrigatórias nos três anos do Ensino Médio.

A única sugestão que dei foi retirar as aulas de educação Física do turno noturno. Nada contra a disciplina, mas não há grande demanda dos alunos por isso nem infra-estrutura na maior parte das aulas para tanto. O que ocorre na maioria dos casos é o professor entregar uma bola para que meia dúzia de alunos disputem uma pelada, enquanto os outros fazem um recreio fora de hora.

Segundo: elevar Matemática e Língua Portuguesa à uma categoria superior, quase com poder de veto sobre as chamadas disciplinas afins é no mínimo, desmerecer o trabalho alheio, além de incentivar um pragmatismo desnecessário na escola.

Terceiro: ao invés de "Todos pela Matemática", o correto deveria ser "Todos por Todos". Como professor de História, trabalho com interpretação de textos, fontes não-escritas, tabelas, gráficos, ou qualquer outro meio, que por certo, auxilia os professores de Português, Matemática ou qualquer outra área. Interpretação e desenvolvimento do raciocínio é um exercício que não se pratica isoladamente. Isso é uma tarefa comum a todos.

Finalmente, a boa notícia: essa conversa gerou um projeto interdisciplinar na escola, em que todos colaborarão com todos no desenvolvimento tanto da leitura como da interpretação, dois pontos que decidimos atacar nesse momento. O grupo será dividido em duas frentes: escrita e cálculo.

Não sei se é assim que se faz, mas não nos omitimos.