sábado, 25 de setembro de 2010
ANÚNCIO DE EMPREGOS
http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/2010/09/24/parreira-dunga-luxemburgo-dorival-junior-leao-tecnicos-na-prateleira-esperando-a-melhor-oferta/
De todos os estilos, personalidades, salários.
Treinadores desempregados à vontade no mercado.
Poucas vezes os dirigentes puderam comparar quem possuem comandando suas equipes.
Pensar se são melhores dos muitos que estão por aí, esperando apenas um telefonema.
Alguns exemplos e características marcantes.
Vanderley Luxemburgo: trocou os títulos por rescisões saláriais.
Ótimo currículo.
Péssimo presente.
Salário: nunca menos do que R$ 500 mil.
Exigência: um ônibus para transportar a enorme Comissão Técnica mais cara do Brasil.
Perspectiva: vitórias não são garantidas, mas presença garantida nas manchetes.
Jornalistas cobrem os clubes que ele trabalha pensando que estão olhando o treinador de dez anos atrás.
Se souberem jogar pôquer, terão melhores entrevistas.
Emerson Leão: tratamento de choque para qualquer clube.
Motivação garantida por um mês.
Depois expira a validade.
E a sanidade de todos que trabalham no clube.
Do presidente ao cozinheiro.
Salário: nada menos do que R$ 250 mil.
Exigência: seu sobrinho Fernando Leão para treinar o time nas muitas vezes em que estiver suspenso.
Perspectiva: brigas com adversários, com imprensa, com repórteres mulheres, com o presidente do próprio clube.
Visitas garantidas ao STJD e a delegacias.
Jornalistas que cobrem o clube onde ele for trabalhar devem praticar vale tudo para se prevenir.
Dorival Júnior: formador de grupos vencedores e dedicado professor de creche.
Suporta quase tudo das crianças, menos palavrões.
Salário: valorizado, de R$ 400 mil para cima.
Exigência: seu auxiliar e bedel de crianças mimadas, atiradoras de isotônicos, Ivan Izzo.
Perspectiva: trabalho sério e sem conchavos com presidentes que ficam reféns de patrocinadores.
Jornalistas não podem folgar ou dormir, as melhores notícias são depois dos treinos, na concentração.
Ricardo Gomes: zen, paciente, amigo dos inimigos.
Não há confusão nos grupos que forma.
Até porque é democrático ao extremo.
Todos os palpites são bem-vindos.
Salário: R$ 250 mil e não se fala mais nisso.
Ou melhor, se os dirigentes quiserem falar, baixa a pedida.
Exigência: arroz integral e suco de maracujá para todos.
Inclusive durante os jogos.
Perspectiva: trabalho honesto.
Mas é melhor não se iludir...
Se os jornalistas tiverem brigado com a esposa ou com os chefes, Ricardo Gomes os acalma...
Mário Sérgio: pensa que toda equipe que assume é a Seleção da Holanda de 1974 renascida.
E os jogadores devem atuar em todas as posições.
Ao mesmo tempo.
Não tem um esquema tático.
Tem 15.
Salário: R$ 150 mil e ' vamos que vamos'.
Exigência: ter o direito de afastar quem bem entender.
Colocar para treinar em separado até o presidente do clube.
Perspectiva: duas primeiras partidas excelentes.
O problema é depois, quando briga com metade do elenco.
E a outra metade não entende seu esquema tático.
Jornalistas precisam saber profundamente estratégia de futebol.
De xadrez, basquete e corrida de cavalos.
Tite: consegue empolgar a todos com a promessa do grupo que vai formar.
A esperança de ter o melhor time de todos os tempos costuma durar um mês.
Salário: aceita R$ 250 mil mensais sem impostos.
Exigência: dicionários sempre à mão.
Só é feliz quando fala pelo menos três palavras que ninguém entende, muitas vezes ele mesmo, nas suas surreais entrevistas.
(E foi assim, sem entender o que ele falava, que empresários o levaram para o Al Wahda, dos Emirados Árabes.
Lá não haverá problemas. Ninguém entende ninguém.)
Perspectiva: muita empolgação no começo do campeonato e quase certa desilusão no final.
Jornalistas e jogadores não devem se espantar se não entendem o que ele fala.
Milhares já viveram essa situação e sobreviveram.
Antônio Lopes: elencos que aos poucos vão perdendo a confiança, graças às broncas do delegado.
Salários: R$ 150 mil, sem impostos.
Perspectiva: trabalho raivoso, clima tenso, todos desconfiados de todos.
Jornalistas preparados para longas discussões e acostumados a proibições costumam se destacar.
Se entenderem o linguajar de uma delegacia, aí se dão bem.
Mas não podem ser X9.
Parreira: quer trabalhar com grupos fortes.
Sofreu muito na África do Sul.
Cansado de sofrer, pretende agora só se divertir com futebol.
Recusou o Flamengo.
Está de olho no Barcelona.
Quer ensinar Guardiola que o gol é um detalhe.
Salário: bem acostumado, R$ 400 mil, sem impostos.
Perspectiva: liberdade para o elenco, esquema tático simples: oito jogadores se desdobrando para que dois atacantes consagrados andem em campo.
Jornalistas que tenham lido o livro Formando Equipes Vencedoras, lançando às vésperas da Copa de 2006 serão melhor tratados....
Dunga: prepara grupos de jogadores que enxergam na imprensa o grande mal da existência na Terra.
Salário: R$ 250 mil, sem impostos.
Perspectiva: muita concentração, muita raiva acumulada do mundo.
Jogadores dispostos a resolver no kung fu uma partida que estejam perdendo.
Jornalistas carecas parecidos com Alex Escobar devem trabalhar com máscara de futebol americano.
E dois seguranças...