quarta-feira, 22 de setembro de 2010

DIARQUIA



Pelo menos até 2016, o Brasil não será mais uma República, não importa quem elejamos para envergar a faixa presidencial.

É certo que o ocupante do Palácio do Planalto no próximo quadriênio enfrentará oposição ferrenha de políticos, imprensa, ou seja lá de quem for. Sua vida será esmiuçada e esculhambada. Nem sua família escapará.

Porém, na parte esportiva, o Brasil viverá dois reinados! Talvez seja a única diarquia do mundo! Absolutista, claro.

No Palácio do COB, o rei Carlos Arthur posa de estadista, de empreendedor. Egresso das fileiras dos atletas, chegou ao posto mais alto do esporte olímpico brasileiro, e lá, para satisfazer sua megalomania, torrou bilhões do erário nos Jogos Pan Americanos, que ao contrário do que Sua Majestade afirmou, não deixou quase legado nenhum.

Para 2016, já prepara uma farra maior ainda nos Jogos do Rio.

Como todo Absolutista, persegue quem o critica. Quem critica o pífio rendimento brasileiro nos Jogos Olímpicos, que contradiz com as ricas quantias arrecadadas, pode ser alvo da fúria real. Criticá-lo olímpica e democraticamente pode ser o mesmo que xingá-lo.

No Palácio da CBF reina Ricardo I, o único. Vindo de não se sabe que reino distante, se apoiou no Imperador da FIFA, João Havelange, seu sogro, para tomar a coroa. Mesmo não sendo mais seu genro, não perdeu sua proteção.

Também autoritário, eliminou seus opositores, salvo alguns bravos heróis.

Sonha em suceder o herdeiro de seu sogro no Império Global do Futebol, mas só abrirá mão de seu reino por aqui se conseguir seu intento.

Embora negue, as cidades-sede da Copa teriam que cumprir o ritual da beija-mão, humilhante para seus vassalos. Preteriu o nobre são-paulino em favor do nobre corinthiano na localização do palácio-sede paulistano da Copa de 2014.
Depois da Copa, mesmo que não alcance o Império Global, poderá repousar tranquilamente.

E deixar o Carlos Arthur nos oprimir sozinho.