terça-feira, 22 de junho de 2010

TERRA ARRASADA



A França não é um time de se jogar fora: Lloris, Sagna, Gallas, Abidal, Evra, Diaby, Toulalan, Malouda, Gourcouff e Anelka são jogadores de prestígio em equipes grandes (ou aspirantes à grandes) da Europa. Ribery é considerado um Top de Linha, disputado pelos principais e mais ricos clubes do continente. Isso só falando sobre um possível time titular.

Ainda tem Henry, que teve uma temporada para lá de decepcionante, mas de quem se espera (ainda) bons desempenhos.

E como esse time não corresponde em campo?

A resposta está no banco, e se chama Raymond Domenech.

Incapaz de dar um padrão tático ao time, e desrespeitado pelos jogadores, incoerente nas convocações, escalações e armações táticas, o técnico se manteve após o Mundial de 2006, graças a um vice-campeonato ganho em raros momentos de lucidez, como se viu nas vitórias contra Espanha, Portugal e Brasil.

Só que daí em diante, o time não tinha mais Zidane, e o treinador que chegou a se orientar pela astrologia para convocar jogadores (não chamava Mexes e Trezeguet por serem do signo de Escorpião), viu seu time ser eliminado na Primeira Fase da Euro 2008, e só chegar à áfrica do Sul graças à mão de Henry. Uns dizem que aquilo foi jogada de vôlei, no que eu discordo: Henry carregou a bola de tal maneira que nesse esporte, a jogada seria uma condução. Jogada irregular, portanto.

Só que a Federação Francesa fez vista grossa, e o manteve por esse tempo todo. Ao se classificar, mesmo com erros de arbitragem para o Mundial, a FFF se disse “satisfeita com a missão cumprida”.

E agora, após o desastre na África do Sul, resta a Laurent Blanc, seu provável sucessor recuperar a terra arrasada. As Eliminatórias para a Euro 2012 começam ainda esse ano, e boa parte desses bons jogadores (o elenco é velho), talvez cheguem à essa competição, mas dificilmente irão ao Brasil daqui a quatro anos, o que dá medida de como vai ser difícil juntar os cacos.