sábado, 26 de junho de 2010
A DECEPÇÃO DA AZZURRA
Depois dos Bleus, agora a Azzurra.
Depois da atual vice-campeã, a atual campeã se despede do Mundial.
Ambas com um futebol patético, ambas lanternas de seus grupos.
Já escrevi sobre a França, agora a vez da Itália. Quais as causas do fracasso?
Soberba? Contribuiu. A Itália se classificou com relativa tranquilidade nas Eliminatórias, mas em um grupo fraco e conseguindo seus pontos com dificuldades. Nos jogos da Copa, parecia ter a certeza que resolveria tudo na hora que quisesse até a metade do Segundo Tempo. Se tivesse o empenho que teve no final do jogo contra a Eslováquia, as coisas poderiam ter sido diferentes.
Excesso de estrangeiros na Liga Italiana? Muito pouco. Alemanha, Inglaterra e Espanha formaram boas gerações depois da enxurrada de estrangeiros nos anos 90. Os clubes não têm obrigação de manter uma cota de jogadores nacionais, e resta à Federação garimpar atletas jovens e formar boas equipes de base, ganhar rodagem, e quem sabe, ganhar até uma vaga nas principais equipes do país.
Falta de renovação na seleção? Com certeza. Jogadores como Canavarro, Zambrotta, Camoranesi e Gattuso já não lembram nem um pouco o que renderam em 2006. A contusão de Pirlo deixou o meio-campo sem nenhuma criatividade. Insistindo nesses jogadores, Mercello Lippi podou as chances de novos jogadores.
Convocação e escalação erradas? Sim. Embora Quagliarella, di Natale e Iaquinta sejam bons jogadores, não são melhores que Cassano e Ballotelli, deixados em casa. Defesa mal-postada e meio-campo sem criatividade são complemento desse fracasso.
Jogadores em má-fase? Pode ser. Lippi usou para base de seu time boa parte da equipe jogadores que fizeram uma temporada muito ruim por Juventus e Milan, especialmente a equipe de Turim, que fez a pior temporada das últimas quatro décadas.
E não esperem soluções a curto prazo. Os alemães passaram por crise semelhante há uma década (embora com mais jogadores de qualidade) e levaram pelo menos cinco anos para obterem uma renovação.