segunda-feira, 21 de junho de 2010

CALA A BOCA, DUNGA!



Dunga é um típico Forrest Gump do futebol: chegou ao cargo de técnico da Seleção Brasileira (o que no mundo do futebol equivale a Presidente dos Estados Unidos), e ainda por cima com carta branca de Ricardo Teixeira (a quem deve fidelidade canina) para implantar o seu estilo. Ou a “filojofia de trabalho”, como diria Vanderlei Luxemburgo.

Na tal cultura do futebol, técnico se mantém com resultados, e é assim que Dunga se segurou por quatro anos, com ótimas exibições contra seleções fortes ocultando vexames contra times pequenos. O time não é lá o sonho da torcida, mas é suficiente para ganhar uma Copa do Mundo, até porque o que se vê por aí é desanimador.

Dunga não tem conhecimento tático (quem faz isso é Jorginho) e odeia que alguém afirme isso. No máximo é um motivador, um animador de elenco, que criou o estilo “estão todos contra nós” para incentivar seus atletas.

Ao ser contratado, em 2006, recebeu a tarefa de acabar com o clima de acampamento de férias que reinava na equipe, e o fez com notável eficiência: barrou medalhões como Ronaldo e Roberto Carlos, enquadrou e/ou humilhou Kaká e Ronaldinho, acabou com a farrra dos jornalistas da Globo dentro da concentração, adotou um regime espartano na preparação, que nem nos tempos dos milicos se viu.

Só não mexeu com o chefe. Aí seria suicídio.

Só não percebeu que o exercício do poder exige certas sutilezas. Talvez uma leitura de “O Príncipe” de Maquiavel lhe fizesse bem: o governante deve combinar momentos de assoprar com momentos de morder, falando a grosso modo. Brigar com a imprensa, especialmente a Globo, é suicídio.

Alex Escobar é um jornalista, digamos, quatro estrelas dentro da emissora dos Marinho. Se o ofendido fosse Galvão Bueno ou Fátima Bernardes, a fúria global seria imediata, mas sendo quem foi, o final do torneio vai determinar como será a reação da casa: em caso de título, panos quentes, e em caso de derrota, a mão pesada. E como pesa a mão da Globo...

Outra constatação: como Dunga pode chamar alguém de “cagão”, e outras ofensas, se o faz murmurando? Isso é coragem?

Dunga ou Zangado, o anão com encrencas gigantescas: essa história continua depois da África do Sul....