sexta-feira, 15 de julho de 2011

SEM CHANTAGEM



Tenho ouvido com muita frequência que "quando o jogador quer sair, não há o que fazer". Isso mesmo quando o jogador ainda tem anos de contrato à frente e um belo salário. Uma situação que os clubes precisam lidar - e se impor.


Expressão repetida recentemente por Patricia Amorim, a quem interessava que Kléber tumultuasse o ambiente de tal forma que sua permanência no Palmeiras se tornasse insustentável.
Kléber fez o que podia, o que não podia e mais um pouco ainda para tumultuar e conseguir ou um gordo aumento, ou uma transferência para o Flamengo (que daria a ele o aumento). No Tottenham, Luka Modric pediu formalmente para ser negociado, com o Chelsea fazendo proposta de 30 milhões, mas os Spurs não querem vendê-lo. Tevez foi outro que formalizou seu pedido apra sair do Manchester City, mesmo sendo o jogador mais bem pago da Premier League. Todos tentam forçar a saída. Todos têm bons contratos com seus clubes.

É preciso lembrar: esses jogadores assinaram contratos longos. Têm bons salários. Os seus clubes investiram e investem neles. Por isso, os clubes têm todo direito de querer que seus jogadoresm fiquem e cumpram seus contratos.

Imagine a seguinte situação: se jogasse muito mal a ponto de brigar por um cantinho no banco de reservas, Kléber ou os outros jogadores citados aceitariam uma redução salarial? Se ele ganha metade do que ganha Valdívia e ainda menos que o pouco aproveitado Lincoln, devria ter se atentado a isso antes de assinar contrato.

Kléber tem direito de pedir aumento, assim como o Palmeiras tem o direito de negar e fazer valer o contrato já assinado. Modric pode querer ir para um clube que dispute títulos, mas o Tottenham, que não precisa do dinheiro da transferência, tem o direito de querer que ele fique e ajude o clube a voltar à Liga dos Campeões.

Tevez quer ficar perto da família, algo que a maioria das pessoas também gostaria, mas o City pode exigir que o seu capitão e o artilheiro da Premier League continue, já que pagou caro por ele e paga o melhor salário do país a ele. É legítimo.

É preciso que os jogadores tenham profissionalismo. Querer sair do clube é compreensível, mas que o clube faça valer o contrato que o própio jogador assinou também é absolutamente legítimo. Esses jogadores recebem salários de superestrelas que poucas pessoas no mundo poderiam ganhar. Esse é o benefício pelo que fazem em campo. Só que há uma contrapartida: é preciso cumprir aquilo que se assina.

Ou será que a assinatura (que tem o mesmo valor da palavra dada) não tem mais valor?

O momento é propício para os clubes fazerem valer os contratos altos que têm com os jogadores e mostrar que, não, o jogador não pode rasgar um acordo que ele mesmo assinou porque está insatisfeito. Contratos são feitos para serem cumpridos. Se o jogador está insatisfeito, que pague sua multa rescisória. Ou então fique no clube, cumpra suas obrigações, treine e jogue normalmente.