Parece que o partido do Kassab vai mesmo ganhando corpo.
Essa semana, ocorreu o lançamento do tal PSD, que já vai levando um bom quinhão do DEMO, e ameaça levar outro bocado do PPS, o ex-Partido Comunista convertido em satélite tucano.
E eis que Roberto Freire, o cacique pepessista, ameaça recorrer à Justiça para conter a sangria, baseado na contraditória legislação política brasileira.
Por um lado, a Justiça Eleitoral considera que se o ocupante de cargo eletivo aderir à uma legenda recém-fundada não é infidelidade partidária; mas por outro, já há entendimentos dando conta que o mandato pertence ao partido, não ao político.
Resumindo, isso pode desencadear diversas conseqüências:
Se a Justiça der ganho de causa ao pedido feito por Freire, o neo-partido de Kassab, criado por conveniência pode nascer atrofiado, e qualquer futura tentativa semelhante cairá por terra.
Além do mais, se o mandato realmente pertencer ao partido, veja o que pode acontecer: diversos eleitos se afastaram (muitos sem sequer assumir de fato) de seus cargos, abrindo espaço para suplentes, que em diversos casos são de partidos coligados. Traduzindo: uma enxurrada de suplentes correrá aos tribunais para tomar o mandato de quem está na ativa.
Se a Justiça negar o pedido, aí a oposição se verá em maus lençóis de vez: O Demo, e possivelmente o PPS serão condenados à partidos pequenos, da envergadura de um PSC ou PMN da vida, e o tucanato terá que se virar sem os seus satélites. Caso a idéia de fusão seja ressucitada, pelo menos a oposição se reagrupará sob uma bandeira somente.
