quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

REALIDADE NUA E CRUA



Muito bom o Profissão Repórter de ontem à noite, sobre a violências nas escolas.


Foram investigadas três realidades: em Florianópolis, Rio de Janeiro e São Paulo.

Na capital catarinense, a escola fora fechada pela recusa dos funcionários em trabalhar após a diretora ser agredida.

Na escola, com capacidade para 1.500 alunos, apenas 300 frequentam as aulas regularmente. A maioria foi afastada pela violência.

Na escola, caindo aos pedaços, alunos usam os escombros do prédio como arma.

As autoridades (in)competentes, após cinco dias, enviaram dois inspetores para auxiliar na segurança. Soldados sem armas em uma guerra.

Nesse contexto, uma professora de Artes, freqüentadora da comunidade ainda resiste, tal como os últimos defensores de Canudos, em uma batalha admirável, mas inglória.

No retorno, salas vazias. Uma delas, como apenas uma aluna.

Em outra, o repórter observa que enquanto o professor implantava uma atividade, um aluno sequer tinha o caderno na mesa. O professor reclamava de um aluno que o chamou de “branquelo e careca”.

Isso não foi no Nordeste. Ouviu, Mayara Petruso?

São Paulo, mais especificamente, Capão Redondo, a luta de um securitário (quarenta e poucos anos) e uma diarista (de menos de trinta) para recuperar o tempo perdido e ter uma vida melhor.

Aulas após um dias inteiro de trabalho desgastante.

Que tenham sorte na empreitada!

No Rio, mais especificamente Deodoro, a reportagem teve dificuldades para entrar. Motivo: não conseguiu liberação da Secretaria Municipal de Educação para tanto, e quando conseguiu, foi só para o turno Vespertino.

Seria para dar tempo para a escola “se arrumar”? Maldade...

Lá, onde os alunos matam aula na cara da diretora (que só toma atitudes quando a reportagem flagra os meninos pelo pátio), duas professoras estão afastadas da sala de aula por problemas médicos.

Os monstrinhos ainda se vangloriam de não assistir aula. Talvez não seja importante para eles mesmo...

Reclamam de falta de respaldo da gestora, que alega não ter sido procurada pelas docentes para comunicar o fato. Precisava? Será que ela não via o que se passava na escola?

Enfim, a reportagem foi um retrato sem retoques da educação no país.