quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

O (NEM TÃO) JUDEU HOLANDÊS



Para quem vai passar fim de semana na Holanda, e visitar Amsterdam com todos seus pecados:
Além dos canais, moinhos, tulipas, tamancos, coffeeshops e a Heineken Pilsener, outras coisas merecem destaque por aquelas terras. Um delas são os inúmeros museus bizarros, como o “Museu do Sexo” ou o “Museu da Tortura”, este último, uma verdadeira enciclopédia ambulante de toda maldade humana até então produzida na História. Uma dica, quando sair é bom tomar um bom banho de sal grosso, porque o lugar é carregado até os infernos.

Como o assunto aqui é Futebol não pude deixar de acompanhar a partida entre o Ajax e Sparta Rotterdam no domingo. Não se pode deixar de notar a quantidade de referência Judias na Torcida do Ajax. A Estrela de Davi ou a bandeira de Israel estava em todos os cantos do estádio, em bandeiras, cachecóis, tatuagens e milhares de Torcedores gritando "Joden, Joden" (Judeu em Holandês) a toda hora. E para completar essa salada toda, do outro lado os torcedores do Sparta Rotterdam gritavam “Hamas, Hamas” em referência ao grupo palestino ... ou seja a banquete estava todo armado...

Apesar de Amsterdam deter a maior comunidade Judaica da Holanda, isso não se reflete na demografia da torcida ou direção do Ajax. A grande maioria das pessoas nas arquibancadas não tem nenhuma origem judaica e não existe nem judeu na direção do clube. Todas essas referências Judias foram apenas adotadas pela torcida nos anos 70, porque os rivais xingavam qualquer torcedor de Amsterdam de “Joden”. Uma criação dos Rivais e assimilado gradualmente pelos torcedores do Ajax.

O problema é que hoje o Ajax ganhou todas as regalias da Indústria do Holocausto, mesmo sem ter nem Judeu presente. Isso tudo faz apenas parte do imaginário da Torcida. O próprio presidente do clube, John C. Jaakke, já declarou “O clube não tem nenhuma origem Judaica”.

Sionismo significa ligação - seja espiritual ou física - com a terra de Sião, nome dado outrora à terra que foi o Reino de Israel e Reino da Judéia. Sionismo não significa imperialismo como é utilizado erroneamente pela esquerda em sua pressa intelectual de decodificar a realidade com dualismos conceituais maquineístas. O Estado de Israel, entretanto, tem forte influência política da esquerda (não só na questão batida dos kibutz) como na própria constituição da cidadania para todo judeu e questões como cidadãos árabes-israelenses.

O que é pouco visto é a constituição dessa ligação dos judeus com Israel. Qual seria a legitimidade dos australianos em reivindicarem a terra onde vivem? E dos estadunidenses? Creio ser infinitamente inferior à relação que o povo judeu tem com sua terra cujos indícios históricos babilônicos asseguram ser de pelo menos 2.000 a.c.

Os palestinos não tem origem étnica no povo que conviveu com as tribos hebréias - filisteus - e se chamam palestinos somente pela origem da palavra latina para o lugar onde viviam os filisteus - atualmente faixa de Gaza - ser chamada de Philisteia. É óbvio que há um tabu na Alemanha, porque demora algum tempo para as pessoas "digerirem" certas questões, como por exemplo a questão das bandeiras da Alemanha empunhadas com orgulho na última Copa. Antes, havia um certo tabu nesse sentido.

Quem toma "sionismo" como sinônimo de racismo ou imperialismo, faz uma acepção errada que não comporta as dezenas de correntes sionistas de direita e de esquerda que lutaram como partisans, na Armia polonesa, como Tommys ingleses e mesmo assim se sentiam ligados à sua terra de Israel.