segunda-feira, 4 de outubro de 2010

PT X PSDB - PARTE 5



Ontem escrevi que as eleições presidenciais mais pareciam um novelão. E esse novelão foi esticado mais quatro semanas.

Na disputa pelo comando do Conglomerado Brasil, restam dois duelantes: Dilma, a ex-secretária do chefe, que virou diretora de altíssima relevância; e Serra, o ex-alto executivo afastado pela atual gestão que tenta assumir o controle da firma.

A próxima reunião de acionistas será dia 31.

Não dá para negar que a turma de Lula saiu abalada com a esticada do processo eleitoral, mas os quase 47% de Dilma são inegavelmente um ótimo recomeço de campanha. Mas, para onde vão os votos de Marina?

Seriam seus eleitores antipetistas convictos que não queriam votar em Serra? Ou seriam antitucanos que não votaram em Dilma? São da chamada "terceira via"? Ou não se enquadram em nenhuma das hipóteses anteriores?

É quase consenso que a maioria dos votos verdes irão para Serra, mas isso será suficiente?

A queda de Dilma nos últimos dias se deve a perda de votos para Marina, mas esses votos retornarão à petista?

E o fato de Marina apoiar esse ou aquela (ou ficar neutra) vai produzir um efeito reboque em seus eleitores?

São muitas perguntas, que serão respondidas ao longo do mês.

Marina fez Serra ressucitar, e agora, o tucano, como penas mais renovadas e bico afiado tem a chance de ir para um duelo individual, e se aproveitar da inexperiência da adversária.

Com as eleições estaduais resolvidas em 18 unidades da Federação, incluindo as sete mais populosas, as atenções se voltarão para a eleição nacional, o que pode criar um clima de polarização. Se a polarização for em torno do tema experiência, pontos para Serra; se for em tom de plebiscito, ponto para Dilma.

E por falar em eleições estaduais, panorama equilibrado:

O PSDB manteve São Paulo, um dos pontos-chave do duelo PSDB-PT e Minas, o feudo de Aécio Neves. E ainda conquistou o Paraná e Tocantins.

Sobre Aécio: até que ponto ele se engajará na campanha de Serra?

O PT tomou do PSDB o Rio Grande do Sul, lugar de ranhidas disputas, e manteve Bahia, Acre  e Sergipe.

O DEM não foi extirpado, como queria Lula, e renasceu em Santa Catarina e Rio Grande do Norte.

O PMDB segurou o Rio de Janeiro, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

O PSB fez três governadores: Pernambuco, Espírito Santo (os dois mais votados proporcionalmente do país) e manteve o Ceará.

No Senado, uma vitória de Lula no Nordeste: Seu novos amigos de infância, Edson Lobão e Renan Calheiros, renovaram seus mandatos. E dos seus inimigos, apenas José Agripino escapou. Marcos Maciel, Heráclito Fortes, Tasso Jereissatti e Mão santa ficaram na mão, literalemente.

Isso sem contar no pit-boy Artur Virgílio, que dançou no Amazonas. Agora o futuro ex-Senador tem motivos para querer dar uma surra no Lula.

E ainda tem a barulhenta Heloísa Helena, que perdeu em Alagoas.

Em São Paulo, a candidatura suicida de Mercadante ao governo custou uma cadeira no Senado ao PT. Aloísio Nunes atropelou no fim, tirou a vaga do pagodeiro Netinho, e deixou para Marta Suplicy a outra vaga no Senado.

No Rio, o ex-Prefeito maluquinho César Maia vai ficar um pouco mais em casa. Perdeu para Lindemberg e Crivella.

E tem muito mais, que vou detalhar mais adiante.

Aguardemos cenas dos próximos capítulos