sábado, 3 de julho de 2010

O JOGO DOS SETE ERROS



Chutar cachorro morto é fácil. Criticar o Dunga agora também.

Isso não significa que o técnico anão deva ser poupado. Ele tomou as suas decisões e deve ser cobrado por isso.

E para quem foi tão mal-educado, escutar gracejos e grosserias é mais que um castigo, é uma obrigação.

Vamos a alguns erros:

1. Esquema de jogo: Dunga é mais que discípulo da escola de Parreira. E o lema número um dessa escola é jogar compactado, valorizar a posse de bola e esperar o erro do adversário. Não havia variação de estilo de jogo. Somente esperar o erro do adversário e não tentar o acerto por conta própria é a receita para um jogo previsível.

2. Lateral-esquerda: não existe essa história de “ele pode ser perfeitamente readaptado na posição” é uma besteira. Michel Bastos e Gilberto atuam como meias há muito tempo. Se Dunga não quis Roberto Carlos (com razão) por seu estrelismo, que levasse Marcelo, do Real Madrid, então.

3. Meia: o esquema era engessado, e o pouco de criatividade dependia de Kaká, que não estava bem. Robinho até que fez boa Copa, mas estava descontrolado contra a Holanda. Se O técnico olhasse para o banco, via o limitado Júlio Baptista como a única opção para a posição.

4. Convocação por gratidão: Dunga montou um time de amigos, não uma Seleção. Para não ter que dar o braço a torcer e chamar o inexperiente Paulo Henrique Ganso como reserva de Kaká, Dunga preferiu Júlio Baptista, seu fiel escudeiro. Quando teve a chance de mostrar serviço, Baptista fez uma exibição pífia contra Portugal. No aperto contra a Holanda, Dunga não teve opções viáveis quando olhou para o banco. Preferiu trocar Luís Fabiano por Nilmar.

5. Clima de guerra: nada melhor para unir um grupo que criar um inimigo externo, e a imprensa foi eleita para isso. As críticas ao longo dos quatro anos serviram de pretexto indireto para grosserias, ofensas e outras demonstrações de falta de educação do treinador. Isso sem contar com a preparação fechada, que nem nos tempos da Ditadura Militar se via.

6. Jogadores descontrolados: o time teve a cara do treinador, ninguém pode negar. O outrora desafeto Kaká incorporou o estilo Dunga: discutiu, xingou, distribui pontapés e até foi expulso. Robinho resolveu bancar o menino mau contra os holandeses, enfiando o dedo na cara dos rivais. Mas o símbolo foi Felipe Melo, que além da expulsão patética contra a Holanda, poderia ter o mesmo destino no jogo contra Portugal, se não fosse a contusão e a substituição precoces.

7. Falta de comando: já disse que o time teve a cara do treinador e que os jogadores faziam o Dunga mandasse. E quando Dunga teve a chance e a necessidade de alterar o panorama de jogo com a partida em andamento, falhou e provou que é um muito mais um animador de grupo do que um comandante.