domingo, 5 de junho de 2011

SÉRGIO CABRAL, O HIPÓCRITA



Tempos atrás, um dos sonhos de diversos meninos era ingressar no Corpo de Bombeiros. Hoje, pensam em se tornar jogador de futebol, pagodeiro, funkeiro, e por aí vai...

O governo do Rio vai fazendo a sua parte: 950 reais de salário incial para um serviço duro, o de arriscar a sua própria vida para salvar inúmeras vidas alheias. Quando os membros da corporação quiseram negociar, o governo se faz de surdo, diz que não há recursos..

A mesma pataquada de sempre. Enuqanto isso, só para constar, a administração de Sérgio Cabral investe aos tubos em publicidade (conveniente para silenciar a mídia) e em outras cositas, como a faraónica reforma do Maracanã, a enésima nos últimos vinte anos (já daria para erguer uma dúzia de novos estádios com a grana "investida").

A invasão (ou ocupação como queiram) do Quartel da corporação tem um ritual simbólico: um tapa na cara do governador, uma forma dura, mas necessária de lhe pressionar. Em geral, a classe política reage às ridicularizações públicas dando coice e se fazendo de vítima.


É muito fácil falar em hierarquia, talvez seja conveniente relembrar que a Revolta dos Marinheiros esteve no contexto do Golpe de 64, e é útil usar o BOPE (outra instituição popular no caótico Rio de Janeiro) para se defender. Dentro desse contexto, o governo até tem razão em dizer que é absurdo usar mulheres (inclusive grávidas) e crianças como munição na quartelada.

O mesmo Cabral que chama de vândalos os Bombeiros é o mesmo que se fez de cego diante da ameaça de tragédia (que se concretizou) na região serrana. Um ano antes, ele chorara diante de ameaça de perda dos recursos dos royalties do petróleo, mas não derramou nenhuma lágrima pela morte das vítimas da omissão.

Agora, ameaça expulsar os rebeldes. Pode até fazer, mas dificilmente conseguirá atrair profissionais competentes para substituí-los com esse salário tão ridículo. Corre-se o risco de essa corporação seguir o mesmo caminho do Magistério.

Sem metáforas, o incêndio já começou, e cabe dessa vez ao governo o papel de debelá-lo. Então que a água para essas chamas seja em forma de respeito.