segunda-feira, 6 de junho de 2011

AINDA NÃO É HORA DE ESCULACHAR




Compilado do Blog do Birner (Veja o link ao lado)
Não é o momento de cobrar resultados e bom futebol da seleção. Nem de vaiar o time de Mano


De Vitor Birner

Brasil 0×0 Holanda

Não achei interessante me aprofundar no jogo em si.Como a seleção brasileira está sendo reformulada, escrevi o post pensando nisso.

Sem ilusões

Jogadores cansados após a temporada na Europa, jovens promessas, quase nenhum entrosamento e um grande adversário pela frente. Quem esperava ver esse Brasil gastando a bola errou, se iludiu.

Os mais de 30 mil que foram ao Serra Dourada vaiaram o jogo sem gols.

Não vou discutir o direito deles, pois pagaram o ingresso e o futebol do Brasil foi mediano. Apenas acho o desempenho da seleção normal nesse período de reformulação.

Bem pensado

Mano escalou o meio-campo versátil. Lucas e Ramires, os volantes, podem ajudar na criação. Elano, terceiro homem do setor, ajuda os dois e a articulação dos lances de gol. Robinho é meia que, dependendo do momento, tem condição de ser atacante do lado direito. Neymar, na esquerda, se posiciona tal qual um ponta e volta para formar o meio-campo.

A seleção, por conta disso, tinha condições de atuar no 4-3-1-2, 4-2-2-2, 4-1-3-2 ou no 4-2-3-1, esquema tático mais utilizado no jogo. Fred, de boa técnica e movimentação, em tese completa o time bem. Neymar, Robinho, Elano e Ramirez se aproximam do centroavante para as tabelas.Além disso, o atacante do Flu é bom finalizador.

Fácil compreender

A dificuldade do Brasil na frente é simples de entender: falta entrosamento aos comandados de Mano. A Holanda, ao contrário, está pronta. Não contou com Sneider, maestro do meio-campo, mas usou a base da equipe vice-campeã do mundo.

O time laranja se posiciona no 4-2-3-1, prioriza a marcação e aposta nos contragolpes com os velozes Robben, na direita, e Kuyt do outro lado na linha de 3. Por isso era previsível a dificuldade brasileira na criação.

Cansaço holandês

No primeiro tempo frio, lento e chato a Holanda perdeu duas chances de balançar as redes.

Ficou atrás, deixou o Brasil levar a bola até o meio-campo, apostou nos contra-ataques e assim criou as oportunidades. Não fez 1xo porque Julio César, cara a cara com Afellay, fez grande defesa

Para sorte do Brasil, a condição atlética dos holandeses não era boa. A seleção de Mano tirou proveito da situação, cresceu na etapa complementar e pecou nas finalizações. Como você queria ver, diante de tais situações, o Brasil jogando muito????Mano Menezes está bem no difícil trabalho de reformular a seleção brasileira. Períodos de transição são complicados. O ótimo treinador precisa tomar cuidado. Sofre injustas críticas por causa das derrotas nos amistosos contra Argentina e França, quando Douglas e Hernanes, que precisavam ser testados, comprometeram.
Se não vencer a Copa América, algo normal em território argentino, é o maior candidato à vítima da situação toda.Mano inicia o trabalho para a Copa do Mundo em 2014. Precisa reformular, rejuvenescer o envelhecido elenco que foi à África do Sul.
A história mostra que vários grandes jogadores de clubes não conseguem repetir o desempenho na seleção. Por isso Mano testa muitos boleiros. Tem que ver como reagem.

No segundo, terceiro jogo da Copa América será justo cobrar alguma evolução. E fundamental: não esqueça dos problemas de nosso futebol seja qual for o desempenho no torneio continental.