sexta-feira, 20 de maio de 2011

O QUE ESPERAR?



Dezessete dias depois do desastre de Curitiba, o Palmeiras voltará a campo domingo, para a estréia no Campeonato Brasileiro, com muitas dúvidas. Certeza apenas de problemas.


A começar pela diretoria. Arnaldo Tirone assumiu criticando o esbanjamento de Belluzzo, e prometendo cortar todas as gorduras, e se necessário for, cortar na carne. E por gordura no seu entendimento, estão principalmente o trio Felipão, Valdívia e Lincoln.

A imprensa paulista, especialmente os jornalistas dados à babaquices Rodrigo Bueno e Cosme Rímoli, gosta de repetir como um mantra que o treinador palmeirense ganha 700 mil por mês, e que toda vez que o Palmeiras perde que o salário do treinador daria para pagar boa parte ou mais que a totalidade da folha do outro time. Interessante que não façam isso com outros grandes salários do futebol brasileiro.

Só que Scolari tem uma multa rescisória altíssima e um contrato até o fim do ano que vem. Sendo assim, Tirone procura desgastá-lo, negando reforços, criticando o time, e lhe causando irritações, como negar a presença da nutricionista na concentração.

Valdívia foi uma contratação para lá de cara para os padrões brasileiros: nove milhões de dólares, e segundo cogita-se, mais alguns milhões em taxas e comissões acompanhadas de um salário de cerca de 350 mil mensais. O chileno demorou a se readaptar ao clube, enfrentou uma série de contusões musculares, brigou publicamente com treinador e departamento médico, quando ainda estava amparado por Hugo Palaia, uma espécie de protetor seu nos bastidores.

Sem ele, Valdívia foi obrigado a se esforçar, e quando havia entrado em bom ritmo, se machucou contra o Corínthians, Insinua-se que sua recuperação é retardada por escapolidas à noite. Um post de sua esposa no twitter deu a entender que o assédio que vem sofrendo de Marias-Chuteira é elevadíssimo. Via imprensa, Tirone revelou que Valdívia nçao vale o que custou e que quer se livrar do atleta.

O terceiro alvo é Lincoln, que conforme acordo com o clube, pagou do próprio bolso a saída do Galatassaray, e seria ressarcido gradativamente pelo clube, coisa que não vem acontecendo. Acometido por uma série de lesões, e sem perspectivas de ser importante para o time, além de receber cerca de 250 mil mensais, é outro alvo do presidente pão-duro. Lincoln nunca mostrou irritação com a dívida que tem a receber, e nem mesmo cobrou o clube publicamente, mas claro, se sair, não vai querer fazê-lo de mãos abanando.

E vem mais por aí: Marcos Assunção está perto do fim do contrato, e quer um aumento substancial para continuar no clube. Mesmo perto de completar 35 anos, é um dos melhores da equipe, física e tecnicamente, se bem que o primeiro aspecto não lhe é muito difícil. Assunção é jogador de confiança de Scolari (que o achava velho e desnecessário ao chegar em Julho), e além do mais, tem um talento incrível para bola parada, algo muito importante para um time que tem uma criatividade ofensiva baixíssima.

Assunção é de confiança tal, que é considerado nos bastidores o jogador “leva-e-traz”, ou melhor, o cara que dedura para o treinador as conversas de vestiário, e as conspirações ao pé do ouvido, atribuídas principalmente à Kléber.

Nesse panorama todo, é difícil esperar por contratações de impacto. Quem sabe Henrique, sem muito espaço no futebol europeu, provavelmente, Maikon Leite, que assinou pré-contrato no início do ano, e parece ter se arrependido de tê-lo feito, mas agora é tarde. E ainda tem o assédio aos jogadores do clube: Marcos Assunção interessa a vários times (o Corínthians é um, e se isso acontecer, Tirone ficará desmoralizado), e Cicinho, que está por empréstimo apenas, foi sondado pelo São Paulo a pular o muro da Barra Funda.

Torçamos, é só isso que posso dizer.