quinta-feira, 19 de maio de 2011

EXISTE FÓRMULA MÁGICA?



Vai começar mais um Campeonato Brasileiro, a sua 42ª edição, e a nona vez consecutiva que acontece na modalidade de pontos corridos. Assim que começa o torneio (e assim que acaba também), é normal a discussão sobre qual o modelo ideal de disputa.


Uns dizem que o mata-mata prende a atenção do torcedor, privilegia a disputa, permite que os times que vacilaram em determinados momentos que reajam. E de brinde, ainda citam o festival de times reservas que infestaram os últimos anos, pondo em dúvida até mesmo a lisura da competição.

Outros defendem os pontos corridos como prêmio ao planejamento, à organização, à regularidade, aos times que foram bem durante toda a competição. E de quebra, lembram que erros de arbitragem, tão comuns em dados momentos e em dadas situações, são menos decisivos em um torneio longo do que em uma competição resolvida em um ou dois jogos.

Vou direto à minha opinião: prefiro os pontos corridos, desde que haja uma competição com no máximo vinte clubes (com três ou quatro rebaixados), e espécie de “prêmios de consolo” para os demais times: vagas na Libertadores e na Copa Sul-Americana. Nessa última competição aliás, seria interessante reduzir o número de times ingressantes de oito para quatro. No atual formato, poucos times, excluindo os classificados para a Libertadores e os rebaixados, não se classifiquem para o torneio de segundo semestre da Conmebol.

O Campeonato Brasileiro é talvez, ao lado do Argentino, o mais equilibrado entre os principais do mundo: existem doze clubes que podemos chamar de grande (esse ano, todos na Primeira Divisão), que se caírem são motivo de comoção, e mais um ou outro time de médio porte que pode fazer um estrago.

Nas últimas vinte edições, onze campeões diferentes, e nessas oito edições por pontos corridos, apenas seis times disputaram todas as temporadas na Série A. Dos chamados grandes, Grêmio, Corínthians, Palmeiras, Vasco, Botafogo e Atlético Mineiro já curtiram um purgatório na Segundona.

Por isso, vale a pena um campeonato em que os times são postos em condição de igualdade durante todo o ano,não sendo necessários artifícios de postergar a disputa para uma fase posterior. Das oito edições por pontos corridos, cinco só determinaram o campeão na última rodada, sendo que em 2009, quatro times chegaram à rodada derradeira com chances de levantar a taça. Ano passado, a disputa foi entre três pretendentes.

Não é necessário fazer uma fase final. Isso só seria preciso em torneios desequilibrados ou sem grandes atrativos para times que cheguem em posições intermediárias. Como é o caso da Série B, onde seria interessante por exemplo (proposta minha) que os dois primeiros garantissem vaga direta, e que os seis seguintes disputassem duas vagas de acesso.

Mata-mata só interessa à televisão, e quando os interesses comerciais se sobrepõe aos interesses técnicos...