
RED BULL
Os Touros Vermelhos entraram na temporada como favoritos, mas sem experiência de disputar títulos. Talvez isso tenha feito falta, especialmente na hora de consertar divergências internas, problemas técnicos e principalmente, na orientação aos pilotos.
Vettel é um piloto de talento inegável, proporcional à sua capacidade de fazer bobagens, que teve o título caindo em seu colo. Webber é um piloto de uma constância incrível, mas que falhou na hora decisiva. O clima entre os dois azedou de vez após a batida de Istambul, e ganhou novos desdobramentos: a preferência dada a Vettel (clara no caso do aerofólio de Silverstone), e a demora do time em fazer Vettel ajudar Webber.
Isso pode causar problemas no ano que vem. Vettel já declarou que nunca foi amigo de Webber, e o australiano parece nem se importar com isso. E ainda não parece haver alguém dentro do time que ponha os dois no cantinho da disciplina.
RENAULT
A expectativa de um ano escatológico foi suavizada; a fábrica francesa transferiu o controle acionário para um tal “fundo de investimentos” sediado em Luxemburgo, mas manteve os ótimos motores e uma estrutura muito boa, bem aproveitada pelos sucessores.
Robert Kubica fez uma temporada tão boa, que seu nome entrou no mercado de sucessão, especialmente para a vaga de Felipe Massa, na Ferrari. Não raro, o polonês andava no meio das quatro grandes. Vitaly Petrov apenas pagou para sentar no banco e dar uma batidinhas mundo afora, mas foi decisivo para o resultado do campeonato ao segurar Fernando Alonso em Abu Dhabi.
Mal comprou a equipe, o tal fundo de investimentos a repassou para a Lotus Car, que rebatizou o time de Lotus-Renault, que não contará mais com a participação acionária da fábrica francesa, mas contará com seus valiosos motores. Boa temporada à vista, especialmente se os novos donos conseguirem um lastro financeiro suficiente para não precisar vender a vaga de novo para Petrov.
SAUBER
Peter Sauber resgatou o que sobrou da BMW, e fez uma equipe que não passou vergonha. Apesar de não ter quase nenhum patrocínio, a equipe, equipada com os motores Ferrari, conseguia andar tranquilamente no pelotão intermediário.
Kamui Kobayashi foi um dos show-man da categoria esse ano para o bem e para o mal, enquanto Pedro de la Rosa andou tão mal que foi demitido. No seu lugar, veio Nick Heidfeld, que seguiu a mesma toada.
Sem grana, Peter Sauber vendeu uma vaga para o mexicano Sergio Perez, e possivelmente venderá uma parte das ações para seu compatriota Carlos Slim, ou para quem mais aparecer com grana e capacidade. Com mais dinheiro e mais tranqüilidade, as expectativas são melhores do que as desse ano.