terça-feira, 7 de setembro de 2010

MENTIRA HISTÓRICA



A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL NÃO OCORREU NO DIA 07 DE SETEMBRO DE 1822

Pois é. Essa novidade é defendida por alguns pesquisadores brasileiros que investigam a fundo esse tema. Segundo os tais, o episódio que ocorreu no riacho Ipiranga não teve nada de expressivo, se comparado com outros eventos ligados à separação do Brasil de Portugal.

Para chegar a essa conclusão os especialistas se basearam num conjunto de acontecimentos que se deram ao longo do século XIX.

O primeiro indício aponta para uma longa carta que D. Pedro I havia escrito para seu pai no dia 22 de setembro de 1822, portanto no mesmo dia do provável grito de independência. Na referida carta, o Imperador sequer faz menção ao referido fato.

No dia seguinte, D. Pedro enviou uma carta aos paulistas e outra vez faz absoluto silêncio com relação ao que supostamente ocorrera no Ipiranga. Seria óbvio imaginar que ele não deixaria de citar esse evento, caso tivesse ocorrido ou tivesse expressivo valor naquele contexto.

Para piorar, os primeiros jornais da época sequer fazem menção à data 07 de setembro como sendo um dia que significasse o passo decisivo para a proclamação da independência.

E como teria surgido, então, a referida data como crucial para a proclamação da independência do Brasil?

Somente em 1.826 é que o 07 de setembro passou a ser festejado. Até então, outras datas eram vistas como mais apropriadas para se comemorar o aludido ato, dentre as quais podem ser citadas 09 de janeiro (dia do FICO), 12 de outubro (data da aclamação de D. Pedro a Imperador) e 1º de dezembro (data da coroação do Imperador).

Somente com a ascensão do Estado de São Paulo no cenário nacional - por causa do café - foi que ocorreu a ascensão do dia 07 de setembro como um dia significativo para a independência do país, haja vista que o grito de D. Pedro teria ocorrido em São Paulo, no Ipiranga. Enfim, mais parece uma manobra política do que uma verdade histórica.

E para completar, não somente o dia 07 de setembro, como o dia 21 de abril e o dia 15 e novembro ganharam mais importância no país. Por quê?

Porque o Brasil foi fortemente impregnado por uma doutrina chamada 'Positivismo', cujo pai é Augusto Comte. Essa doutrina defendeu, além de muitas outras coisas, a exaltação ao Estado, à organização do Estado, à necessidade de se gerar ordem na sociedade. Sem falar que as referidas datas serviram - e ainda servem - como uma alternativa para engrandecer o Estado (e não a sociedade como um todo) em detrimento do individualismo humano, que está obrigado a servir à Pátria quando convocado.