domingo, 22 de agosto de 2010
PADROEIRO
Não sou católico, mas tenho o meu santo padroeiro: São Marcos.
Não se trata do autor do Evangelho, nem de outro canonizado. Trata-se do goleiro do Palmeiras.
Está certo que ele é santo, não é Deus, comete suas falhas, e não são poucas, como todo santo zombeteiro. Como no caso do passa-moleque que deu no boquirroto do Neto, o que se diz craque.
O Vaticano canoniza mártires e milagreiros, e eis que o moço de Oriente se enquadra nas duas categorias: se martirizou com os sofríveis times do Palmeiras nesta década, passou pelo purgatório da Série B, e sofreu com uma interminável série de contusões.
Milagres não foram poucos, a serviço até da comunidade eclesial maior, a Seleção Brasileira.
Última quinta, completou 500 jogos pelo Palmeiras. Poderia ter sido mais, se não fossem as contusões.
Pelo menos as lesões reforçaram ainda mais a aura de martírio que o acompanha.
E justo contra o Vitória, aquele mesmo dos 7 a 2 em 2003, quando o santo mostrou seu lado humano e falhou.
Justo contra o Vitória que mandou a comunidade alviverde para o silêncio confessional da Série B.
E justo contra o Vitória que o Palmeiras conseguiu um classificação heroica: depois de perder na ida por 2 a 0, venceu no Pacaembu por 3 a 0, com direito a gol de Marcos Assunção aos 47 do segundo tempo.
Ótimo presente para nosso padroeiro, que saiu invicto e classificado na festa do seu 500ºjogo.
Se fosse presidente do clube, batizaria o novo Parque Antártica de Arena São Marcos, ou melhor, Catedral de São Marcos.