Tomei um susto quando vi o programa do PSDB: a propaganda tucana colocava Serra como continuador de Lula.
Com jingle e tudo.
O slogan “O Brasil pode mais” também insinua a continuidade.
Seria tudo normal, se não se tratasse da candidatura de oposição ao atual presidente.
Qual seria a razão disso?
As explicações não são difíceis:
Primeiro, o marketing tucano desistiu de bater em Lula. Remar contra a popularidade galopante do atual ocupante do Palácio do Planalto seria suicídio.
Segundo, e como conseqüência do primeiro, é preciso mostrar que Dilma não é a única capaz de assumir o legado de Lula.
Terceiro, a estratégia agressiva de expor os podres da atual administração não te funcionado. O eleitorado parece “anestesiado” com a corrupção generalizada e não acredita que um eventual governo tucano possa dar um “choque de ética”. Índio da Costa, candidato a vice, foi silenciado, depois de disparar a metralhadora verbal na ligação PT-FARC.
Só uma observação: vaidoso como ele só, Fernando Henrique deve estar furioso com a capitulação diante da popularidade de Lula.
Só que nem assim as coisas parecem melhorar. Os meses de Maio à Julho foram marcados por equilíbrio entre Dilma e Serra nas pesquisas, mas a candidata do PT simplesmente disparou em Agosto. Neste sábado, o DataFolha divulgou pesquisa que apontava ampla vantagem de Dilma: 47x31. Vitória no Primeiro Turno.
Agredir ou capitular? Para o comando de campanha de Serra, os dois caminhos não levam à vitória.
As aves tucanas parecem voar sem rumo.
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