terça-feira, 27 de julho de 2010

JOGO DOS ACERTOS



Domingo passado, a Seleção de Vôlei Masculino ganhou a sua nona Liga Mundial. A oitava em dez anos.

Exemplo a ser seguido do trabalho que deu certo. Mais que o “time do Bernardinho”, o time se comporta como um grupo, na mais pura expressão do termo.

Vamos as causas:

Planejamento: independente do resultado, as coisas avançam. O técnico tem carta branca da CBV para convocar e desconvocar jogadores. A meta é o chamado Ciclo Olímpico, mas com metas intermediárias (Liga Mundial e Campeonato Mundial)

Comando Sereno: os ataques histéricos do treinador a beira da quadra não se refletem em desespero do time em quadra. Os jogadores sabem que o técnico sabe o que faz. Bernardinho não precisa xingar a imprensa, arrumar briga com inimigos imaginários, fazer panelinha ou qualquer outra coisa para cooptar os jogadores. O respeito é dado e recebido.

Comprometimento: o consagrado Giba senta no banco sem reclamar, Bruno cede a vaga de levantador titular sem contestações; titulares se tornam reservas e vice-versa com naturalidade. Dunga deveria aprender com os jogadores do vôlei o significado do termo.

Equilíbrio: o técnico é nervoso, mas sabe o que faz; por vezes os jogadores intervêm sem a necessidade de olhar para o banco como se o treinador fosse uma muleta. Correções de rumo dentro da quadra são bem mais fáceis assim.

Coerência: reconhecer os próprios erros, ter humildade na vitória e na derrota, exaltar os valores dos adversários, saber que nenhum vencedor é perfeito. Reconhecer as falhas e o primeiro passo para o acerto.

Autonomia: Ary Graça não é Ricardo Teixeira, que se acha mais importante que o esporte que comanda. A CBV mantem o mesmo trabalho há décadas, independente de quem a dirige e dos treinadores que passam pela Seleção. As categorias de base são observadas como laboratório para a equipe principal, e não como balcão de negócios.