quarta-feira, 30 de março de 2011

BOLSONARO SAI DO ARMÁRIO




Vivemos em um país em que o racismo é crime inafiançável. Mas no qual nunca ninguém foi preso por isso. A Inglaterra, por outro lado, não tem uma legislação tão firme. Mas condena atos de racismo, pelo menos no esporte, com uma veemência que eu não vi no Brasil a não ser quando havia alguma autoridade querendo aparecer.
 
Não é, prestem atenção os imbecis antes de comentar, que o Brasil seja mais racista que a Inglaterra. É que no Brasil você pode fazer uma acusação, qualquer acusação, e depois "deixar pra lá". Na Inglaterra, não é assim.


Neymar disse que foi vítima de racismo da torcida inglesa/escocesa. Misturou em suas declarações a tal da banana - que até agora ninguém viu direito, nem em que circunstância foi parar lá - com as vaias que recebeu. Ainda que tenha havido um ou mais imbecis racistas, não dá para misturar uma coisa com a outra. O jogador do Santos foi vaiado porque, no início da partida, ficou de mimim quando levou uma entrada dura de Alan Hutton, e não porque é negro. E mimimi é algo que com ingleses - e escoceses - pega muito mal.

Neymar saiu da partida como nome certo em algum time inglês no meio do ano. A polêmica, entretanto, pode diminuir o interesse dos clubes. Sua declaração foi muito mais séria do que "uma pequena polêmica". Faz um juízo sobre toda uma torcida. E, se não prejudicar sua transferência, pode fazer com que chegue à Inglaterra marcado não só como talento indiscutível, mas também como menino birrento e irresponsável.

Mais um caso em que Neymar teria ganho muito em ficar de boca fechada.

Mais adiante, a polícia chegou até ao babaca que jogou a banana: um imbecil de nacionalidada alemã, e não um inglês ou escocês, como o atacante supunha.