terça-feira, 25 de janeiro de 2011

ESTADUAIS: NECESSÁRIOS OU NÃO?



Já vou adiantando a resposta: necessários não, úteis, talvez...


O condicional se explica pelas fórmulas com que são praticados nos principais estados, com excesso de times, fases, jogos sem importância. É inegável que Copa do Brasil e principalmente, a Taça Libertadores se tornaram prioridades para o primeiro semestre.

Esse é um problema dos principais estaduais: eles não classificam para nada, a não ser uma ou outra vaguinha para clubes pequenos na Série D ou para a Copa do Brasil do ano seguinte. Vaga que nem sempre é assumida. É o tal problema da interdependência das competições.

Mas, o problema principal é o inchaço dos torneios. São Paulo tem 20 times, e o Rio de Janeiro, 16. A fase decisiva do Campeonato paulista é disputada em quatro rodadas, ao passo que são disputadas dezenove para a classificação de apenas oito. E ainda assim, as fases de quartas-de-final e semi-final são disputadas em jogo único. As equipes do interior se tornaram depósito de jogadores, times de empresários, de prefeituras, e por aí vai.

A coisa chegou a um ponto tão crítico que times se mudam de cidade em busca de financiamento, como se não tivesse torcida. E como de fato, não têm. Ou alguém acha que a chegado do Grêmio Barueri à Presidente Prudente e do Guaratinguetá à Americana foi muito lamentada pelos abandonados, ou recebida com entusiasmo pelos habitantes de suas novas casas?

O caso do Americana (ex-Guaratinguetá) é curioso: o estádio de Americana, o Décio Vitta, pertence ao Rio Branco, quase centenário clube local, que disputa a Segunda Divisão paulista, e cobra um aluguel exorbitante do novo vizinho, que preferiu disputar seus jogos em Rio Claro. Então, o time sai de Guaratinguetá, vaio para Americana e joga em Rio Claro...

No Rio, a fórmula propõe dois turnos, com semi-finais e finais para cada, e duas finais entre os campeões de cada um. Dezesseis clubes disputam uma série de jogos inúteis até que provavelmente, Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo disputem as fases decisivas. Enquanto isso, jogos e mais jogos são disputados para arquibancadas vazias. Times grandes pagam o preço de manterem os eternos dirigentes de federações, que necessitam do voto dos “pequenos” para se manterem.

Para não dizer que não propus nada, sugiro que os estaduais fossem encurtados: oito times no Rio e doze em São Paulo, por exemplo, dando maior tempo de pré-temporada e um calendário menos apertado. Com isso, os clubes poderiam disputar jogos ou torneios amistosos muito mais rentáveis.

Do jeito que está é inviável: os clubes grandes pagam caro para dar esmola aos pequenos, que são tantos para muito pouco dinheiro. O torcedor, que não é bobo, vai esperando as finais para se interessar pelo menos um pouco.

Outra coisa: alguns estaduais poderiam ser fundidos. Um torneio que agregasse os times do Sul e os do Nordeste seria bem-vindo.