domingo, 24 de outubro de 2010

JOGANDO FORA A MINHA HISTÓRIA



Dia de faxina nas minhas coisas: comprei algumas caixas de arquivo, daquelas muito usadas em escritório, para reorganizar minha estante.

Para dizer a verdade, organizar, já que ela nunca esteve arrumada de verdade.

Mexendo em coisas velhas, aprentemente inúteis, redescubro um pouco da minha vida: lembranças, passagens, anotações... mania de historiador. Aquilo não é coisa velha, é fonte primária da minha vida.

Muita coisa já dos meus tempos de acadêmico e do início da minha vida de professor...

Meu dilema era: preservar o passado ou me organizar no presente?

O dielma entre o historiador e o tecnocrata, diria.

Como agem os políticos, preferi um meio-termo, mas doeu no coração. Me senti um crápula, um sujeito sem gratidão ao seu passado, à sua própria memória.

O fato é que joguei minha História fora. História assim mesmo, com o H maiúsculo.

Seria como se eu bomabardeasse um monumento histórico para abriri uma estrada, ou demolir um museu para abrir um shopping.

Me senti mal...