domingo, 15 de janeiro de 2012

A MESMA LADAINHA DE SEMPRE

 http://geografiacastelo.blogspot.com/2009/09/deslizamento-na.html  



















Todo ano, especialmente nos períodos mais quentes, é a mesma coisa: a chuva faz estragos, levando histórias de vida, e o que é pior, muitas vidas.

Se não é possível derrotar a natureza, seria pelo menos possível atenuar a derrota? Claro, o avanço do conhecimento humano sabe como fazê-lo. Estudos já existem, e só não são postos em prática pela maldita burocracia na liberação e aplicação de verbas, que facilita a ida pelo ralo do dinheiro, quando é liberado.

As desculpas são sempre as mesmas:

"Estamos elaborando estudos para minimizar os problemas"

"Estamos aguardando verbas para executar os projetos"

"Ocorreu um atraso na liberação/licitação/execução"

"Choveu muito mais que o esperado"

"A topografia/ocupação da região amplifica os estragos"

Desculpas, desculpas, desculpas. O curioso é que ninguém lembra dessas possibilidades no período eleitoral, afirmando cabalmente ter na cartola a solução.

Isso vale para autoridades federais, estaduais e municipais, atuais e anteriores. Que sejam responsabilizadas criminalmente pelos danos que sua irresponsabilidade causou.

Chega de discursos prometendo verbas que nunca chegam, projetos que nunca serão executados, obras paliativas (semelhantes a dar aspirina para quem tem câncer). Chega de sobrevoos de helicóptero apenas para fingir preocupação, telefonemas de "solidariedade", e tapinhas nas costas.

Todos já sabem onde estão as áreas de risco, e qual o período de maior intensidade das chuvas. Essa balela de "no período x choveu y, enquanto o volume esperado para todo o mês era z" já não cola mais. As chuvas acima do "esperado" são constantes, e o discurso continua o mesmo. Assim com continua o mesmo o sofrimento de quem perde tudo o que lutou para conquistar durante a vida, ou perde uma pessoa querida.

Os responsáveis por esse caos deveriam ser enquadrados como homicidas dolosos. Multiplamente qualificados, sem nenhum benefício legal. Ou ainda mais, serem julgados como criminosos de guerra por crimes contra a humanidade.

O caos das chuvas não é apenas fatalidade, é insanidade.

Não me venham com aquela desculpinha de ocupação desordenada e dificuldades topográficas: a menos que na campanha eleitoral. No período eleitoral ninguém afirma não ter condições de minimizar os estragos, ou mais que isso, ninguém afirma que a culpa das tragédias recai sobre quem ocupou ou permitiu a ocupação desordenada. Sinceridade e política não combinam.