terça-feira, 18 de outubro de 2011

SMURFS: COMUNISTAS? NAZISTAS? RACISTAS? SEI LÁ...




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Smurfs é um desenho que dispensa apresentações, fez parte da infância de muita gente que está lendo este blog (os pirralhos estão, neste momento, tentando chamar atenção no Orkut, com tópicos do tipo “Vc me bjaria?”), mas apesar de ser uma teoria antiga, muita gente ainda não a conhece. Os Smurfs são comunistas! (além de Nazi machistas e/ou gays, como vou explicar no final)


Eles foram criados pelo cartunista belga (todo belga, assim que pisa fora do país, é chamado de francês) Pierre Culliford, mais conhecido como Peyo (que lembra peido), em 1958 e foram publicados em tirinhas, inicialmente chamados de Les Schtroumpfs (fala isso com farofa na boca).


O desenho quase foi proibido nos EUA, devido à época da Guerra Fria e o pavor irracional do comunismo criado pelo governo capitalista. Só se salvou por ser um desenho animado para crianças pequenas (não que não tivessem cogitado a possibilidade de ser um condicionamento para pirralhos).


Fatos em que basearam essa teoria:


- SMURF é, supostamente, a sigla de Socialist Man Under Red Father, ou Homem Socialista Comandado pelo Pai Vermelho.


- Eles viviam em uma comunidade igualitária, onde ninguém era mais importante do que ninguém e todos tinham sua função definida e essencial para o sustento da sociedade. Exemplo disso, é que todos usavam a mesma calça e gorro branco.


- Ninguém tinha posses. Tudo que existia na vila era de uso comum a todos. Todos consumiam da mesma horta, todos usavam as mesmas ferramentas para construções, etc.


- Não existia dinheiro nessa comunidade. Cada Smurf fazia sua parte de trabalho para produzir os bens de consumo, que era dividido igualmente entre todos.


- Não existiam patrões, nem empregados.


- Ninguém era tratado por um título hierárquico, como Ilustríssimo, Doutor, Excelentíssimo, etc., e sim por suas habilidades ou personalidade, como o Smurf Gênio, o Smurf Habilidoso, o Smurf Cozinheiro, Smurf Vaidoso, e por aí vai. No Brasil, o prefixo Smurf foi suprimido dos nomes, mas no original, ele sempre os acompanhava, como o tratamento Camarada dos comunistas.


- Papai Smurf é uma representação de Karl Marx, o pai do comunismo, não só pela semelhança física, através da barba, mas também pela sabedoria, além dele vestir vermelho, que é a cor do comunismo. Ele não era reverenciado como líder, mas sim, respeitado e seguido por sua experiência.


- Smurf Gênio pode ser a representação de Leon Trotsky, o que mais se aproxima de Papai Smurf pelo conhecimento, e era geralmente chutado para fora da vila, assim como Trotsky foi exilado da Rússia.


- Na vila existe todo tipo de profissão, mas não tem um Smurf Padre, nem mesmo uma igreja, ou qualquer coisa que lembre religião. Os comunistas de antigamente eram ateus ou, pelo menos, contra a instituição religiosa.


Outras dicas nos levam a acreditar nessa teoria, como a de que Gargamel era a representação do Capitalismo, querendo sempre capturar os Smurfs para transformá-los em ouro (precisa de explicação?), ou para comê-los. A primeira opção é bastante óbvia, mas a segunda pode ser interpretada como a intenção do capitalismo de transformar o ser humano em algo consumível, manipulável. Uma coisa que reforça essa tese, é que foi o Gargamel que fabricou a Smurfette (lembra de Admirável Mundo Novo? Não? Vai ler, então, seu sem-cultura) para atrair os Smurfs. Ela acabou passando para o lado deles.


Outras teorias:


- Os Smurfs são Nazistas da Ku Klux Klan (isso faz sentido?).


Entretanto, tem pipocado na Internet uma outra visão da propaganda na qual estaria imersa a Vila dos Smurfs, creditada à estudante Lisa Chwastiak. Segundo sua teoria, os Smurfs seriam, antes, supremacistas brancos, e não comunistas.

Para ela, Peyo, falecido em 1992 aos 64 anos, era um nazista. Inclusive, ele seria afiliado à Ku Klux Klan (KKK), organização racista norte-americana.

Seu argumento também parte de princípios e argumentações relevantes. Em primeiro lugar, Lisa não acredita ser mera coincidência o vilão se chamar Gargamel: além de nome e características físicas judaicas (cabelo escuro, pele clara e nariz proeminente), o vilão ainda carrega todo o estigma de preconceitos contra judeus que permeou, principalmente, a Alemanha de Hitler: um indivíduo mesquinho, sujo, que morava numa casa velha e se vestia de preto.

Além do mais, Lisa não despreza a semelhança entre o Papai Smurf e o Grande Dragão, forma pela qual os líderes da KKK são conhecidos: ambos usam um chapéu pontiagudo vermelho e seus seguidores usam chapéus pontiagudos brancos. Ainda, a estudante afirma que existem inúmeros episódios em que os pequeninos seres azuis dançam em torno de fogueiras, a exemplo dos membros da Klan.

Para finalizar, Lisa afirma que, entre os Smurfs, por “coincidência”, a única mulher possui, justamente, um arquétipo ariano, evidenciado por seu longo cabelo dourado. É exatamente o ideal de beleza idolatrado por Adolf Hitler para sua sociedade germânica. Além disso, como forma de demonstrar a arraigada crença na supremacia branca trazida à tona pelo desenho, os episódios em que os Smurfs são malvados são justamente aqueles em que eles deixam de ser azuis para se tornarem negros.

- Eles são machistas.


Smurfette é o estereótipo da mulher fútil. O próprio Peyo se atrapalhou ao descrevê-la, por causa de problemas de idioma. Na biografia de Pierre, conta-se a história de quando ele negociou com a NBC a produção do desenho, falava pouco, ou nada de inglês, e a conversa foi feita através de um intérprete, que explicou:


Peyo começou dizendo que ela era “bem feminina”. Pediram-lhe para que ele fosse mais específico, ele disse, “Ela é bonita, loira e tem todas as características de uma mulher…”. Conhecendo o espírito feminista dos EUA, eu traduzi diplomaticamente essas tais “qualidades”…


…e ele continuou: “Ela seduz, usa truques ao invés de força bruta para conseguir o que quer, Ela é incapaz de contra uma piada sem forçar a barra. É tagarela, mas só faz comentários supérfluos, sempre está criando problemas para os Smurfs, mas sempre acaba colocando a culpa em alguém”.

Eu fiz o melhor para minimizar essa descrição sexista, mas um participante perguntou, “Será que ela, pelo menos, capaz de tomar uma decisão para ajudar os Smurfs quando eles estiverem em perigo?”. Quando eu traduzi isso para o Peyo, ele disse, “Ah, dá um tempo! Você quer que ela seja uma professora de academia?”. Naturalmente, eu não traduzi isso.