sábado, 24 de setembro de 2011

ONU, QUAL A UTILIDADE?



Um desses pseudo-intelectuais de rede social afirmou um dia desses que a ONU é a maior ONG, ou ainda o principal cabide de empregos do mundo. Pedir perdão por essa asneira é desnecessário, até porque se é ruim com ela, pior seria sem ela.


O que a ONU precisa é de uma completa reforma: sua estrutura é velha, e como qualquer máquina administrativa, se engessa caso não se transforme, e como não se transforma estruturalmente desde a sua fundação...

As Nações Unidas foram constituídas no pós-guerra, moldadas pelos principais vencedores do conflito, e mais adiante, desdobrada em vários organismos (FAO, UNICEF, AIEE) que são extremamente úteis quando afinados. O Conselho de Segurança é seu ponto nevrálgico, e também o mais excludente, constituído por dez membros rotativos e cinco permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra), e é alvo da pretensão de potências regionais, como Brasil e Índia de uma cadeira permanente, embora boicotados, abertamente ou não , por seus vizinhos.

Até a reforma do Conselho de Segurança é urgente, até porque por estatuto, qualquer de suas resoluções vetada por qualquer membro permanente, e mesmo assim, suas decisões não são de todo aceitas por partes belingerantes.

Até mesmo a pretensão brasileira deve ser revista: ao invés da sua inclusão no Conselho de Segurança, a diplomacia tupiniquim deveria lutar pela reforma da entidade que o abriga, e encontrar o equilíbrio para permitir a representatividade de nações menos expressivas, mas que não haja o seu uso para barganhas, como acontece no Legislativo brasileiro.

A tarefa é difícil, as negociações seriam amarradas e sem garanti de sucesso, assim como foi na Conferência do clima, na Dimamarca, em 2009. Chegar ao ideal não será possível, mas avanços são necessários.