sexta-feira, 12 de novembro de 2010

PRESSÃO CONFIRMADA E NEGADA



Ótima reportagem de A TRIBUNA no último dia 3.

Matéria de duas páginas, com denúncias de pressão sofrida por professores para aprovar alunos que não têm condições para tanto.

Dos trinta profissionais ouvidos, 28 eram professores, uma pedagoga e uma estagiária.

Apenas quatro negaram que há pressão. Outros três admitiram, porém fazendo ressalvas. Eles disseram que a pressão existe, mas ocorre durante o ano inteiro, com foco na qualidade de ensino.

O que impressiona é que a maioria só falou na condição de não divulgar a identidade e nem o nome da escola onde trabalham. Alguns professores, com medo de represálias, pediram que as conversas fossem feitas pelo telefone.

Condições disciplinares me impedem de comentar os motivos.

Os professores disseram que a pressão seria feita por diretores, equipe pedagógica e até mesmo pelas secretarias de Educação, que negam. Alguns afirmam que não sabem o motivo para a pressão. Outros ci-
taram o Bônus Desempenho – recursos destinados às escolas e a profissionais que se destacam na
melhoria do ensino.

O diretor do setor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes) e professor da rede pública municipal de Vitória, Marcelo Castro, disse que, oficialmente, não existe um índice máximo para se reprovar nas escolas, mas a pressão é percebida.

O fato é que os índices de aprovação são inversamente proporcionais ao aprendizado verificado.

Do outro lado, a palavra das Secretarias:

“Nunca existiu e não existe. Nós temos que trabalhar todos os dias para que o aluno aprenda e, por ter
aprendido, passe de ano” (Haroldo Corrêa Rocha, Secretário Estadual)

“Para o aluno ser aprovado no final do ano, ele tem de fazer pelo menos 60% de média. Todo final de trimestre existe o conselho de classe. Diretores, pedagogos e professores olham a situação de um por um e fazem algum ajuste de nota” (Idem)

A Secretaria da Educação de Vila Velha informou, por meio da assessoria de imprensa, que não há
nenhuma orientação para que professores aprovem alunos que não obtenham notas acima da média para passar de ano. Se for denunciado qualquer caso de “aprovação automática”, a secretaria vai apurar com rigor e tomar as medidas necessárias.

A Secretaria da Educação da Serra, por meio da assessoria, também informou que a denúncia de
aprovação automática não procede (...) As secretarias da Educação de Vitória e Cariacica também nega-
ram pressão pela aprovação.