domingo, 10 de outubro de 2010
COMEÇAR DE NOVO
Wanderley (ou Vanderlei, nunca soube direito) Luxemburgo praticamente recomeça a busca pelo prestígio perdido no Flamengo.
Para todos os efeitos, vamos chamá-lo de Luxa.
Luxa foi um jogador mediano, com muito boa vontade. Assim iniciou no Flamengo, como reserva de Júnior na lateral-esquerda. Bom escudo para disfarçar o futebol fraquinho.
No Inter e no Botafogo, naufragou...
Começou a carreira de técnico meio que por acaso, convidado por Antônio Lopes na fila de um banco para ser seu auxiliar.
Treinador de fato, perambulou por times do Rio, o Rio Branco/ES e futebol árabe. No Fluminense, foi técnico de Juniores.
O Bragantino lhe abriu as portas do sucesso: campeão da Série B em 89, e Paulista no ano seguinte, Luxa se firmou no cenário nacional.
Como emergente, foi para o Flamengo em 91, e não deu certo.
Voltava a ser um técnico de interior, comandando a Ponte Preta, até que o Palmeiras/Parmalat lhe buscou para comandar o time de feras. Lá abocanhou dois Paulistas, dois Brasileiros e um Rio-São Paulo. Definitivamente, virava um técnico de ponta.
Em 95, retornou ao Flamengo, onde a barriga tricolor de Renato e a perda de autoridade diante de Romário o escorraçaram da Gávea.
Ainda em 95, retornava ao Palmeiras, depois de uma passagem no Paraná Clube, onde iniciou um campeonato avassalador, mas já perdia forças.
O Palmeiras/96 foi o terceiro grande momento da carreira: lá se tornou estrategista, montador de equipes vencedoras. Mas lá também seu ego inflou, com seus ternos inadequados à realidade brasileira e sua mania de querer ser manager.
Santos/97: levou o Rio-São Paulo, mas queria um time caro, coisa que o clube da Vila não quis ou não pôde lhe dar.
Por isso, foi para o Corínthians/Excel, onde conquistou seu terceiro Brasileirão, mas o mais marcante foi o convite para seu grande sonho: a Seleção Brasileira.
Nos seus dois anos na CBF, alternou bons e médios momentos, até o fracasso olímpico em Sidney: duas derrotas em quatro jogos, com eliminação diante de um combalido time camaronês com nove jogadores em campo, lhe derrubaram.
Depois disso, vida devassada: acusações de falsificação de documentos, sonegação fiscal e outras picaretagens jogaram seu nome (seja lá qual for) na lama.
Corínthians 2001: reinício de carreira, com um Paulista e um Brasileiro ruim, demissão.
Retorno ao Palmeiras: nenhum título e montagem do time que seria rebaixado. Perdão que nunca ocorreu no Palestra.
Cruzeiro: tríplice coroa. Nunca antes na história do futebol brasileiro, um clube ganhara Copa do Brasil e Brasileiro no mesmo ano. De quebra, um Mineiro. Depois, a Toca da Raposa ficou pequena demais para a disputa de egos entre Luxa e os Perrela.
Retorno ao Santos (2004): Leão insinua que Luxa o derrubou, mas o fato é que o time da Vila ergueu seu segundo Brasileiro.
De lá, atravessou o Oceano para o início de sua carreira europeia, e que começo: os Galácticos do rela Madrid! Lá os resultados ruins o demitiram. O fato de ser um "Zé Ninguém" na Europa (palavras de Luxa) contribuíram para isso...
Voltou um outro Luxa para o Brasil: mais rancoroso e obstinado. Ainda em 2006, ambiciobnava o cargo deixado por Parreira, mas teve que se contentar em ficar no Santos, onde venceu os estaduais de 2006 e 2007.
Retornou ao Palmeiras, agora Palmeiras/Traffic, onde ganhou um estadual e uma vaga suada para a Libertadores/2009, quando foi eliminado pelo Nacional do Uruguai.
A essa altura com o time e o prestígio em baixa, foi demitido. Para quem sonhava em ser o técnico da Seleção em 2010, a demissão e a permanência de Dunga na CBF eram duros golpes.
Lhe restava retornar ao Santos, e isso foi feito, prometendo uma vaga na Libertadores de 2010. A vaga na Sul-Americana foi um pagamento até alto pelo salário. A nova diretoria só não o demitiu porque seu contrato estava no fim. Apenas "não renovou".
2010, ano de retornar à Belo Horizonte, agora no Galo, onde pretendia repetir o sucesso de 2003 no Cruzeiro: ledo engano, deixou o time na zona do rebaixamento, após um humilhante 5 a 1 aplicado pelo Fluminense.
Prometeu dar um tempo para se reciclar, mas depois de alguns dias, já desembarcava na Gávea.
Para mais um recomeço...