sábado, 21 de agosto de 2010
O CAUDILHO
Por Cosme Rimoli
http://esportes.r7.com/blogs/cosme-rimoli/
Vitória com nome e sobrenome.
Luiz Felipe Scolari.
Nenhum treinador poderia mobilizar os torcedores como ele.
No Pacaembu havia seguidores.
Do Palmeiras.
E deste técnico gaúcho.
Ele chamou, pediu e mais de vinte mil palmeirenses estavam lá para ver a primeira decisão de Felipão.
O time precisaria ganhar do Vitória por três gols de vantagem.
Em Salvador, o time havia perdido por 2 a 0.
Não havia clima nem de fazer muita festa pelos 500 jogos de Marcos.
A homenagem da torcida, formando o número 500 foi bonita, mas rápida.
Os melhores jogadores do clube estavam nas tribunas.
Lincoln, Kléber, Valdívia.que vai estrear domingo, e até quem quer voltar, Rivaldo, o primeiro e único.
No Pacaembu, um time desfigurado, sem meia.
Com volantes improvisados pela lateral: Márcio Araújo e Fabrício.
Dois atacantes novos, tendo de jogar com a pressão que fariam até veteranos tremer.
Mas assim que a bola rolou, tudo perdeu 0 sentido.
Valeu a paixão desenfreada do torcedor.
Os gritos nasciam naturalmente.
Não eram seguidos os de guerra das organizadas.
O torcedor 'desorganizado' gritava o que lhe vinha à mente.
E apoiou de verdade o Palmeiras.
Não foi o chato, irritante que não perdoava um passe errado.
Apoiou mesmo.
Bateu palmas a todo instante.
Clamava pelos guerreiros.
O Vitória começou a partida bem, forte para aguentar a pressão palmeirense.
Pelo menos, o seu treinador, ex-jogador e gerente do Palmeiras, Toninho Cecílio esperava.
Os baianos foram aos poucos ficando intimidados diante da pressão do time desorganizado.
Os palmeirenses não perdiam uma dividida.
Felipão gritava, empurrava, urrava.
E o time ia para frente, de qualquer maneira.
No fim do primeiro tempo, o gol desejado.
Na prorrogação, Marcos Assunção aproveitou uma bobeada do Vitória.
E lançou com perfeição, o atacante Tadeu.
Ele não se atreveu a perder o gol.
1 a 0, Palmeiras.
No segundo tempo, o Vitória voltou ainda mais encolhido.
E graças à irreverência do colombiano Viáfara, que pensou ser Higuita, o Palmeiras marcou 2 a 0, de novo com o limitado, mas esforçado Tadeu.
Ainda fiel ao esquema 'vamos que vamos', o Palmeiras conseguiu a classificação.
Aos 44 minutos do segundo tempo.
Marcos Assunção cobrou falta de maneira perfeita: 3 a 0.
E comemoração alucinante no Pacaembu.
Nem parecia que era apenas a classificação para as oitavas da Copa Sul-Americana.
E não era mesmo.
Era o resgaste do amor próprio do Palmeiras.
A torcida viu que tem um time para vibrar, lutar em campo.
E os jogadores perceberam que existe uma torcida que lhes passa confiança.
E fazia tempo que não havia essa simbiose, que ambos remavam para o mesmo lado.
A culpa é de um senhor gaúcho chamado Luiz Felipe Scolari...