domingo, 28 de agosto de 2011

PALMEIRAS 2 X 1 SMALL CLUB



Nem o Oliveira caçula deu jeito – e olha que ele tentou. Para cerca de 36 mil pagantes – o mesmo que seria auferido no Pacaembu, mas com apenas metade da renda, o Verdão ganhou o Derby por 2×1 e se manteve mais do que vivo no Brasileirão.

A rodada marcou o final do primeiro turno, e o Palmeiras está em sexto, mas a apenas cinco pontos do líder – a mesma diferença para o sétimo colocado. Apesar de ter vivido todas as crises possíveis e imagináveis, o time chegou ao fim do turno na briga, em evolução, tem uma perspectiva nova com a chegada de um NOVE-NOVE, e em paz.


Tite armou seu time com três atacantes, mas na verdade Jorge Henrique atuava mais como quarto homem do meio, auxiliando Danilo. Felipão foi pro jogo forçando pelos flancos. A primeira chance foi deles, numa cabeçada de Wallace, aproveitando cruzamento de Jorge Henrique.

Nosso troco foi rápido, com Patrik fazendo boa jogada pela direita e centrando para Kleber, que cabeceou forte, mas para fora. Aos poucos o Palmeiras foi dominando o meio de campo e tomando a iniciativa, e nessa pegada, outra chance foi criada por Kleber, agora pela esquerda: ele invadiu e bateu cruzado, com pouco ângulo, e Julio Cesar jogou pra fora.

Num lance fortuito, entretanto, o Small Club abriu o placar: após tiro de Ramon de fora, Marcos defendeu, mas deu rebote; na sequência a bola sobrou para Emerson fora da área; ele tentou cruzar, Henrique fechou com Liedson e a bola passou direto, iludindo Marcos. Ela ainda bateu na trave antes de ir para o gol. A vantagem era injusta, num lance de sorte.

O Palmeiras mantinha a lucidez tanto na marcação quanto na armação, e melhorou mais ainda quando Felipão trocou Patrik, que insistia em jogar aberto, por Fernandão. O centroavante, grandalhão que acabou de chegar do Guarani, além de dar a referência aos ataques do time, mostrou que tem estrela quando, num de seus primeiros toques na bola, disputou a bola com Julio Cesar após escanteio cobrado por Assunção; a bola espirrou e se ofereceu limpa para Luan fuzilar e empatar o jogo.

O Verdão seguiu melhor, mas o primeiro tempo terminou mesmo empatado – só que com a nítida sensação que o jogo estava à nossa mercê.

No segundo tempo o Verdão foi mais dominante ainda. Marcos Assunção e principalmente Chico anularam a criação smalliana, e a presença de Fernandão no meio dos zagueiros incomodava demais. Valdivia apareceu bem, e além de distribuir o jogo, irritava os adversários. E numa dessas, quem teve liberdade foi Assunção, que achou Fernandão enfiado e levantou na medida. O grandalhão matou no peito, e sem deixar cair, tirou do goleiro com surpreendente categoria, marcando um golaço. Que estreia foi essa!

Com a vantagem, o Palmeiras cometeu seu maior erro no jogo, que foi tentar administrar a vantagem. Assim, o time abriu mão da posse de bola, e deu chances ao adversário de conseguir o empate. Num ataque iniciado por Willian, a bola passou por Paulinho, Liedson até chegar em Emerson, que ficou de frente para Marcos mas amarelou, batendo fraquinho. O jogo estava tranquilo mas podia começar a ficar perigoso.

Nossa sorte é que do outro lado o treinador que fala pouco estava numa tarde de inspirabilidade, e trocou Danilo por Willian, deixando Jorge Henrique como único armador. Foram minutos de marasmo no clássico: o Palmeiras abriu mão da ofensividade, e bloqueava todas as tentativas do Small Club – até que Tite tentou corrigir seu erro e colocou Morais no Jorge Henrique. Eles melhoraram um pouco, mas não o suficiente para nos ameaçar.

O resultado é que os últimos 20 minutos foram de muita briga, lances duros, provocações, até que Valdivia disparou mais um chute no vácuo, levando Chicão à loucura. A melhor chance do Palmeiras na parte final do jogo ficou com Luan, que arrancou pela direita, invadiu e bateu cruzado – torto, bem à sua moda. Perto do fim, o único susto: Liedson bateu de fora da área, ainda contou com a ajuda do morrinho, mas Marcos fez uma defesaça, digna de um vencedor de um Derby.

O árbitro, que fechou os olhos para a pancadaria do time adversário, inclusive para tapas e cotoveladas, resolveu infartar alguns palmeirenses pelo mundo ao dar cinco minutos de desconto, mas nem assim deu: final de clássico, Verdão 2×1.

Estávamos realmente precisando dessa vitória, em todos os aspectos. Tecnicamente, o time mostrou que superou a fase de seca no ataque. Moralmente, o time entra num momento de recuperação, com um fato novo para estimular: a chegada desse grandão que ainda está longe de mostrar que é o cara que vai resolver nossos problemas, mas que foi importantíssimo no passo dado hoje. E na tabela, a rodada ajudou e recuperamos pontos importantes na diferença para os cinco primeiros.

Estamos vivos, a Sulamericana não vai mais nos atrapalhar, as crises foram superadas e o momento é de subida. Um ótimo momento para entrar numa trajetória assim – só precisa ser ratificado com uma boa partida contra o Botafogo, no Engenhão, o que nos colocaria de volta até no grupo que se classifica para a Libertadores.