sábado, 7 de agosto de 2010

O SENTIDO DA HISTÓRIA



Por Ricardo da Costa
www.ricardocosta.com

História é:

Uma ciência que busca conhecer os diversos aspectos do passado da humanidade e examinar as realizações do homem através dos tempos, para que através da reflexão histórica, aumentar nossa capacidade de entender o presente e criar bases para ampliarmos nossa visão sobre o futuro.

É interessante destacar que ao contrário do que muitos pensam ao refletir com rodeios ao se indagarem o que é história, que história não é arte sim uma CIÊNCIA. Não é concreta como a física que contém suas leis, mas ciência.

A História é um relato ou conjunto de relatos sobre fatos passados. Para ser crível (quer dizer par que você acredite que esses relatos são verdadeiros), a História se baseia em documentos sobre os fatos do passado.

Sobre os fatos passados pode-se dizer qualquer coisa, mas a História exige provas, o que obriga aos historiadores encontrarem provas e documentos cada vez mais autênticos.

Não é uma ciência propriamente dita, pois não tem leis nem pode haver experimentação.
É uma das disciplinas mais importantes. E uma profissão fascinante.

O simples fato de que cada geração posterior encontre forças produtivas adquiridas pela geração precedente, que lhe servem de matéria prima para a nova produção, cria na história dos homens uma conexão, cria uma história da humanidade, que é tanto mais a história da humanidade por quê a força produtiva dos homens e, por conseguinte, suas relações sociais adquiriram maior desenvolvimento.
Fonte(s):MARX. Carta a Annenkov, p. 470-471

A História é o estudo do homem no tempo, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos. A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (História). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.

O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.

Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a sucessão de processos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos. Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos (o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente).

A História é o estudo do homem no tempo, concomitante à análise de processos e eventos ocorridos no passado. Por metonímia, o conjunto destes processos e eventos.

A palavra história tem sua origem nas «investigações» de Heródoto, cujo termo em grego antigo é Ἱστορίαι (História). Todavia, será Tucídides o primeiro a aplicar métodos críticos, como o cruzamento de dados e fontes diferentes.

O estudo histórico começa quando os homens encontram os elementos de sua existência nas realizações dos seus antepassados. Esse estudo, do ponto de vista europeu, divide-se em dois grandes períodos: Pré-História e História.

Os historiadores usam várias fontes de informação para construir a sucessão de processos históricos, como, por exemplo, escritos, gravações, entrevistas (História oral) e achados arqueológicos.

Algumas abordagens são mais frequentes em certos períodos do que em outros e o estudo da História também acaba apresentando costumes e modismos (o historiador procura, no presente, respostas sobre o passado, ou seja, é influenciado pelo presente). (veja historiografia e História da História).

Os eventos anteriores aos registos escritos pertencem à Pré-História e as sociedades que co-existem com sociedades que já conhecem a escrita (é o caso, por exemplo, dos povos celtas da cultura de La Tène) pertencem à Proto-História.


1) “A História serve para justificar visões de mundo” – Prof. Dr. André Ricardo Valle Vasco Pereira (Ufes)

2) “Com a História entende-se o passado, compreende-se o presente e faz-se projeções para o futuro” – Prof. Dr. Sebastião Pimentel Franco (Ufes)

3) “A História serve para se entender o presente” – Prof. Ms. Josemar Machado de Oliveira (Ufes)

4) “A História é uma das formas de reflexão da vida social, pois nossa sociedade é auto-reflexiva” – Prof. Dr. Estilaque Ferreira dos Santos (Ufes)

5) “A História serve para se entender o desenvolvimento das sociedades e dos valores da humanidade; com ela o historiador constrói e divulga conceitos e ideologias com o intuito de promover uma melhora na vida das pessoas” – Profa. Dra. Maria da Penha Smarzaro Siqueira (Ufes)

6) “A História serve para que nos divirtamos lendo uma novela que aconteceu na realidade” – Profa. Dra. Patricia Grau-Dieckmann (Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas da Argentina).

Parece claro que de forma alguma existe consenso. E se você, caro leitor, fizer uma pesquisa semelhante com os professores que conhece, verá que dificilmente encontrará uma opinião majoritária. E isso é o normal. Na maior parte dos casos, perceberá que o que existe é uma grande e profunda divergência, divergência essa que impossibilita tornar nosso ofício uma “ciência”. Duvida? Junte cinco historiadores numa mesa...
Portanto, deixo logo claro que não acredito mais nessa história de “história-ciência” – talvez a noção de “ciência inexata” de Gadamer (1900–2002) seja mais propícia para a História (GADAMER, 1998: 24). Talvez.

Por sua vez, o Prof. Josemar Machado (Ufes) defende que a História serve para se entender o presente. Ok, mas se a limitarmos a essa função, teremos uma boa parte do passado jogada no lixo. Explico: o que as pirâmides do Egito e sua monarquia explicam da sociedade capixaba? E os samurais? E os bárbaros germânicos do século V? Nada. Caso fosse assim, deveríamos nos interessar (e pesquisar) somente nossa história local, regional. No entanto, percebo que o interesse humano em relação ao passado é vasto e infinito (não citei a adoração das crianças pelos dinossauros?).

O próprio Professor Josemar é um bom exemplo disso: em seu doutorado (na USP) ele estuda a Revolução Francesa! Mas o que essa revolução explica a respeito de sua cidade, de sua cultura capixaba, do Espírito Santo, ou mesmo do Brasil? Nada, literalmente nada. Sequer tivemos revolução liberal em nosso país... Portanto, estudar a Revolução Francesa no Espírito Santo não “serve” para nada... Ele estuda a Revolução Francesa porque gosta do tema (provavelmente).

Ao contrário da definição do Prof. Estilaque Ferreira dos Santos (Ufes), acredito que nossa sociedade cada vez mais é menos reflexiva, cada vez possui menos capacidade de refletir, de entender e de discutir a realidade. Isso acontece por se tratar de uma sociedade de consumo, de massa, de gente que cai no apelo fácil da leitura superficial, quando não da força da televisão, passatempos fúteis alçados à categoria de cultura. A crise pela qual passam as ciências sociais e o questionamento acerca da função da História em um curso de História são provas contundentes disso.

As pessoas cada vez mais desejam saber “para que serve” aquele conhecimento adquirido, cada vez mais elas querem ter uma explicação pragmática e funcional, talvez para se sentirem tranqüilas e inseridas nesse contexto cultural de consumo imediato e poderem explicar aos seus o motivo de sua escolha. Cada vez mais há menos espaço para os que, intelectualmente falando, estão fora do sistema.

Através da História entendemos o desenvolvimento das sociedades e dos valores da humanidade sim, como afirma a Profa. Maria da Penha Smarzaro Siqueira (Ufes), mas não para divulgar “ideologias” e promover uma melhora na vida das pessoas (parece que seria melhor trocar a palavra “ideologias” por “marxismo”, ou “marxismos”). E se por “melhora” entendo “melhora da vida material”, aí então a coisa fica ainda mais contraditória, pois o passado humano não é mais desenvolvido tecnologicamente que o presente, pelo contrário.

Por exemplo, não estudamos a presença portuguesa no Brasil do século XVII para promover uma melhora na vida das pessoas hoje. É um contra-senso! Para promovermos uma melhora social hoje não precisamos estudar História, devemos é estar atentos à utilização dos gastos públicos por parte das autoridades eleitas, aos desvios e roubos cometidos por pessoas que deveriam se preocupar com a coisa pública, à morosidade da Justiça, às obras de saneamento em nosso país, e por aí vai.

Além disso, se estudamos o passado para divulgar uma ideologia, como infelizmente defende a professora Maria da Penha, esse passado fica à mercê de nosso programa político (no caso, do programa político dela, comunista). E aprendemos que muitos, como os comunistas, já usaram a História para seus fins propagandísticos, omitindo e distorcendo informações sobre o passado para que ele se encaixasse em seu modelo explicativo.

No caso da História, as omissões de Eric Hobsbawm acerca dos horrores do marxismo-leninismo soviético são o melhor exemplo de história-propaganda que se pode ter. O passado não tem relação (nem culpa) com nossas propostas utópicas de futuro. Para termos uma proposta de futuro, não é preciso conhecer o passado. Basta sonhar.